- Lissa, levanta aí.
Eu acordei, escutando a voz da Karen enquanto ela me sacolejava. Estava perto de meio dia e nós tinhamos que arrumar as coisas para passar a ponte. Como não poderíamos levar o carro, ia ser uma caminhada longa, canssativa e perigosa. Esfreguei os olhos enquanto lentamente me levantava. Fui até o banheiro e joguei uma água no rosto. Era bom que o motel tinha uma reserva da água. Acho que vinha do lago na verdade.
Karen já estava pronta. Tinha prendido o cabelo num rabo de cavalo alto e estava vestindo a mesma roupa que ontem. Não trouxemos muita roupa. Só mais um par de short e blusa uma pra outra. Enquanto eu me vestia, Karen desceu e preparou o café: torradas com ovos e suco. Prendi o cabelo num rabo de cavalo, calcei minhas botas, guardei minha arma na calça e desci até a cozinha. Karen me entregou meu prato e me sentei junto a ela e comemos o café. Não falamos muito. Acho que nós duas estávamos morrendo de fome. Quando eu estava na metade do prato, ouvimos um barulho em algum dos andares de cima. Nós duas levantamos ao mesmo tempo e já deixamos nossas armas prontas. Karen foi na frente, andando com passos lentos e silenciosos e eu fui atrás, fazendo o mesmo. Karen parecia estar mais irritada do que qualquer coisa, acho que ela só queria terminar seu café. Chegamos nas escadas e continuamos a subir até chegar no quarto 2, que era onde o som parecia ter vindo. Karen olhou para mim e sinalizou 3 dedos. Depois contou um de cada vez e, em seguida, arrombou a porta com seu pé.
Nada. Só silêncio. Não tinha ninguém nem um zumbi. Olhei para Karen e dei de ombros.
- Não tem ninguém aqui.
Karen não falou nada. Nem sequer se virou para me olhar. Ela apenas levantou um dedo como se estivesse pedindo silêncio. Ela se agaixou para ver se tinha algo de baixo da cama. Nada.
Entrou no banheiro, nada.
Ela de repente, estalou os dedos e disse:
- Prepara a arma.
Ela dirigiu-se para o armário e abriu as duas portas. Lá de dentro, saiu um cara, mais ou menos da nossa idade, parecia ter uns 22 anos.
Apontei a arma para sua cabeça enquanto Karen perguntou:
- Quem você é?
Ele levantou as mãos e os botou na cabeça e respondeu:
- Meu...meu nome é Pedro. Aquela zumbi lá embaixo é a minha mãe. Nós éramos donos desse motel.
- Como é que você chegou aqui?
- Me escondi debaixo da cama quando você veio checar os quartos ontem a noite.
Karen olhou pra ele por alguns estantes e depois diss para ele virar de costas. Apalpou suas pernas e suas botas.
- Pode abaixar a arma.
Ela disse para mim, concluíndo que ele estava desarmado.
- Porque você não fugiu daqui?
Karen perguntou, olhando pela janela para ver se estava tudo bem lá fora.
- Não conseguia descer por causa daqueles dois hóspedes que estavam vagando o corredor desse andar.
- Imagino que um deles era seu pai. Desculpas mas já o matamos.
Karen falou, olhando de volta para ele enquanto botava munição em sua shotgun.
- Não. Meu pai morreu quando eu era bem novo. Eles eram apenas clientes mesmo.
Um silêncio constrangedor tomou conta do quarto enquanto Karen olhava para mim pedindo uma ajudinha.
- Bem...Pelo menos ele não precisou passar por esse inferno né?
E depois que eu falei isso, o clima só ficou pior.De repente, escutamos um estrondo lá em baixo. Karen correu até as escadas e deu uma olhada. As portas da cozinha tinham se rompido, e agora, a recepção estava coberta de zumbis, que estavam quase chegando ao nosso andar. Karen subiu correndo e entrou no quarto. Em seguida, abriu a janela que dava para frente do motel, e olhou para mim.
- O que aconteceu lá em baixo?!
- A recepção esta cheia de zumbis! Parece que uma parte dos zumbis que estavam na ponte vieram pra cá! Precisamos sair daqui, e rápido!Me apressei para passar pela janela e esperei sentada no telhado, enquanto Pedro e Karen seguiam atrás. Quando pedro veio pela janela, quase escorregou, fazendo com que uma telha caísse no chão e estralhassasse.
- Puta que pariu, em Pedro!
Disse Karen.
- Agora precisamos sair daqui antes que o barulho atraia eles até aqui na frente.Karen desceu o telhado primeiro depois foi o Pedro. Joguei as mochilas lá para baixo e eles os pegaram. Quando eu olhava, parecia fácil mas quando chegou a minha vez, amarelei. O telhado era muito mais alto quando você chegava na ponta (eu tenho um pouco de medo de altura) e o única jeito de chegar até o chão sem torcer o tornozelo era se dependurar num galho de árvore, que não parecia que era tão perto quanto antes.
- Vamos Lissa! Depressa!
Me virei para olhar para a janela e já dava para ver alguns zumbis dentro do quarto e se esbarrando contra a janela tentando passar.
Então pulei e consegui me segurar no galho. Depois de uns 5 segundos me soltei e saí correndo junto de Karen e Pedro em direção a ponte. Quando estávamos longe o bastante para poder parar de correr, bebi um pouco de água e joguei no rosto. Estava ofegante e suada.
Andamos até o começo do anoitecer e depois aprontamos as coisas para acampar. Demos sorte e achamos um ponto da ponte que ficou bem congestionado e um grupo de carros estava formado em um círculo, formando meio que uma barracada.
No caminho, achamos uma caminhonete que parecia estar transportando madeira então aproveitamos e levamos um pouco dela para fazer uma fogueira para o acampamento. Se sentamos em volta da fogueira enquanto Pedro fazia uma sopa de legumes com os ingredientes que Karen conseguiu pegar da cozinha do motel na noite passada. Não era meu favorito mas estava morrendo de fome!
Karen e eu trocamos olhares uma com a outra e, eventualmente, ela quebrou o clima constrangedoramente silencioso.- Então...Pedro...quais são seus planos?
- Meus planos? Bem...estive preso naquele quarto por apenas dois dias...não tive tempo exatamente de, "fazer planos". Não tenho para onde ir.
- Você tem alguma parente? Que more entre aqui e Kennesaw? Estamos indo...
Não sei porque eu perguntei isso mas acho que eu não tinha outras opções.Antes de eu terminar a frase, olhei para Karen que fazia o sinal de cortar o pescoço para mim e dizia que não com a cabeça.
- Bem! Isso não importa. Podemos falar sobre isso amanhã. É melhor nós descansarmos.
Comemos a sopa de legumes e nos deitamos para dormir.
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- AQUELE FILHO DA PUTA!!!
Eu escutei Karen gritar, enquanto eu dei um pulo para fora da minha cama (não era exatamente uma cama. Só um cobertor jogado no asfalto e minha mochila como travisseiro).
- O que que aconteceu?!
Eu perguntei quase gritando por causa do susto. Só depois que eu notei que Pedro não estava lá que entendi o que tinha acontecido.
- Aquele filho da mãe vai em bora e leva minha shotgun junto! Puta que me pariu!
Arregalei os olhos enquanto eu não sentia minha arma na minha cintura. Foi aí que compreendi a raiva da Karen. Karen chutou a mochila.
- Eu sabia que agente não devia ter confiado nele!
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(Autora on)
Hello queridos leitores! •-•
Então, como vocês sabem, eu também tenho vida. Meus testes irão começar daque uma semana e já estou adiantando os estudos.
Com isso acontecendo só teremos novos capítulos depois do dia 21 de março que é data do término das minhas provas.Muito obrigada a todos, e um beijão da Autora! *•*
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A Epidemia
HorrorFaz uma semana desde que tudo aconteceu. O silêncio nas ruas e horrível. Encosto o carro e bebo um pouco de água. Faria de tudo para poder tomar um banho agora. Retomo a estrada, enquanto Karen esta olhando pela janela do carro, afiando e limpando s...