A mafia novel - O contrato: Amor ou prisão?

Capítulo 4

O avião aterriza e entramos em um carro que provavelmente vai nos levar para casa dele, ou como eu gosto de chamar minha prisão. Quando eu ainda era pequena fantasiava sobre conhecer alguém, me apaixonar... mas aos poucos fui aprendendo que esse não é o meu destino meu pai iria escolher meu marido quer eu goste ou não. E meu papel iria se resumir a ser uma perfeita esposa, falar somente o necessário, receber convidados, aguentar os abusos do meu marido e aquecer sua cama de noite... um futuro sombrio o qual eu sempre quis fugir mas nunca pude por conta da minha família.

Quando eu soube aos meus 7 anos quem seria meu marido tentei ser otimista apesar dos rumores sobre ele até aquela data nossas interações foram, agradáveis...? Bom ele nunca me fez mal e me tratou bem, era um começo... não éramos permitidos nos ver muito mas com o passar dos anos ele foi se tornando cada vez mais controlador me tirando da escola e me colocando em uma somente para meninas, controlando minhas amizades, ajustando meus horários... quanto mais velha eu ficava mais rigorosos eles se tornavam e com isso comecei a odia-lo se ele estava sendo assim quando nem éramos casados imagina depois...

Durante esse tempo só o vi outras 3 vezes tendo conhecimento de que ele seria meu marido. Nossas conversas foram supervisionadas poucas e breves por causa das regras rigorosas da máfia. Mas o que realmente me fez odia-lo com cada fibra do meu ser foi no nosso ultimo encontro no meu aniversario de 15 anos, eu estava dançando com um dos filhos dos soldados de meu pai Juan, zero malicia mas para ele foi considerado uma grande afronta eu ainda me lembro de tudo, quando Juan estupidamente desceu a mão até a base das minhas costa me puxando mais para perto dele e a próxima memória que eu tenho é ele, Riccardo pegou uma faca e cortou a garganta dele bem na minha frente seu sangue jorrou manchando meu vestido e meu rosto.

Ninguém fez nada para impedir nem o pai de Juan todos só ficaram olhando como se isso fosse normal eu no caso estava surtando como ele pode fazer isso!? A resposta: ele não tem sentimentos, é frio e cruel... ainda me lembro das suas mãos agarrando meu braço e me puxando para longe como se eu fosse uma criança malcriada que devia ser punida e meu pai nada fez a não ser observar... entramos em um cômodo e ele me prensou contra a parede, ainda consigo sentir seu hálito quente no meu ouvido e pescoço enquanto ele falava... "Você é minha entendeu? Não quero nenhum homem tocando em você pouco me importa se é amigo, família ninguém te toca! Você vai aprender a me respeitar Alejandra" ele enterrou o rosto no meu pescoço respirando meu perfume "No puedo esperar a tener tu en mi cama Alejandra..." e com isso me soltou e me deixou lá completamente chocada, e sem nenhum pedido de desculpas por ter matado meu amigo, arruinado minha festa e me ameaçado.

A partir daquele dia eu soube exatamente o tipo de vida que meu futuro reservava e não era nada bom... nunca mais fiz questão de ver-lo pra ser sincera preferia nunca mais encontrar aquele monstro na minha vida. Mas o destino é uma vaca pois não somente estou na presença dele como estou sendo obrigada a casar com ele 4 anos mais cedo.

"Chegamos Alejandra, venha sua família ja esta lá dentro" sua voz me tira dos meus devaneios enquanto saio do carro e observo a enorme casa de três andares, branca, lotada de seguranças... ele podia muito bem ter dito -Bem vinda a sua prisão ou ao seu inferno, como queira chamar- saio do carro com ele me acompanhando e a primeira coisa que avisto e minha família, sorrio aliviada eles estavam bem. Depois só sinto os braços da minha mãe a minha volta me apertando tento retribuir seu abraço mas ainda sinto dor por causa do tiro, felizmente no avião fui medicada e minha ferida tratada, mas minha mãe percebe minha dor e me solta abruptamente me olhando nos olhos "¿Qué pasó hija? Eles te machucaram...?" Ela fala a voz carregada de preocupação

"Ella está bien Gabriele, somente um tiro de raspão no braço mas ja foi tratado no avião" meu noivo responde por mim antes de eu ter a chance. E assim que vai ser..? Ele falando por mim? Mas só por cima do meu cadáver!

"Estoy bien mamá lo juro" tento sorrir mas acho que sai mais para uma careta, entretanto ela assente e vai para o lado do meu pai. Olho para ele, COMO ELE OUSA!! Tínhamos um acordo porém acho que ele percebe meu olhar de fúria mortal porque ele se apressa na minha direção e fala antes que eu faça algo ao qual vou me arrepender "Hablemos ahí mi pequeña, me alegro de que estés bien" ele me segura gentilmente pelo braço que não esta machucado e me leva em direção ao jardim, que devo admitir é lindo! Flores típicas e exóticas compõem a extinção do gramado, algumas arvores e um lindo banquinho no centro que é onde meu pai me leva e se senta ao meu lado.

"Era necesario hija, sinto muito não ter te informado primeiro mas... você viu o que aconteceu hoje na casa. Riccardo vai te protejer" ele fala com um pesar por não ter sido capaz de me protejer "Nossa sorte é que ele estava na cidade a negócios e passou para te visitar"

Olho meu pai incrédula "Sorte o caramba papa! Aposto que tudo isso foi por culpa dele isso se o mesmo Diablo não tiver orquestrado tudo!!"falo extremamente brava e me calo ao olhar mortal do meu pai. "Nunca mais repita essas acusações hija, agora estamos no território dele e você o irá respeita-lo!" Ele suspira e passa uma mão pelos capelos que estão cada vez mais brancos, não tinha percebido o quando esse acordo o estava exaurindo... " Lo sinto papa... mas mierda! Vocês não tinham esse direito! Tínhamos um acordo!"

"Lo sei Hija... mas tive que fazer o necessário para sua proteção e não me desculparei por isso. Você vai ficar aqui nesta casa com ele até o casamento. Não é seguro para você no Mexico" ele fala olhando nos meus olhos com uma pontada de tristeza e eu sei que apesar de odia-lo por ter me vendido meu pai me ama e vai ser difícil para ele me mandar para longe... ficamos lá por mais um tempinho até retornarmos para dentro da casa.

...

Abraço meu irmão apertado já que só iremos nos ver no dia do meu casamento e depois raramente... com ele sendo o próximo Capo do Mexico e eu casada com o Capo Italiano não vai ter tempo para nos encontrarmos, estava lutando contra as lagrimas. "Mi Hermana,  no llores." Ele me da um beijo na testa e olha nos meus olhos " Yo te amo, nunca se esqueça se precisar de qualquer coisa me liga" faço que sim e o abraço pela ultima vez quando ele sussurra em meu ouvido "se ele fizer algo com você me contate imediatamente que o matarei" olho para ele muito agradecida "Gracias hermano, lo amo mucho" me afasto e vou até minha mãe.

"No te preocupes mi amor, tu prometido te quiere tanto" ela fala me abraçando mas não podia esta mais errada aquilo não era amor e sim posse. Ele me tratava como propriedade "Você vai está segura aqui hija... daqui um mês nos vemos de novo" ela me da um ultimo beijo na bochecha se junta ao meu pai e irmão e juntos eles vão embora. Precisam retornar o mais cedo possível para o Mexico... mas assim que aquela enorme porta da frente se fecha me vejo sozinha com ele... meu futuro marido.