Encontro

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1-
•Estralando• 

Yamaguchi Narrando

Dentro da sala de aula, em um dia comum de meio de outono: frio, nublado, sem graça, eu gostaria de falar que também era silencioso, mas na verdade... Eu estava com meus companheiros fones, em meus ouvidos  estralava, por um milhão de vezes a única música que eu tinha baixada em meu celular. Mesmo sem falar inglês eu poderia cantar "Maniac - Conan Gray", completa sem errar nenhuma palavra ou pronúncia.
Enquanto a professora chamava atenção dos alunos que bagunçavam a sala, meus ouvidos eram quase estourados pelas ondas sonoras completamente demasiadas para eles. Mesmo assim era melhor ver suas bocas apenas se mexendo, do que ter que vir a escuta-los.

Olhando para o rosto irritado da professora, ainda sem escutar sua voz, vi ela apontar para a porta, fazendo assim os alunos focarem nela por um tempo, enquanto isso eu apenas me questionava se eles realmente tinham 16 ou 17 anos, eles pareciam ter no máximo 5.
Em poucos segundos, quase como uma reação, da porta que a professora apontou entrou um garoto loiro e de óculos, ele correu seus olhos pelos alunos, logo pôs-se a se apresentar, eu não escutava as palavras que saiam de sua boca, todavia mesmo sem escutá-las, eu podia sentir a indiferença e ignorância, apenas no seu olhar calmamente monótono.

Logo que terminou sua breve apresentação era evidente a cara de interesse que se expandiu dentre garotas e garotos na sala, seja para um jogo, um relacionamento, um grupo focado em amizade, qualquer coisa. Ele era um perfil procurado?

Ele foi designado a ficar na carteira logo à frente da minha, ele se sentou e a aula continuou, a conversa, a baderna e o rosto emputessido da professora.
Deitei minha cabeça sobre meus braços, eu só quero poder voltar para a sala do clube mais cedo hoje, eu estou com tanto sono e sinto meus olhos tão pesados, eu adoraria poder nunca sair do meu quarto, é apenas meu, mesmo que cheio de livros velhos, jogos, filmes e eletrônicos, eu não deixava ele desarrumado, mas ele parecia meu refúgio, não que refúgios tenham que ser bagunçados, mas eles têm que ser um lugar onde você pode ser livre. Lá eu sou.

Assim como na sala do clube de literatura clássica, meu refúgio dentro da escola.
Senti meus olhos pesados, mas eu não devo dormir dentro da sala de aula, isso é completamente errado, mas de qualquer forma, eu não poderia ganhar do meu subconsciente.

Tsukishima Narrando:

Dês de que cheguei nesta sala o barulho não parou por nada, bagunça é o que mais se tem aqui. Porém não é isso que me incomoda, mas sim o barulho de uma música, a música vem da pessoa que se senta atrás de mim, aparentemente ela está de fone, já que o som está fechado, mas isso significa que se eu posso ouvir o que está passando no fone dela, eu nem quero saber como ela está ouvindo.

Eu não posso fazer nada além de pedir para que essa pessoa maldita abaixe isso pelo menos um pouco.
- Escuta você pode abaixar o volume da sua música, está me incomo- QUÊ? Ele está dormindo com uma música nesta altura?

É apenas um garoto de cabelos verdes, provavelmente pintados a pouco tempo, já que o verde estava bem vivo, ele tinha sardas e cochilava como uma criança. Sem perceber senti meu rosto queimar. Que caralhos?
Alguém gritou na sala, fazendo assim a professora gritar também. O garoto que eu olhava abriu os olhos. Ele acordou com um grito, mas os fones dele estavam estourando seus tímpanos e tudo bem?

Ele me olhou com seus olhos negros, eu me sinto um completo idiota. Que tipo de pessoa fica assim só de olhar para alguém? Pelo menos eu deveria tentar disfarçar.

- Pode abaixar um pouco seu fone? - Você já foi melhor em disfarçar antes Kei maldito!
- Professora eu posso sair um pouco? - Ele gritou e logo foi ouvido e permitido a sair pela professora.
- Me desculpe? - Ele indagou de como deveria se referenciar sobre eu.
- Tsukishima Kei.- Falei normalmente.
- Desculpa, Tsukki.- Ele disse se levantando e indo em direção a porta.

- Que merda acabou de acontecer?- Questionei-me, eu estava tão desconcertado apenas de olhar para ele? Dês de quando eu virei gay? Ele me chamou de "Tsukki"? Porque eu estou assim?

Meus pensamentos foram cortados quando chegaram um grupinho de 3 meninas e 2 garotos.

- Escuta cara, você não deveria falar desta forma com aquele cara. - O desnecessário número 1 falou.
- Ele é sempre muito estressado, mal educado, além de que ele tem péssimas manias, nem quero falar sobre isso, mas ele fica o dia todo na sala do clube de literatura clássica, só sai de lá durante as aulas. Que nojo. - a desnecessária número 2 falou.

Os outros riram.
- Certo, que nojo. - Falei, me levantando sem nem olhar para o rosto deles.

Eu podia sentir eles me olhando com ódio, mas não me interessava por eles, apenas pedi para sair e a professora deixou. Perguntei onde ele estava indo, ela disse que provavelmente para a sala do clube de literatura clássica, também falou que ela não se importa dele sair, sabe que a sala é um ambiente ruim, que de qualquer forma as notas dele são boas. Agradeci e fui direto para o lugar onde tinha os mapas.

Yamaguchi Narrando:

- Ele estava olhando para minhas sardas, ou não?- Falei acariciando minha pele enferrujada.
Eu acordei por que tinha alguém me observando. Eu poderia sentir os olhos dele me fitando mesmo se eu estivesse dormindo à horas.

É melhor voltar para a sala, vou apenas lavar meu rosto e ir.

Assim que o sono passou um pouco, abri a porta rápidamente e dei de cara com alguém.

Tsukishima Narrando:

Eu irei até o clube para ver se ele está lá e também já vou para entrar no clube,. Manias estranhas que ela não queria falar sobre?
Não sou alguém curioso, a verdade é que me interesso por poucas coisas, mas ele é sem dúvidas um dos meus novos interesses, quero conhecer mais sobre ele. Mas no fundo não sei o que estou fazendo! Um amigo? Eu estou perseguindo alguém?

Entrei e dei uma olhada pela sala ela estava fazia, bem arrumada também.
Mas como ele não estava lá apenas me direcionei ao banheiro, quem sabe ele tivesse ido lá.

Assim que abri a porta do banheiro me deparei com o garoto, quem eu procurava, caído no chão com o nariz sangrando além de alguns hematomas roxos e avermelhados em seus braços e no próprio rosto.

15 minutos depois.

Yamaguchi Narrando:

Tsukki apareceu com as nossas malas e com uma caixinha de primeiros socorros. Quando me encontrou logo me trouxe para fora, embaixo de algumas árvores e me encostou em uma delas, falou que já voltava, e agora está voltando.
Ele colou nossas malas na grama e se abaixou na minha frente, ele era alto e tinha uma cara de desinteresse. Porque ele me ajudava? Isso já era normal.

- É melhor você me explicar o que aconteceu, eu vou fazer curativos e limpar seus machucados, se doer me avise.- Ele blasfemou mexendo na caixa.

Eu não sei nem como começar a falar cobre isso. Ainda mais com um completo estranho.

•••

Essa fic será uma shortfic, eu quero colocar pontos bem específicos, mas claro, fazer de uma forma que o coração fique quentinho.
Obrigada e tchau.❤

•Seu Silêncio - Tsukishima&Yamaguchi•Onde histórias criam vida. Descubra agora