Capítulo 5.

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A chuva caia na Corte Primaveril enquanto o luar passava entre as folhas verdes para atingir a bela residência localizada em torno de rosas. Lucien a estava assistindo com a cabeça escorada na janela; ela vinha forte. A chuva, Jesminda amava a chuva. Por ser da Corte Outonal ou não, ela adorava como isso era livre e independente. Lucien ainda se lembra da sua antiga amante dançando sob a chuva, encharcada, mas com o sorriso mais lindo que ele já vira.

Agora, toda vez que Lucien vê a chuva, ele se lembra dela. Foi injusto. Tão injusto quanto a noite o faz lembrar de Rhysand.

Era engraçado. Pelo menos ele poderia rir de sua vida miserável, ao invés de chorar.

Ele teve muito tempo para pensar no que fazer. Depois do Baile de Verão, ele chegou em casa e sentiu o vazio rasgando seu coração. Ele estava lá, deitado na cama esperando o sono pegá-lo. Mas, como Rhysand, o sono não o pegou.

E talvez fosse uma coisa boa. Talvez fosse um sinal para que Lucien não se arrependesse de chupar o Lorde Supremo novamente. Talvez fosse até mesmo o espírito de Jesminda colocando Lucien longe de Rhys. Mesmo que Lucien ... Mesmo que Lucien sinta interesse em Rhysand. Ele não estava fazendo nada de errado, estava?

Além de foder o inimigo do seu mestre.

O que aconteceu entre Tamlin e Rhys? Ele ainda não perguntou a Tamlin sobre isso. Não é que como se ele estivesse com medo, era que ... Ele não queria algo que parecesse trazer de volta a dor para seu amigo. Ele seria eternamente grato a Tamlin, não importava o que acontecesse, e ser um saco de batatas chato em seu ombro não parecia uma boa maneira de retribuir o favor. 

Então, Lucien concordou em ser seu cortesão e ... seu amigo.

Porque Lucien reconheceu que Tamlin era tão solitário quanto ele. Mas agora ... eles estavam juntos agora.

E ele poderia negar seu desejo a Rhysand por ele. Para ele, mas principalmente para ela.

Certo?

Lucien desejou estar certo.

***

A multidão estava barulhenta como sempre. Pessoas conversando aqui e ali enquanto a orquestra tocava diferentes tipos de música; animadas, românticas, ambientais. O brilho do gelo brilhava nas paredes e no teto curvilíneo do Palácio de Inverno. Lucien tinha certeza de que poderia navegar por este lugar como se fosse sua casa.

Mas Lucien estava cansado de conversar com as pessoas, dançar e balançar entre corpos e comer a comida típica do inverno. Ele precisava de um tempo sozinho. Após a morte de Jesminda, ele sempre precisava de um tempo sozinho; apenas parecia errado se divertir quando ela não estava mais perto dele.

Ele se dirigiu para o corredor principal, onde retratos dos Grão Senhores anteriores estavam pendurados nas paredes. No meio dela, porém, havia um cruzamento que levava a outros dois corredores, o da direita era o caminho para chegar à famosa varanda onde ele chupou o Grão Senhor da Corte Noturna. O caminho oposto, à sua esquerda, conduzia a onde havia uma escada e outras portas fechadas que Lucien nunca ousou explora-las.

No entanto, agora que ninguém estava sentindo sua falta, ele poderia entrar naqueles quartos apenas para matar a curiosidade da arquitetura do Palácio de Inverno.

Ele entrou em todos eles; eram quatro portas no total. Os quartos, apesar de não serem iguais, eram todos amplos e luxuosos, alguns repletos de móveis para criar uma atmosfera de sala de estar, outros pareciam um escritório. Mas o caminho atrás da escada chamou a atenção de Lucien; estava aberto. O vento de inverno entrava livremente pelos pilares de mármore. Havia jardins verdes, graças à magia, circundando o corredor para outra seção de portas e escadas. Uma fonte foi vista no jardim esquerdo e ...

A Raposa da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora