O grande dia.
Ensaiar, comer, ensaiar, descansar, correr para fazer o teste ao covid-19 de urgência e o momento chegou.
"Muita merda cuecue."
"O amor é cego."
"Isto é para ti."
-Pensei algumas vezes em comprá-lo.
"Já o tinha à algum tempo."
Mas tu já sabias disso.
Porque leste os capítulos anteriores.
"Sim eu vivo na esperança de que haja uma epifania."
-Não vai haver.
"É a única coisa que nos conecta."
"Não mais."
-Foi destino.
"Muitas coisas têm acontecido."
"Eu sou o Marshal!"
-Eu sou a Lily.
"Eu não quero ser o Marshal."
"Então xau, vamos falando."
-Sim, obrigada.
"Estou a ir para casa."
"Quem são todas estas pessoas??"
-Ele não te merece.
"Que abraço estranho."
-Está tudo bem?
"Vai ficar, o rum?"
Ficou tudo muito confuso depois, confesso que foi uma bebedeira daquelas que me fez ficar com uma ressaca bem pesada, mas por momentos não estava triste, nem infeliz, nem feliz, simplesmente não estava nada.
"Vimos o nascer do sol."
-Xau, até amanhã.
"Até amanhã."
Não dormi nessa noite, a casa estava cheia e a minha cabeça anestesiada agarrava se ao conforto.
"Não mais."