Capítulo 4

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Capítulo 4: Ecos de um Passado Amargo

O salão estava vibrante, iluminado por luzes suaves que refletiam nas taças de cristal e no riso dos convidados. O ambiente era uma mistura de elegância e ostentação, mas para Brasil, o brilho e o glamour do evento eram apenas uma distração. Ele estava cercado por amigos – China, Rússia, e North Korea – e, ao seu redor, risadas e conversas ecoavam como uma melodia distante. Entretanto, ele não conseguia se desligar da sensação inquietante que o acompanhava durante toda a noite. A sensação de que algo estava prestes a acontecer.

De repente, um calafrio percorreu sua espinha, um aviso que ele conhecia muito bem. Algo estava errado. Ele sentiu que estava sendo observado, e essa percepção rapidamente se transformou em uma certeza desconfortável. Brasil virou-se discretamente para o lado, tentando identificar de onde vinha aquela energia familiar. Seus olhos se fixaram em uma figura ao longe, junto à porta do salão. Era ele.

EUA estava ali, parado, encarando Brasil com um olhar que o perfurava. Brasil sentiu o sangue fugir do rosto. A última pessoa que ele queria ver naquela noite era o ex-marido, especialmente após o divórcio tumultuado que ainda não estava completamente finalizado.

Brasil cutucou o pé de Rússia de forma discreta, um gesto silencioso que não passou despercebido pelo amigo. Sem precisar de mais explicações, Rússia seguiu o olhar de Brasil, fixando seus olhos frios na figura do americano, que se destacava entre os outros convidados.

— China... EUA está aqui na festa e está encarando o Brasil — murmurou Rússia, mantendo o tom baixo, como se não quisesse perturbar a frágil tranquilidade da noite.

China, que estava ao lado de Brasil, olhou de forma discreta para a porta do evento, observando calmamente a cena. Lá, junto da família do americano, estavam Portugal e Espanha, os pais de Brasil. Era uma visão desconcertante – duas famílias que outrora haviam apoiado a união de Brasil e EUA agora pareciam estar de alguma forma aliadas novamente, como se o tempo não tivesse passado, como se o divórcio não tivesse deixado cicatrizes profundas.

— Eles sabiam que você viria para esse evento, Baxi — comentou China com um tom suave, chamando Brasil pelo apelido carinhoso que usava em momentos de preocupação.

Brasil desviou o olhar de EUA, o coração batendo forte no peito. Ele não estava preparado para um confronto, não naquela noite. O divórcio ainda era uma ferida aberta, marcada por discussões amargas e uma batalha emocional que parecia não ter fim. Ele sabia que o simples fato de ver EUA ali era suficiente para reavivar toda a dor que estava tentando enterrar. EUA não havia superado o término, e Brasil sabia que o americano não deixaria as coisas se resolverem tão facilmente.

Brasil respirou fundo, tentando se recompor, mas o calor que subia pelo seu rosto era incontrolável. EUA, percebendo que tinha capturado sua atenção, começou a caminhar na direção dele. Cada passo do americano parecia carregar o peso de uma história inacabada, uma trama de amor e ódio que ainda prendia os dois em um ciclo vicioso.

Antes que EUA pudesse chegar perto, North Korea, que estava ao lado de Brasil, percebeu a aproximação do americano e imediatamente ficou tenso. Os olhos de North Korea escureceram com uma mistura de ciúme e possessividade. Sua obsessão por Brasil era algo conhecido, mas naquela noite, com EUA se aproximando, essa obsessão parecia ter se transformado em uma fome insaciável de proteger o homem que ele desejava de forma doentia. EUA representava uma ameaça, não só à proximidade que North Korea vinha tentando cultivar com Brasil, mas também ao seu controle obsessivo sobre o que ele considerava ser seu.

EUA finalmente chegou perto o suficiente para falar, e Brasil pôde ver o brilho nos olhos do ex-marido. Era o olhar de alguém que não aceitava a derrota, de alguém que não estava disposto a abandonar aquilo que acreditava ser seu por direito.

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