Q u a t r o

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"Estarei aqui quando você acordar. Eu prometo."

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Trilhas de bufadas escaparam de seus lábios enquanto ela estava diante de seu espelho novamente, olhando trêmula para o reflexo vazio. Seus olhos se fecharam no instante em que percebeu a horrível cicatriz do charuto de seu pai.

A ferida ainda estava vermelha, gotas de sangue cobriam a superfície, e mesmo assim era apenas uma marca de muitas — a cicatriz em si não a assombrava.

Era a maneira como isso a fazia se sentir, a maneira como a fazia pensar de si mesma.

Inútil, sem valor, sem esperança.

Ela se sentia enojada de si mesma.

Ela se odiava.

Cada cicatriz, cada hematoma, cada marca deixada por alguém além dela retratava um memória de fraqueza, um momento em que ela estava muito frágil, um momento em que seu corpo não era dela.

E ela se odiava, mais do que tudo, porque seu corpo não era mais dela. Sempre pareceu pertencer a outra pessoa, não importa o que ela fizesse.

Ela odiava tudo isso, ser um Avery, ser um dos sagrado vinte e oito.

Seu pai costumava ser o braço direito do próprio Lorde das Trevas, e ele era um mostro. Seu pai era um assassino implacável que deveria ter passado o resto de sua vida acorrentado em Azkaban, mas infelizmente não o fez.

O erro mais grave que ele já cometeu, de acordo com ele mesmo, foi Amelie. Ele sempre desejou um filho para carregar seu legado, e então, ele teve uma filha, ainda sim uma filha que acabou na Corvinal.

Ele a detestava.

Ele desprezava cada osso de seu corpo.

Ele desejava que ela morresse e, na maioria das vezes, ela também morria, por que viver uma vida em que você passa a maior parte dos seus dias sendo indesejado — não é algo que você faz sem sua mente te assombrando.

Amelie se encolheu com os pensamentos em que estava se afogando quando alguém bateu na porta de seu dormitório. Suas mãos emaranhadas em torno da camisa pendurada sobre a cadeira da mesa, puxando-a sobre a cabeça.

"Teddy—" Ela se levantou, suas bochechas coradas enquanto ela abria a porta.

"Ouça isso—" Seus olhos se fixaram nos de Theodore enquanto ele entrava em seu quarto com a cabeça enterrada em um livro. O mesmo livro que ele sempre carregava, murmurando algo sob sua respiração,

"Não desperdice seu amor com alguém que não o valoriza."

Amelie podia sentir sua mandíbula apertar.

Theo se jogou na cama, ainda olhando através doa lençóis, "Ou este aqui, pronta?"

"Não jure pela Lua, pois ela muda constantemente. Então seu amor também mudaria."

A cabeça dele voou das páginas para nivelar a dela, olhando para ela com um olhar altivo, "Bom, não é?"

Amelie rapidamente olhou para fora da porta, garantindo que ninguém o viu entrar antes de fechá-la depois.

Cursed | Draco Malfoy, 18+ (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora