Capítulo 7

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     Rita Skeeter é uma megera.

     A famosa jornalista do profeta diário realizava a cobertura do torneio tribuxo, o que a dava acesso livre para perturbar Harry e qualquer outro campeão quando a mesma tivesse oportunidade.

    O eleito colecionava uma série de más lembranças relacionadas a Rita, como da vez em que ela inventou um relacionamento entre ele e Hermione, sua melhor amiga. Ou então quando ela espalhou boatos de que Harry chorava toda vez que lembrava de seus pais — o que não era exatamente verdade, já que o mesmo não se lembrava de nada.

    Harry sofreu por semanas com provocações de seu até então inimigo por conta desses boatos, mas tudo mudou agora.

   O baile havia se passado, mas ainda assim as lembranças daquela noite estavam cravadas na memória de Potter. Lembranças fortes o suficiente para fazê-lo sorrir como um imbecil antes de dormir.

    Entretanto qualquer tentativa do moreno em se aproximar do seu ex-inimigo-atual-amado, indo totalmente contra seu orgulho, eram bloqueadas pelo loiro que é ainda mais orgulhoso. Isso claramente gerava um péssimo humor em Harry, que era piorado com a aproximação da segunda tarefa do torneio.

    No final do baile, quando Potter se dirigia para o seu dormitório, ele foi surpreendido por um Cedrico — o campeão lufano de Hogwarts — disposto a pagar pela dica que Harry havia lhe dado durante a primeira tarefa.

   "Sabe... o banheiro dos monitores é um ótimo lugar para tomar um banho... a senha é 'frescor de pinho'. Não se esqueça de levar o ovo!"

    Harry precisou de longos minutos para ter certeza que o lufano não estava dando em cima dele e sim se referindo ao ovo de ouro que ele havia capturado durante a primeira tarefa.

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    O banheiro dos monitores era realmente um lugar muito bom para se tomar um banho. Possuía uma série de cabines individuais, mas seu foco principal era a tremenda banheira com nada mais que sete tipos diferentes de torneira — e Harry estava mais que disposto a testar cada uma delas.

    Após quase inundar o banheiro, o eleito se contentou em um banho simples com espuma e essências. Ele passou alguns minutos apenas relaxando, deixando de lado os pensamentos sobre a segunda tarefa, que se aproximava cada vez mais, e tentando focar somente em um par de olhos acinzentados que invadiam frequentemente seus pensamentos.

   A água pareceu quente demais de repente.

   Quando seus dedos já estavam enrugados por conta do tempo debaixo d'água, Harry finalmente decidiu seguir o conselho de Cedrico. Ele se sentiu perdido num primeiro momento, mas depois de algumas tentativas — e um certo incômodo nos ouvidos — ele finalmente mergulhou na enorme banheira e abriu o ovo de ouro.

   Todos os gritos que o ovo costumava exalar em superfície foram substituídos por uma voz suave. Potter precisou se esforçar um pouco para entender aquelas palavras borbulhantes, mas dizia algo sobre um mergulho no lago — em pleno inverno — para salvar um bem precioso — seria sua firebolt? —. Que divertido.

   Quando o eleito retornou a superfície teve que se conter do susto ao vislumbrar murta que geme, a fantasma, em sua frente, observando ele com um olhar perverso.

   Harry não se demorou e logo estava são e salvo em seu dormitório.
   
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   Draco era frequentemente chamado de "príncipe da sonserina". Claro que somente seu círculo de subordinados o chamavam assim, mas esse era um título digno de certo modo.

     Quando se é um Malfoy na sonserina, a sua vida tende a ser um tanto quanto mais majestosa que a das outras pessoas. Para Draco era gratificante o modo em que os primeiranistas se afastavam de medo ou até mesmo como os professores se seguravam para não ofendê-lo. Isso graças ao medo de que o patriarca da família, Lucius Malfoy, encha o bolso da pessoa certa e os leve direto para Azkaban.

    Não existia ninguém no mundo que temesse Lucius Malfoy mais que o próprio filho.

    O loiro fora doutrinado não só como um verdadeiro membro da sonserina, mas também como aquele que é a maior ligação entre o eleito e os denominados "comensais da morte" — mesmo antes de Draco saber o que essas coisas tratavam.

     Mas ele não podia evitar, aquele beijo insistia em retornar aos seus pensamentos nos momentos mais inoportunos possíveis. Até mesmo o professor Snape foi obrigado a dar uma suspensão à Draco que estava distraído demais, por conta do moreno no exato oposto da sala, e acabou explodindo um de seus trabalhos de poções, resultando em uma Pansy Parkinson cheia de urticárias. Mas o que o distraia naquele momento não era a lembrança do beijo e sim como Harry parecia tão distante dele.

    Apesar do beijo ter durado longos minutos, Draco tinha certeza que o Potter só o tinha retribuído porque fazia parte de alguma aposta patética dos gêmeos weasley, e aquilo doía mais que o sentimento da rejeição.

    "Reprima o que sente, seu imbecil, ou sofrerá as consequências" era o que o jovem Malfoy repetia para si mesmo quase como uma prece. "Se papai descobrir ele vai me deserdar... imagine se ele descobrir que nem se quer é recíproco...". Esse era um pensamento constante e cortava seu coração como uma lâmina quente. Para quem viveu a vida fingindo não sentir nada, aquilo era demais para suportar.

   E então essa era sua nova rotina, ignorar Potter invés de se jogar nesse jogo infantil que eles praticavam a tanto tempo. Se esgueirar invés de oferecer sorrisos maliciosos. Se esconder invés de tentar beijá-lo novamente.

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Feliz Natal!!!

Faz alguns anos que eu não atualizo isso aqui, admito que eu tinha esquecido da existência do Wattpad, mas depois de voltar e ver tantos comentários me motivando a continuar com a história, não pude deixar de escrever mais um pouquinho.

Ja dou um spoiler, grandes coisas estão por vir.

(Lembrando que eu comecei a escrever essa fanfic a um bom tempo e minha escrita evoluiu (assim espero), então pode ser que ocorra uma certa estranheza entre os capítulos.)

  

   

O baile - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora