A primeira vez que Lucien o viu, foi em um Baile do Equinócio organizado pelo Corte Outonal. Lucien observou o Grão Senhor da Corte Noturna parado em um canto, com desdém consumindo suas feições e sempre, sempre, com aquele sorriso maldito no rosto. Naquela época, Lucien tinha apenas 16 anos; ainda muito jovem e com os hormônios à flor da pele. Disse a si mesmo que era normal não parar de olhar para Rhysand, disse a si mesmo que era normal pensar nele todas as noites ao enfiar o pau nas próprias mãos.
O fato é que ele não podia se permitir divagar sobre Rhys. Desde que ele era uma criança, Lucien foi avisado para sempre se preocupar com todos os Grão Senhores, mas em especial aquele da Corte Noturna. Ele não conseguia entender bem o porquê, Rhysand não parecia ser perigoso, ele era charmoso, lindo, elegante, gostoso ...
Mas Lucien entendeu quando ele tinha 27 anos. Era a comemoração do Solstício de Inverno e por uma razão desconhecida, o Grão Senhor da Corte Noturna apareceu na Corte de Inverno para celebrar a noite mais longa do ano. Como de costume, Lucien não conseguia tirar os olhos daquela beleza mortal, ainda mais quando aquele par de olhos violeta estava olhando para ele tão de perto.
Lucien havia encontrado Rhysand em uma varanda isolada do Palácio de Inverno. Eles ficaram sozinhos e por um longo momento, era apenas ele e o Grão Senhor, olhando um para o outro sem um único som para perturbá-los. Eles se olharam por tempo suficiente para Lucien perceber por que ele era tão perigoso; ele tinha certeza de que Rhysand era feito da noite, e não uma noite simples, mas a mais poderosa. Como alguém poderia ameaçá-lo assim com um único olhar, com uma única maneira? E ainda, como alguém pode parecer tão assustador, mas ainda extremamente atraente?
Lucien não sabia a resposta.
O Grão Senhor foi o primeiro a desviar o olhar. Ele revistou Lucien e deu-lhe um sorriso zombeteiro. Um sorriso que fez o fogo dentro das veias de Lucien ficar selvagem, pronto para explodir, mas ele o segurou. Ele pelo menos o segurou o suficiente até que o cabelo escuro de Rhys não fosse mais visto e ele pudesse aliviar seu poder.
Mais tarde naquela noite, ele teve que se aliviar com um cara aleatório que Lucien queria que pelo menos se parecesse um pouco com o Grão Senhor.
Agora, um século depois, Lucien olha para o Rhysand, que estava rindo da piada de seus amigos, e pergunta como todos os seus sentimentos reprimidos terminaram. A resposta desta vez ele sabia; Jesminda. Só de lembrar dela, era como sentir uma faca afiada passando por seu coração e chegando a sua alma.
Eles estavam na Corte Estival; O Baile do Solstício de Verão estava acontecendo em uma barca, as pessoas dançando e bebendo aqui e ali e o sol escondendo seu rosto atrás do mar. Era o primeiro evento nacional de Lucien como cortesão da Corte Primaveril; um trabalho legal se você perguntar a ele, mas não um que ele planejou.
Ele localizou sua mãe na multidão. A Dama da Corte Outonal estava olhando para ele, a dor visível em seus olhos. Lucien queria falar com ela, queria abraçá-la, queria fazer tudo o que seu pai o proibia de fazer. Ele sentia saudades dela.
Mas ele sentia mais falta de Jesminda.
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A Raposa da Noite
RomanceDesde que ele era uma criança, Lucien foi avisado para sempre ter cuidado com todos os Grão-Senhores de Prythian, em especial aquele da Corte Noturna. Ele não conseguia entender muito bem o porquê; Rhysand não parecia ser perigoso, ele era charmoso...