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"Você não é a única."

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Amelie prendeu a respiração, olhando para a garota parada diante dela com os olhos arregalados.

Ela não podia acreditar que isso estava acontecendo. Pansy estava grávida de um filho de Adrian, e ela ficou lá, na frente dela com suas roupas rasgadas em pedaços.

'' É—'' Amelie engoliu enquanto seus joelhos enfraqueciam, '' É de Adrian?''

A mistura de alívio e agonia vacilou quando Pansy apenas ficou lá, olhando para ela com incredulidade — esperando que Amelie falasse o que pensava, mas ela não conseguia formar as palavras presas em sua garganta.

Pansy tropeçou até ela antes de cair no chão, e Amelie não demorou muito para segura-la. Ela se ajoelhou ao lado da garota quebrada enquanto seus braços envolveram a figura trêmula de Pansy.

Amelie podia sentir os ossos de Pansy desmoronando, seus gritos ecoando enquanto seu coração se partia. Adrian a despedaçou também.

“Pansy.” Amelie puxou o corpo trêmulo para dentro do dela, segurando firmemente ao redor dela, “Isso não é culpa sua, Pansy. Isso não é culpa sua. Você não fez nada para merecer isso.''

Pansy soluçou no peito de Amelie enquanto a segurava, de uma forma semelhante a como Theodore sempre segurava Amelie.

Ela estava dando a ela tudo que ele tinha dado a ela, e não importava para ela se era Pansy que ela estava confortando — a garota com quem seu namorado a traiu constantemente, porque para Amelie, todo mundo era digno.

O som de quebra nas lágrimas de Pansy estava fadado às de Amelie, e ela podia sentir o líquido salgado no canto dos olhos também.

“O que você quer que eu faça, Amelie?” Theodore sussurrou atrás dela, suas mãos em seus ombros enquanto ele se abaixava atrás deles.

Mas Amelie não sabia. Ela enfrentou esse sofrimento por anos e anos, se não por Adrian, então por seu pai. Ela sentiu isso um milhão de vezes, quando a primeira onda de difamação a atingiu — geralmente é um palavrão, um olhar cruel, mas eventualmente muda para um toque áspero, um não é considerado um sim,

E depois,

Ela estava atracada.

As escolhas que ela sempre pensou ter, a possibilidade de certo e errado, nunca mais seriam dela. O corpo que ela acreditava possuir, seu corpo, não era mais dela. Cabe a outra pessoa fazer o que quiser.

Ela não teve escolha.

Ela tinha que sobreviver a isso.

Pelo menos foi isso que ficou grudado em sua mente, depois de anos e anos de controle por outros seres humanos — ela não sabia que a única pessoa a quem realmente pertencera era ela mesma.

Os olhos de Amelie caíram sobre a garota ainda lutando em seus braços, e seu coração doeu. Pansy não merecia isso — ela nunca jurou sua vida neste inferno. Ela foi desencadeada, e Amelie cuidaria para que ela ficasse assim.

Cursed | Draco Malfoy, 18+ (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora