Me levantei e olhei para meu relógio: 8:54.
- Karen, vamos procurar por ele! Ele não deve ter ido muito longe.
Pegamos nossa mochilas e calçamos nossas botas. Seguimos caminho pela ponte por uns 40 minutos. Depois, comecei a duvidar.
- Karen, será que ele voltou pra cidade?
- Acho que não! Isso seria incrivelmente burro.
Ela disse, enquanto andava virada de costas olhando para mim. Quando Karen se virou de volta para frente, esquivou-se rapidamente, se agaixando. Fiz o mesmo como reflexo.
- O que acon...!
- Sshhhhhhh!
Ela disse. Em seguida, ainda agaixada, rolou para de baixo de um carro, e me mandou fazer o mesmo. E eu, ainda sem entender nada, fiz a mesma coisa.
Olhei para ela com o rosto deitado no asfalto. Dei de ombros, para mostrar que eu ainda não tinha entendido.
Ela então, lentamente apontou para frente com o dedo.
Comecei a escutar passos. Lentos, pesados e de grande quantidade.
De repente, avistei pés que com certeza eram de zumbis. O cheiro era de morrer.
Meu batimento cardíaco só aumentou, assim que eu lembrei que estávamos desarmadas. Sim, ainda tinhamos o cano que pegamos no caminho mas não iria dar conta de uma horda de pelo menos, 30 zumbis.Assim que os zumbis tinham quase sumido, olhei para frente e avistei alguma coisa, á uns 20 metros de mim se mechendo de baixo de um carro. De onde eu tava pareciam apenas um par de pés mas com certeza era um humano. Olhei na cintura da figura e avistei minha arma. Então ja soube quem era.
Encostei meu rosto no asfalto de novo e chamei a atenção da Karen. Apontei para frente e falei "Pedro" silenciosamente. Deu para notar a raiva que se infestava na cara da Karen.
O último zumbi se passou e saímos de de baixo dos carros. Notei que Pedro tinha se levantado tambem, e depois, o avistei. Saí andando normalmente mas, Karen me parou. Ela disse para seguir ela. Fomos chegando mais e mais perto dele silenciosamente. Ele estava remechendo em algumas coisas que estavam dentro de um carro e de repente notei Karen que estava logo atrás dele. Assim que ele se virou, Karen cerrou os punhos e nocauteou ele com um soco.Uns 3 minutos depois, Pedro acordou deitado no asfalto e a ponta da shotgun da Karen encostada em seu nariz.
- Levanta!
Ela disse, expressando até demais sua raiva nas palavras.
Pedro se levantou com as mãos na cabeça e parecia não entender nada.
- O que ta acontecendo?
- Ah, não se faz de bobo! Que que é isso aí?
Karen falou apontando pra arma que ela tinha me dado, mas que agora estava presa nas calças de Pedro.
- Bem...é uma arma.
- Eu sei disso porra! E eu também sei, que você tava querendo se safar com as nossa coisas! Acha que nós não iriamos atrás de você?Pedro ainda parecia confuso. Mas, depois se tocou:
- Peraí peraí! Deixa eu explicar!
Karen continuou com a arma na cabeça de Pedro.
- Vocês estavam dormindo e eu não achei uma boa idéia as acordarem. Resolvi então, preparar alguma coisa para comer, mas eu notei que tinhamos usado todos os suprimentos na sopa de legumes de ontem a noite. Peguei suas armas emprestadas e fui seguindo caminho pela ponte para encontrar comida dentro dos carros. Só que aparentemente, perdi a noção do tempo e fui longe demais.Quando parou de falar, Pedro deu de ombros. De primeira, eu aceitei a explicação, mas Karen resitou por alguns segundos antes de abaixar a arma. Era óbvio que ela não tinha acreditado nele.
Olhei para sua mão e vi algumas coisas: pão, manteiga, tomates e alface. Pedro seguiu meu olhar até sua mão, e me entregou a comida.
- Vocês devem estar com fome.
Eu assenti com a cabeça enquantos checava se os tomates ainda estavam bons.(Karen ON)
Não sei porquê, mas eu não acreditei nesse papo do Pedro. Não sei o que era, só me parecia extranho ele se importar em pegar alguns mantimentos para comermos de manhã. Se ele acha que vai poder ganhar minha confiança por fazer isso, fez muito pelo contrário. Só comecei a desgostar mais e mais desse cara.
Seguimos caminho pela ponte por mais umas 7 horas. Estava um dia nublado de chuva, e havia uma ventania que deixava um friozinho no ar. Depois, nos sentamos para fazer e comer alguns sanduíches. Antes de me sentar, rodei o lugar para ver se tinha algum zumbi dentro dos carros. Tinham 6 e um deles era uma criança de pelo menos 9 ou 10 anos. Nem pensei por um instante em falar isso para Lissa porque ela tem uma idéia de que eu sou uma pessoa sem coração e sempre a repreendo. Mas, como foi fácil para eu apontar uma arma na cabeça da criança, não posso me defender nesse caso. E devo admitir, os sanduíches estavam muito bons! Comecei a pensar no porque de eu não acreditar no Pedro. Ainda não tinha falado para Lissa ou a ele, que não acreditei mas, acho que deu para notar. Fiquei de olho nele enquanto ele e Lissa conversaram. Mas interrompi a conversa.
- Pedro. Você ja bolou um plano? Algum lugar para ir?
- Bem...acho que vou para Merrytown. Tenho uma vó lá e, ela deve estar viva. Ela é muito boa com armas. E segue o mesmo caminho que vocês estão seguindo e...
- Peraí, peraí...como é que você sabe para onde nós vamos?
Eu perguntei, o interrompendo irritada.
Olhei para Lissa, que imedietamente deu de ombros e disse que não tinha falado nada.
- Eu dei uma olhada no mapa que tinha na sua mochila hoje de manhã. Você tinha trassado o trajeto de vocês, foi assim que eu descobri.
Assenti com a cabeça ainda mais irritada.
- Podemos esclarecer uma coisa? Você pode por favor, não mecher nas minhas coisas? Nem da Lissa?Ficou um silêncio constrangedor no ar.
Mas eu não me arrependi nem um pouco de ter sido grossa. Quem ele acha que é para ficar mechendo nas coisas dos outros?
Ele olhou para baixo e assentiu.
Nos levantamos e continuamos a caminhar até o anoitecer. Montamos acampamento e assim que íamos dormir, começou a chover muito forte.
- Ótimo!
Disse Lissa, cobrindo a cabeça com a mochila. Do canto do meu olho, avistei Pedro esquivando se e tentando abrir a porta de um carro. Quando fui parar ele, o alarme do carro soou alto e todos nós ficamos imóveis.- Precisamos sair daqui. Esse barulho vai atrair muitos zumbis.
- E já esta atraíndo!
Disse Lissa, apontando para de traz de mim. Uma horda de pelo menos 12 zumbis, que aparentemente estavam dentro dos carros, vinham na nossa direçao. Começamos a correr ponte abaixo e quando estávamos quase sem esperança, Pedro avistou uma casa que se encontrava no final da ponte, a uns 80 metros de nós. Estávamos sem tempo para pensar. Será que seguíamos caminho até a casa misteriosa ou ficaríamos aqui e lutaríamos, criando o grande risco de morrer?
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A Epidemia
HorrorFaz uma semana desde que tudo aconteceu. O silêncio nas ruas e horrível. Encosto o carro e bebo um pouco de água. Faria de tudo para poder tomar um banho agora. Retomo a estrada, enquanto Karen esta olhando pela janela do carro, afiando e limpando s...