Declaração

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Esse já é o último! Espero que gostem, eu me diverti muito escrevendo essa fic kkkk

⧪⧪⧪

Bakugou não admitiria nem sob tortura, mas, parado em frente ao dormitório da sala 3-J do curso de suporte, onde o Bakusquad tinha descoberto que a garota morava, ele se sentia sim um pouco culpado.

Tinha deixado a raiva tomar conta do seu corpo e agido sem pensar, gritando com a menina no meio do refeitório e na frente de todo mundo. Aquele desgraçado do Monoma também tinha filmado a cena toda e postado no canal do YouTube que a sala B tinha criado no primeiro ano para postar uma gravação da peça de teatro que performaram no festival cultural.

O vídeo ficou no ar por quase três horas antes que Kendo descobrisse e removesse do canal. Boatos diziam que Monoma apanhou da representante de classe mais do que costumava apanhar, mas o estrago já estava feito e nenhum tapa mudaria isso.

A gravação tinha alcançado mais de 500 mil visualizações. Uma delas tinha sido do próprio Bakugou, já que Kirishima tinha obrigado o loiro explosivo a assistir para, nas palavras dele, "avaliar seu mau comportamento".

Bakugou quis ignorar a tela que o Cabelo de Merda praticamente enfiou na sua cara, mas Kirishima não descansou enquanto ele não concordou, aos berros e xingamentos, em assistir.

O loiro explosivo viu a si mesmo inclinado sobre a mesa, os músculos dos braços e costas saltados com a força que aplicava na superfície. Ouviu seus gritos e as observações de Monoma, que atestava no vídeo a superioridade da sala B em relação à sala A.

Mas o que realmente chamou sua atenção foi o rosto da garota.

A expressão assustada que se formou em suas feições quando ele começou a gritar fez seu coração se contorcer de uma maneira estranha. Odiava sentir culpa.

Depois de mais alguns segundos de análise, Bakugou percebeu que o medo dela não era direcionado a ele. Levando em consideração o jeito que ela desviava os olhos para os lados, para baixo, para a mesa, e para qualquer lugar que não tivesse pessoas, com a cabeça toda tão vermelha que parecia que ia explodir a qualquer momento, Bakugou concluiu que ela, na verdade, estava assustada com a atenção.

O que, de certa forma, deixou tudo pior.

Se ela estivesse com medo dele, a paixãozinha boba que tinha desenvolvido por sabe lá qual motivo iria acabar rápido. Mas as atitudes dele não tinham assustado ela, e sim machucado. Ele conseguiu ver a tristeza nos olhos grandes e expressivos antes que ela se levantasse e saísse correndo do refeitório.

Remorso era uma merda.

Era por isso que Bakugou odiava sentimentos e se recusava a sair com garotas.

Não externava seus pensamentos, mas admitia para si mesmo que tinha um problema com sentimentos. Costumava entender tudo errado frequentemente, sempre pensando no pior das pessoas, e emoções boas como amor e gentileza eram difíceis demais de engolir.

Ele não entendia. E Bakugou odiava não entender alguma coisa.

E, porra, ele tinha tentado. Tinha tentado muito. Já tinha lido milhares de romances ao longo da sua vida, buscando entender o amor e adoração que todas as pessoas pareciam sentir. Mas não entendia.

Paixão era algo tão confuso.

Os livros descreviam os "sintomas" como ansiedade, as malditas borboletas na barriga - sério, que merda isso quer dizer? -, vontade de se aproximar da pessoa a todo momento, pensar nela toda hora, mãos suadas, aumento dos batimentos cardíacos, perda de apetite. Bakugou tinha lido um livro que mencionava até mesmo que, em alguns casos, amar alguém significava ter vontade de apertar e morder a pessoa a todo momento.

Qual o seu problema? - Imagine Bakugou KatsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora