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     Bruno

Hoje completa seis meses que meus pais e irmãs se mudaram, assumi o morro somente por modo de falar mesmo.Enzo esta esse tempo todo tentando me ensinar tudo que preciso para não estragar as coisas de vez, no inicio achei um saco parecia que estava andando de bicicleta com alguém que insistia em me segurar mas agora já estou agradecido por uma pessoa me ajudar.

     Meu pai nunca me mostrou nada desse mundo, minha mãe não permitia queria que eu estudasse e fizesse algo diferente.Ainda me lembro do seu olhar decepcionado no dia que pedi para ocupar o lugar do meu pai e também do seu olhar no dia em que foi embora.Minha intenção nunca foi chatear ela e nem poderia, desde antes de nos pegar para criar sempre tratou eu e Tais com muito carinho.

    Fico triste por minha mãe não aprovar a minha escolha, mas é o que quero para mim e vou fazer de tudo para poder ser melhor que meu pai.Quero ter meu próprio nome mal entrei nesse mundo e já estou farto de ser a sombra do Lukinhas.

    Saio dos meus pensamentos quando alguém bate forte na porta do quarto, só pode ser o Enzo o cara parece que nem dorme.Me levanto rápido e procuro uma bermuda na cômoda, Enzo bate mais forte na porta me irritando.

Bruno:-Já vou!-grito com raiva, quando abro a porta percebo que Enzo não esta muito bem ele parece abatido e me preocupo.-O que foi? Porque esta com essa cara?

Enzo:-Minha mãe não esta nada bem.-suspira pesado e fico triste por ele.

Bruno:-Posso fazer alguma coisa para ajudar?

Enzo:-Na verdade vai fazer algo para se ajudar.

Carla:-Podem conversar lá fora?-pergunta sonolenta e Enzo rola os olhos.

Bruno:-Levanta logo, não quero sua mãe reclamando no meu portão de novo.-peço a encarando mas ela só ri e vira para o outro lado.-Tô falando sério, vou ir ali falar com o Enzo e enquanto isso você levanta e se veste.

   Carla não é muito mais nova que eu tem dezessete anos com um corpo lindo e cabelos ondulados bem pretos que vão ate a cintura, é uma morena baixinha que me deixa doido.Dalva a mãe dela é aquela típica mulher de igreja que prende tanto os filhos que eles escorregam entre os dedos, já discutimos algumas vezes ou melhor ela berrou e eu só escutei.Não tenho culpa de nada Carla foi quem se aproximou de mim em um dos bailes ficamos e só no dia seguinte descobri de quem ela era filha e da pior forma possível sendo parado na rua por sua adorável mãe.

Vou com Enzo ate o andar de baixo e seguimos para a cozinha.

Enzo:-Quando vai mandar a criança de novo para a mamãe?-pergunta com desdém enquanto senta em uma baqueta da cozinha.

Bruno:-Não começa com a implicância, ela já vai fazer dezoito em pouco tempo e ate onde sei foi com essa idade que minha mãe engravidou da Amara.-falo pegando um requeijão na geladeira.

Enzo:-É diferente.

Bruno:-A única diferença é que da minha mãe você gosta, tirando isso esta tudo igual.-passo o requeijão no pão já incomodado.-Espera, na verdade não esta tudo igual porque garanto que se ela engravidar eu assumo minha responsabilidade.-um silencio constrangedor toma conta da cozinha, não odeio ou tenho rancor do meu pai pelo o que rolou com a minha mãe antes mas o certo é o certo não posso fingir que ele foi perfeito em tudo com ela.

Enzo:-Vamos deixar esse assunto para lá, o que vim dizer não tem nada haver com isso.

Bruno:-Você já disse que sua mãe não esta muito bem, se quiser ir ver ela pode ir despreocupado e ficar o tempo que achar necessário.

Enzo:-Eu preciso mesmo ir ver ela e também a Catarina, ela não veio ate hoje para o morro porque quer cuidar da avó.

Bruno:-Vai mesmo e cuida delas, não perca essa chance.

A História do Herdeiro (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora