Capítulo 4

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POV Tohru

Fiquei sabendo que o Kyo começou a frequentar a escola, fiquei bem feliz por isso. Recebo uma mensagem dos meus tios dizendo que meu avô caiu da escada e estava internado, me espanto e saio correndo da sala deixando os pertences para trás. Assim que estou descendo as escadas da escola sou impedida por uma pessoa que fecha a minha passagem com a perna.

- Haru? - pergunto confusa, levanto meu olhar para o bicolor -

- Ei. Você anda muito com o Yuki ultimamente. - diz o Haru com olhar sério, seus orbes são castanho claro, o mesmo usava brincos negros - Isso me irrita.

- Hã...? - pergunto confusa e tento passar mas o bicolor segura meus ombros e me encurrala na parede - Me desculpe...

- Sabe, o Yuki é gentil com todos... - diz o bicolor segurando meu queixo me fazendo olhar em seus olhos - Mas só eu posso tê-lo.

- Que merda está fazendo? - diz outra voz interrompendo nosso "diálogo", direciono meu olhar e vejo o Kyo descendo a escada até a gente e me puxa para si - Você não deveria estar seguindo seu namoradinho?

- Ah! Soube que finalmente veio a escola...qual seria o motivo oculto? - pergunta o Haru num tom provocativo, o bicolor direciona o olhar para mim e passa os dedos pela borda da minha saia - Será um rabo de saia? Confesso que ela tem belas pern...

Em segundos vi o Kyo se mover e chutar o Haru antes que terminasse de falar, olho para o ruivo que está com olhar sombrio, o mesmo caminha em direção ao Haru e o puxa pela gola da camisa.

- Não torre minha paciência, seu gado. - diz o Kyo erguendo o punho no ar prestes a bater no bicolor -

- Espere! - digo agindo por impulso agarrando o braço do ruivo que desvia o olhar para mim - Vi-Violência não leva a nada...

- Não vai ouvir a menina, idiota? - zomba o Haru provocando o Kyo que trinca os dentes - Ou você não quer que ela saiba do seu segredo?

- Crianças... - resmunga o Yuki aparecendo e socando as cabeças dos dois que resmungam, o acinzentado sorri para mim - Perdoe pelo vexame, Honda.

- Eu que sinto! Eu fui descuidada. - falo com um sorriso e vejo o Yuki mexer em meu cabelo - Perdoe-me pelo incômodo, Haru se preocupa muito com você.

- Hã? Que idiotices você andou dizendo, Haru? - questiona o acinzentado com a testa franzida e direciona os orbes cinzas em direção ao bicolor -

- Sobre nós. - diz o Haru ao se aproximar do Yuki e segurar o seu queixo aproximando os seus rostos, o bicolor faz cara triste - Ninguém pode vencer esse sentimento.

- Urgh...Vou furar meus olhos. - diz o Kyo com uma careta -

- Hã...vou deixar vocês sozinhos. - falo me retirando -

- Espera, Honda! Não entenda errado! - diz o Yuki empurrando o Haru para longe e vem até a mim, o acinzentado ajeita a gravata e diz - Queria poder te acompanhar mas estou bastante ocupado, o Kyo vai com você. Ao hospital.

- Ah! Quase esqueci, meu avô! - digo alarmante ao bater a mão na testa -

- Hã? Desde quando você decide? Não vou não. - diz o Kyo emburrado -

- Soube que a sua próxima aula é filosofia... - diz o Yuki sorrindo divertido com os braços cruzados - A professora está a sua espera, Kyo.

- Irei pegar as bolsas. - diz o ruivo se retirando, logo o Yuki caminha para o lado oposto do corredor -

- Haru... - digo atraindo o olhar bicolor em minha direção - O que quis dizer com "segredo" do Kyo?

- Não importa. Vai descobrir de qualquer jeito... - diz o Haru dando os ombros e segue o Yuki, ambos sumindo do corredor - Ou não.

-x-

Após visitar o meu avô no hospital, encontrei minha tia e tio, ambos me comunicaram que irão vender os apartamentos e se mudarem para o campo devido a saúde complicado do vovô, logo perderei um lugar para morar já que será vendido. Minha prima sempre me atormenta que me vê, desde pequena.

- Ei, Tohru...fiquei sabendo que semana passada você dormiu fora de casa. - diz minha prima com deboche e cerra as unhas -

- Sim, houve um imprevisto... - digo segurando minha bolsa e me viro para ir andando, mas minha prima me puxa -

- Onde pensa que vai? Devolve a chave do quarto, logo o apartamento do papai vai ser vendido. - diz minha prima tentando puxar minha bolsa e seguro firme, sinto suas mãos em meus cabelos quebrando os broches - Você é tão sonsa! por isso ninguém te quis, nem seu pai...nem sua mãe!

- Ei, não sabe falar da forma civilizada? - questiona o Kyo andando até nós e me puxa pelo pulso se colocando na minha frente - O que te dá direito de falar dos pais dela?

- Hã...? E quem é você? - pergunta a prima com uma careta, a mesma dá um sorrisinho se aproximando do ruivo - Na verdade, até que te acho bem bonito, não quer ser meu namorado? O seu cabelo...

- Não me toque. Você me dá nojo. - diz o Kyo rudemente afastando a mão da minha prima que treme com sua voz, vejo o ruivo fazer um gesto para mim - A chave do apartamento.

- Certo... - abro a minha bolsa e dou a chave do apartamento ao ruivo que lança a chave longe - Mas!

- Ei garoto, você tem noção do que fez?! - pergunta minha prima enfurecida, a mesma bate o pé no chão - Vou contar para o meu papai, você será castigado por isso!

- E daí? - questiona o ruivo indiferente e olha frio para a menina que nos olha com os olhos lacrimejando, o ruivo se aproxima - Nunca mais olhe ou fale com a Tohru, ou vai sumir. Entendeu?

A minha prima sai correndo logo adentrando no hospital, o Kyo olha para mim e eu fico paralisada com toda aquela situação, diria que envergonhada, logo cubro meu rosto e estou prestes a me desculpar.

- Se for pedir desculpas, fique calada. - diz o Kyo arqueando a sobrancelha e fecho minha boca, logo ouço o ruivo sorrir e estender a mão para mim - Vamos comer algo.

- Obrigada... - digo sorrindo e limpo uma lágrima no canto do meu olho, seguro a mão do ruivo -

- Qual cor você gosta? Rosa? - pergunta o ruivo enquanto caminhamos na rua, balanço a cabeça afirmando e o mesmo para numa barraca de flores - Me vê uma fita dessa, senhora.

- A fita não está a venda, mas você pode comprar uma rosa para sua namorada. - diz a senhora risonha -

- N-namorada?! Eu mal a conheço! - diz o Kyo nervoso e desvia o olhar para minha mão e logo a solta - Não percebi, desculpe.

- Então rapaz, vai levar a rosa ou não? - questiona a senhora fechando a cara - A menina está esperando.

- Tá! Me vê essa rosa branca. - diz o ruivo coçando a nuca e a senhora embrulha a rosa branca com laço cor de rosa, Kyo me entrega -

- Obrigada! É a segunda vez que ganho flores. - digo admirada com um sorriso -

- Segunda? E quando foi a primeira? - questiona o Kyo automático, estou prestes a responder quando o ruivo me interrompe - Não importa, não ligo. Use a fita para prender o cabelo.

- Sim.

-x-

O Kyo me chamou para ir a mansão dos Somas, o Shigure como adulto poderia me ajudar a achar um lugar para morar e assim assinar a autorização já que sou de menor.

- Hum, a Tohru tem algum pretendente? - questiona o Shigure ao ver a rosa branca em minha mão, nego com a cabeça - Então quem te deu essa linda rosa logo nos dias dos namorados?

- Quê?! - eu e o Kyo perguntamos uníssono -

- Estou brincando, peguei vocês. Olha como o Kyo está vermelho. - zomba o Shigure com uma gargalhada enquanto se abana no sofá - Tohru, sabe cozinhar?

- Sim! Eu posso cozinhar algo agora mesmo. - digo determinada -

- Ótimo, dois problemas resolvidos. - diz o Shigure aliviado e se levanta andando em minha direção, logo pega minha mão - Bem-vinda a mansão, Tohru. Mi casa és su casa.

- Como assim? - questiona o Kyo confuso ao se apoiar no corrimão da escada -

- Esta linda senhorita será a primeira mulher na mansão Soma!

FRUITS BASKET - Memórias Frias (Kyo x Tohru)Onde histórias criam vida. Descubra agora