A gente tava no ônibus e eu e a Nanda começamos nos conhecer:
- E aí ? Tu nunca pegou um ônibus né?
- Já, na verdade, já!
-Mas e aí? Como era a vida no palacete?
-Bom e ruim. -eu ri.- Bom eu tinha de tudo e era feliz até minha mãe falecer e meu pai casar com a megera da minha madrasta que fez repressão psicólogica comigo com a ajuda da filhinha dela a "mini megera".
-Un, que interessante! Eu tenho uma vida meio pacata, e agitada ao mesmo tempo!
-Como assim?
-Moro na Rocinha então um dia não acontece nada e no outro uma invasão, então... É isso!
- Uau! E como é ? Quer dizer eu nunca fui nua favela então...
-A é normal, sei lá é a realidade de muita gente. Casas amontoadas, droga, gente sem nada, violência, mas também tem parceria, ajuda ( não do governo) do tráfico.
-Como assim? Em que o tráfico ajuda?
-Bom o tráfico é muito complicado de te explicar, a vida na favela é muito complicada eu acho melhor você ver tirar suas próprias conclusões no fim do que você acha sobre.
-Pode ser.
-Ei, não se assusta. Você vai gostar tem muita coisa boa lá também! Tem baile, pagode, tem a alegria das cores dos barracos, sabe?! É especial aquele lugar!
-Ta bom se você está dizendo.
Descemos num ponto perto do pé do morro passamos num mercadão e fomos para a casa da Nanda a pé.
O chegar no pé do morro tinha uns caras armários quase morri.
- E aí Nanda? Quem é essa? -disse o cara que portava um fuzil.
- Essa é a minha amiga Fulera, a Lana, ela vai passar uns tempos comigo!
- Preciso olhar sua mochila novinha. -ele revistou minha mochila- Agora é o seguinte encosta ali na parede que eu vou chamar uma mina aí pra te enquadra!
Ele chamou uma mina que mais parecia homem, toda bruta me revistou e me liberou
-Bom, podem subir. -disse o Fuleira- Satisfação novinha.
-Satisfação!
-Lana vamo subir que é longe!
Nós subimos até quase o pé do morro, todo mundo me olhando no meio do caminho umas garotas nos pararam:
- Olha lá a vaquinha tem uma amiguinha nova!
A Nanda enlouqueceu:
- Quem você chamou de vaca? Você está louca garota?
- Louca? Olha o jeito q você fala comigo! Sabe quem eu sou?
A Nanda respondeu de um jeito Incrível:
- Eu sei bem quem você é! Uma puta de quinta que acha que é mulher do meu irmão, mas na verdade é uma iludida nojenta!
A garota veio pra cima da Nanda e um motoqueiro veio separar.
-Ei, ei, vamo parando aí, que aqui não é puteiro pra puta fica brigando não!
Elas pararam no exato momento que ele ordenou. A Nanda olhou com olhos marejado de decepção pra ele cuspiu no chão me chamou.
-Vamo Lana.
O cara andou cada um ir cuidar da sua vida e subiu atrás da Nanda:
-Nanda!
Ela me olhou e disse:
-Continue andando. Finge que não tá escutando.
O cara para com a moto na nossa frente impedindo de nós continuarmos.
- O que você quer? - perguntou a Nanda.
-Olha, o que foi?
- O que foi Lima? Tu me chama de puta na frente da favela toda e me pergunta o que foi?
- Olha não foi pra você, foi só pra por respeito.
-Vai se fude, você e seu respeito. E sai da minha frente que eu tô atrasada.
- Quem é essa mina aí?- Minha amiga , Lana, vai morar comigo e com a minha mãe.
- Ah e da onde é essa mina?
-Não te interessa. Vamo Lana.
Nós demos a volta e logo chegamos na casa da Lana. Não era a mansão, mas era uma casa boa: três quartos com banheiro, sala, cozinha, banheiro social, quintal tinha móveis novos.
-Nossa sua casa é linda.
- Até parece, falou a garota que morava na mansão.
-Não é que eu não esperava... -Nanda me interrompe.
-Não esperava uma casa descente né?
-É. -Baixei a cabeça envergonhada.
- Ei relaxa. Normal.
Rimos e ela começou falar:
-Aquele cara lá era o Lima, ele ajuda o comandante do morro, temos um lance. Sou apaixonada por ele. E ele diz que é por mim.
-E quem é o dono do morro?
-LK, ele é como se fosse um irmão pra mim. Minha mãe era amiga da mãe dele, crescemos juntos...
-Por isso que você não julga o crime né?
-Eu não sei se julgo ou não. Depende do crime. Tem coisas que LK faz que eu não gosto e ele sabe.
-Entendi. -mas você não tem medo de confrontar ele assim.
-Não, o LK jamais deixaria ele fazer algo comigo, mesmo sendo o babaca às vezes.
-Por que babaca?
-Porque o LK às vezes acaba objetificando a mulher, se acha o superior e negocia mulheres.
-Como assim? Uma vez ele pegou uma menina e ficou com ela até o pai quitar a dívida. Eles transavam e faziam de tudo ela se apaixonou ele não, o pai dela pegou ele o LK desceu a mina como se ela fosse nada. Diz ele que ela não valia nada. E eu acho q pode ser verdade, porque ela dava em cima do Lima também. Enfim, ele não era apaixonado por ela.
-Nossa que fita, jamais imaginaria isso. Meu Deus!
-Sim, mas vamo vou te mostrar seu quarto.
Ela me mostrou um quarto lindinho branco com guarda roupa e escrivaninha uma cama de casal, mais que suficiente para mim.
Agradeço ela e fomos tomar banho cada uma em seu banheiro ela mandou eu me arrumar porque hoje tem baile.
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VENDIDA
Teen FictionLana foi vendida para um traficante. Até que Lucas LK transforma sua vida e a transforma na primeira dama do morro.