Capítulo 5

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Capítulo 5: Laços Rompidos e Desejos Obsessivos

— Brasil! North! Venham ver isso aqui! — ele chamou, sua voz arrastada pelo álcool que já o havia dominado há horas.

Brasil, que até então estava tentando ignorar a confusão que seu amigo embriagado causava, lançou um olhar incerto para North, que estava ao seu lado, encostado contra a parede com uma expressão impassível. Os dois se aproximaram, já acostumados com as explosões de humor e riso de Rússia. No entanto, a família de Brasil, junto com EUA, que estavam próximos, não disfarçavam o desconforto.

Assim que Brasil e North se aproximaram de Rússia e viram o que estava no telefone, eles congelaram. O vídeo, uma montagem grotesca e maldosa de Baxi, ridicularizava em um momento embaraçoso de sua vida pública. Rússia gargalhava, incapaz de controlar a alegria que aquilo lhe trazia, e logo North, também influenciado pelo ambiente, soltou uma risada, ainda que contida.

Brasil, por outro lado, não conseguia encontrar humor naquilo. A cada risada de seus amigos, ele sentia algo crescer dentro de si — não era raiva, mas um incômodo que ele não conseguia definir. Ele sabia que a noite estava indo para um rumo que ele não queria seguir. Além disso, havia outra coisa perturbando sua mente: a presença de North, que tinha se tornado cada vez mais magnética para ele.

De repente, a voz cortante de China se fez ouvir, carregada de uma frieza que desafiava o calor do momento.

— Como vocês podem ver, Baxi não está interessado no que vocês têm a dizer. — Ele sorriu de forma maliciosa, os olhos brilhando com algo perigoso. — Poderiam se retirar para que possamos aproveitar a noite?

A sugestão clara de que aqueles que não estavam à vontade deveriam sair era como uma lâmina que cortava o ar. Brasil sentiu o peso da pressão. Ele não queria causar uma cena, e muito menos ser o centro de uma discussão. Então, ele acenou para sua família e para EUA, sinalizando que era hora de partir.

Mas havia mais em jogo naquela noite do que apenas o fim de uma festa.

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Brasil sentiu-se aliviado quando finalmente ficou sozinho com North, afastando-se do peso emocional da discussão familiar. O silêncio confortável entre os dois era uma bem-vinda mudança. Eles decidiram ir até a casa de praia de Brasil, buscando relaxar e aproveitar o que restava da noite.

A casa, com sua arquitetura moderna e minimalista, era um refúgio isolado, onde o som do mar batendo nas rochas criava um ambiente quase terapêutico. Entrando na sala principal, Brasil suspirou aliviado, já se sentindo mais relaxado longe de toda a tensão do evento.

— Esse lugar é incrível. — North comentou, seus olhos vagando pelo espaço, mas logo voltando a se focar intensamente em Brasil. — Tranquilo. Diferente de tudo que aconteceu hoje.

Brasil concordou, mas não conseguia ignorar a presença de North ao seu lado. Nos últimos dias, essa presença tinha começado a despertar algo nele, algo incontrolável. A proximidade de North estava começando a mexer com ele de um jeito que ele nunca tinha imaginado.

Eles se sentaram no sofá, trocando algumas palavras e sorrisos, mas o clima entre eles estava se transformando em algo mais denso, mais carregado de expectativas silenciosas. Brasil sentiu sua pulsação acelerar, enquanto olhava para North, seus pensamentos mais profundos se confundindo.

— Sabe, North... — Brasil começou a falar, sem saber ao certo onde suas palavras o levariam. Mas antes que pudesse completar a frase, seus olhos encontraram os de North de uma maneira que os calou instantaneamente.

Os dois ficaram parados, em silêncio, seus rostos perigosamente próximos. Por um momento, Brasil sentiu que iria ceder à tentação, seus lábios quase tocando os de North. O desejo era palpável no ar, como uma força invisível que os puxava um para o outro.

Mas no último segundo, Brasil se afastou bruscamente. O coração batendo forte contra o peito, ele sabia que algo assim mudaria tudo.

— Acho que preciso de um pouco de ar. — Ele murmurou, levantando-se rapidamente e caminhando em direção à varanda.

North o observou com olhos intensos, mas não disse nada. Apenas sorriu de maneira enigmática, como se soubesse algo que Brasil ainda não havia admitido para si mesmo.

— Eu vou embora então. — North se levantou, ajeitando a jaqueta. — Mas nos vemos em breve, Brasil. Muito em breve.

Com isso, North saiu, deixando Brasil sozinho com seus pensamentos turbulentos. Ele respirou fundo, tentando se acalmar, mas a inquietação não passava. Havia algo entre ele e North, algo que ele não conseguia ignorar. Algo que, ele sabia, só iria crescer.

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Enquanto dirigia de volta para casa, North não conseguia tirar Brasil da cabeça. O toque quase imperceptível, o desejo não concretizado... tudo isso alimentava algo mais profundo, mais sombrio dentro dele. Sua obsessão por Brasil já existia há algum tempo, mas agora ela se tornava incontrolável. Aquele momento, aquele quase-beijo, só serviu para acender ainda mais o fogo que queimava dentro dele.

North sabia que não era só desejo. Era algo mais. Algo que o consumia completamente.

"Ele vai ser meu", pensou North enquanto dirigia pela estrada deserta. "Não importa o que eu tenha que fazer."

A noite, que antes parecia prestes a terminar, agora se transformava em um prelúdio de algo muito mais sombrio e perigoso.

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Neste capítulo, aprofundei o conflito emocional de Brasil com sua decisão de se divorciar de EUA, bem como a crescente tensão entre ele e North, culminando em uma quase transgressão e na obsessão cada vez mais sombria de North por Brasil.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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