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Aproveitem a leitura! 💖📖

Bônus Vitor

Caraca, estou paralisado aqui, deitado na cama, tentando processar. Henrique vai voltar. Puta merda. Sempre fui de quatro por ele, e só de pensar em vê-lo de novo, um turbilhão de emoções toma conta de mim. Não gosto de lembrar como nossa
história terminou. Foi intenso, doloroso... E muito marcante. Ele foi meu primeiro beijo, a primeira pessoa para quem me
entreguei de corpo e alma. Meu único amor. Henrique, minha total perdição. Não consigo contar o que aconteceu entre nós, pois a ferida ainda dói muito, como se fosse ontem.

E assim eu passei a tarde dessa linda sexta-feira: deitado, imerso em
memórias que me rasgam por dentro. Minha vida mudou tanto desde que ele foi embora.

Quando o relógio marcou 19h, ouvi a voz da minha mãe chamando para o jantar. Respirei fundo, tentando afastar os
pensamentos antes de descer.

Vitor: Oi, mamãe. Oi, papai.
— Cumprimentei os dois, dando um beijo em suas bochechas antes de me sentar.

Eles me receberam com sorrisos
calorosos. Meus pais sempre foram incríveis. Eles sabem que sou gay e nunca demonstraram preconceito, muito pelo contrário, sempre me apoiaram em tudo.

São exemplos de amor e compreensão. Meu pai, Miguel, é ginecologista, e minha mãe, Vitória, é diretora da rede hospitalar que construíram juntos.

Miguel: Oi, meu filho. Como foi sua tarde? — perguntou, me puxando para um rápido abraço antes de se sentar.

Vitor: Passei a tarde pensando, deitado pra ser mais exato. —Respondi, tentando soar casual.

Vitória: E posso saber no que meu filho tanto pensava? — perguntou, franzindo a sobrancelha enquanto se servia.

Vitor: Nada demais, mamãe. Só besteiras minhas. — Não era exatamente mentira, mas também não era toda a verdade.
Meus pais são muito protetores. Se soubessem o que Henrique fez, tenho certeza de que iriam atrás dele, e não quero criar mais problemas. — Posso sair hoje? — Acrescentei, mudando o rumo da conversa. Mesmo sendo maior de idade, gosto de demonstrar respeito por eles, já que ainda moro em casa.
Meu pai levantou uma sobrancelha com um sorriso de canto.

Miguel: Qual a balada da noite?

Vitor: Houser Girl. É uma balada nova que abriu no centro.

Eles assentiram, e Linda, nossa empregada, entrou na sala trazendo a comida. Linda é mais do que uma funcionária para nós; é como uma avó. Trabalha com meus pais desde que se
casaram, há 25 anos, e faz parte da família. Ela sempre senta à mesa conosco.

Vitória: Ok, pode ir. — disse, sorrindo, mas continuou: — Aliás, eu e seu pai vamos passar o fim de semana na fazenda da família de Alice. Os pais dela vão, a mãe de Melissa, os pais de Matheus e os de Henrique. Linda vai visitar a família dela.
Estamos precisando de um descanso. Quer ir ou prefere ficar? — Ela arqueou uma sobrancelha, esperando minha resposta.

Henrique na fazenda? Eu, preso lá, forçado a sorrir? Nem pensar.

Vitor: Não, mamãe. Vou ficar. Quero adiantar algumas coisas da  faculdade. — Respondi com a voz mais convincente possível.

Meu Tio PossessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora