FIM

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HOSPITAL GRACE KELLY
MÔNACO
18 DE MARÇO DE 1995

Eu lembro quando eu tinha 20 anos e Caroline havia tido seu primeiro filho. Seu parto foi fácil. Mas eu sabia, de algum jeito, que meu menino iria me dar trabalho. A bolsa havia estourado às 8 da manhã. Ayrton estava ao meu lado da cama e eu, por um milésimo de segundo havia achado que tinha me mijado. E depois de dez horas sentindo contrações e esperando que minha dilatação aumentasse para finalmente tentar ter um parto normal.

Felizmente, eu conseguiria.

– Amor... – Chamei Ayrton, que estava nervoso e segurando uma toalhinha bordada com o nome do nosso futuro herdeiro. O papai de primeira viagem se aproximou de mim em um quase pulo e secou meu suor com a toalha branca com babadinhos azuis –...Implora pros médicos e pras enfermeiras... Que esteja lá. Eu não quero estar sozinha.

Ele assentiu, indo para o corredor, tentando conversar com os enfermeiros. Mas de nada havia adiantado. Os partos de Mônaco eram assim. Não eram como em Paris ou Roma, aonde o pai poderia assistir. Somente a equipe e a grávida era autorizada a entrar. Então, antes de ir para a sala de parto, Ayrton me deu um selinho.

– O Benjamin tem a mãe mais linda e forte do mundo... – Sussurrou – Eu te amo, amor.

Mesmo com a dor, sorri para ele não se preocupar. A equipe finalmente começou a se preparar para o parto normal.

Demorou 10 minutos fazendo força. E quando finalmente a pressão dentro de mim se cessou, o choro do meu filho ecooando pela sala branca, finalmente nenhuma dor era sentida.

– Um menininho, mamãe – A enfermeira tirou o excesso dos meus fluídos e colocou no meu peito nu, ainda ligado pelo cordão umbilical. Benjamin chorava e eu chorava junto.

Meu Benjamin... – Passei as mãos em seus cabelinhos ralos e em sua bochecha gordinha – Meu Ben...

– Mamãe, vamos cortar o cordão umbilical, banhar ele, tirar suas medidas e apresentar pro papai, ok? – A enfermeira chefe disse e eu assenti. Quando entreguei Benjamin, a enfermeira fez o combinado.

– Quer o umbiguinho dele? – A médica disse ao cortar e fazer o procedimento. Eu ri de nervoso mas aceitei.

– Benjamin é grandão, mamãe e super saudável – A enfermeira falou – Irei dar Benjamin para o papai.

Uma outra enfermeira colocou uma pulseira no braço dele, de cor azul.

"Benjamin Sebastién Marco Senna da Silva Grimaldi – 3kg300g, 18:18"

Depois daquilo, Ayrton ficou igual uma coruja e eu pude ser operada. Pedi para que seguranças ficassem de olho no meu filho, pois meu maior medo era ele ser trocado. Nos meses da gravidez, andei ao lado de Ayrton o tempo todo. O pequeno se segurasse mais uma  semana dentro da minha barriga, teria nascido brasileiro. Na próxima semana, a primeira corrida seria em Interlagos, porém, Benjamin decidiu agradar o parlamento, já que a mamãe dele pelo visto tinha menos juízo que um recém nascido.

Ayrton em 1994, venceu seu quarto campeonato me levando em TODAS as corridas. O Parlamento estava contente? Não, mas meu casamento com Ayrton estava ótimo e em um dia dos namorados, meu pequeno Príncipe foi concebido em um hotel de Montreal. Nós finalmente estávamos aliviados em ter um filho e, os políticos de Mônaco, um herdeiro homem.

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