Capítulo 07 - Duas versões de uma história

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Após terem recebido as novas informações sobre Lisa, todos naquela casa não sabiam bem como deveriam agir. Ela ter feito parte do clã Foot já era algo que gerava burburinhos entre eles, mas ela ser filha de seu arquinimigo deixava tudo ainda mais conflituoso. No entanto, as relações dela com o Clã Foot também tornavam as coisas um pouco mais simples de compreender, afinal, sabiam que após ser traída daquela forma, Lisa dificilmente manteria a mesma lealdade de antes.

Depois de se abrir com os demais, Lisa estava um pouco mais reclusa novamente, afinal, sabia perfeitamente que o nível de proximidade que possuía com o Destruidor poderia afetar sua relação com eles, mas seria paciente em reconquista-los novamente caso fosse preciso.

Ficou feliz que mesmo com a nova noticia, Leonardo não desfez o acordo das duplas entre eles e Donnie também não se opôs em continuar junto a ela ao longo daquela semana. Ao ver de Lisa, apenas Raphael parecia ter criado mais desafeto e desconfiança por ela, mas bem... Isso lhe parecia ser algo mais relacionado ao próprio Raphael do que a si. Além disso, logo seria dupla dele também, então em breve veria sua teoria com seus próprios olhos.

Naquele momento estava novamente junto a Donatello, desta vez na sala do esconderijo subterrâneo. Ele estava entretido fazendo algumas modificações em seu robô Metal Head e Lisa estava mexendo no computador, com um pouco de dificuldades.

-Hm... Donnie, como eu volto pra página anterior?

Desviando o olhar do que fazia, Donatello levanta seus óculos de proteção para o alto de sua cabeça e se estica para perto dela, espiando a tela.

-Aqui. – Aponta, observando ela fazer o que ele dizia e soltar um "Hmmm" num ar de "Entendi". – É mesmo a primeira vez que mexe em um computador?

-Uhum! Eu fui criada nos moldes tradicionais, então eu nunca tive muito acesso à tecnologia. – Responde concentrada no que lia.

-O que isso quer dizer? – Curioso.

-Quer dizer que além treinar, eu aprendi literatura japonesa, postura, bons modos... – Suspira. – Boa ninja, obediente esposa.

-Oh... – Meio surpreso. – Hm... Não parece divertido.

-Não era! – Leve riso. – Mas... Queria agradar meu pai.

O olhar e sorriso de Lisa ficam distantes novamente enquanto continuava lendo a página na tela do computador. Vendo aquela mudança de humor, Donnie decide trocar de assunto.

-E o que está pesquisando? – Espia a tela novamente, ficando curioso ao ver a imagem de um tipo de flor cor de rosa. – Flores?

-Isso é um Oleandro. É um tipo de flor também conhecida como Espirradeira. É uma planta tóxica.

-Oh! Venenos! – Lisa acena com a cabeça. – Quer produzir veneno com isso?

-Sim! Com essa planta posso fabricar venenos de vários espectros, dependendo da concentração. Quero fazer um paralisante.

-E como vai achar isso?

-Na verdade é uma planta bem comum nas casas das pessoas. Muitos nem sabem o quanto elas são venenosas.

-Eu também não saberia! Parece inofensivo olhando assim.

-A botânica é um universo interessante, Donnie!

-Estou vendo!

Donnie voltou a trocar os circuitos elétricos de Metal Head, recolocando seus óculos de proteção para soldar as placas e fios em seus devidos lugares, enquanto isso, Lisa voltou a ler as páginas do PDF de um livro de botânica que havia encontrado online. Seria divertido voltar a cultivar plantar e produzir venenos a partir delas, afinal, já havia um bom tempo que não fazia aquilo. Iria precisar de material para isso, mas nada que não encontrasse por aí ou que não pudesse pegar emprestado de Donnie. Além disso, assim como podia criar venenos, também sabia como criar medicamentos e isso poderia ser útil dado que eles viviam isolados em um esgoto e caso precisassem, não poderiam ir ao médico. (Ou a um veterinário).

A Imperatriz do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora