Aproximava-se do meio-dia, o sol escaldante parecia mais forte a cada minuto que passava e minha dor de cabeça parecia aumentar.Maldito sol!
Dobrando a esquina percebi uma pequena movimentação na casa desocupada ao lado da minha. Estava curiosa em descobrir a identidade do comprador ou compradora do imóvel.
Chutei que poderia ser alguém velho querendo fugir da agitação da cidade grande, Seul. Onde eu resido é bem afastado do centro da cidade, mas não chega a ser um lugar abandonado, pelo contrário, ela tinha tudo o que uma cidade precisava ter: Escola, mercados, farmácia, shopping, hospitais, faculdades...
Aqui é uma grande reserva de mata, mas alguns empresários e construtores resolveram fazer uma espécie de privês de luxo e cá estamos, mas claro que eles tiveram autorização do governo.
Estava querendo chegar o mais rápido em casa, tanto para fugir do sol quanto para saber quem era a pessoa "misteriosa".
Fiquei tão perdida meus pensamentos que não escutei o carro buzinando.
- Sai da frente, garota! - Uma voz grossa tirou-me dos desvaneios.
- Desculpe-me! - Faço uma reverência e volto para a calçada.
- Grr, garota idiota! - Deu partida no carro e logo estacionou em frente a minha casa.
Assim que chego em minha porta, escuto o cara do carro me chamar.
- Ei, garota! - Viro-me e lá estava ser mais lindo, apesar de idiota e mal educado.
- Pois não? - cruzo o braço.
- Você mora aí? - perguntou ao para em minha frente.
- Não, estou tentando assaltar ela. - Digo curta e grossa.
Percebo que ele não gostou muito da resposta pela maneira que torceu o nariz e me olhou de modo feio.
- Bom, você vai passar o dia inteiro aqui na minha calçada olhando para minha cara ou vai para a casa? - pergunto cruzando os braços.
Ele dá as costas sem dizer nada e vai para a casa do lado. Bom, eu acho que vou ter um vizinho insuportável para aturar.
Mas não deixou isso me afetar, entro em casa e corro para o banheiro para tomar um banho relaxante, comer e passar a tarde toda dormindo. Assim que termino o banho, alguém bate irritantemente na porta principal, eu coloco uma roupa qualquer e enrolo a toalha na cabeça.
- Pois não? - era o meu vizinho.
- Só tem você para atender a porta? - bufou.
- Filhão, você tá batendo na porta da minha casa e ainda não quer que eu atenda? - pergunto sarcástica.
- Você deveria tomar cuidado com o modo que se dirige a mim. - falou sério.
- Eu estou na minha casa e falo da maneira que eu quiser. - digo sem paciência - O que queres?
- Eu ia te chamar para comer algo na minha casa, mas você já tirou a minha paciência. - Diz puxando o próprio cabelo.
- Oxente, nem te conheço.
- Prazer, Taehyung. - Estende a mão.
- Aillyn. - apenas olho para a sua mão e torno a olhar para seu rosto. - Se era só isso, tchau.
Tento fechar a porta, mas ele me impede colocando o pé. Ele parece formular alguma frase pra dizer, mas desiste e vai embora.
Tranco a porta e verifico se as outras portas e janelas estão trancadas. Assim que tenho minha confirmação, eu volto para o banheiro, termino de pentear meu cabelo e logo vou para a cozinha esquentar a lasanha do dia anterior e almoçar assistindo casos criminais.
Nem percebo quando dormir, mas acordo com a mamãe tocando em meu pé e mandando eu me arrumar pois teríamos visita essa noite.
Estava me perguntando se seria o namorado dela, ou algumas amigas, ou até mesmo alguns parentes nosso. Mas tive minhas expectativas quebradas quando o Taehyung cruzou a porta. Bufo e mamãe me olha sem entender nada.
- O que foi? - perguntou sem entender o motivo do meu estresse.
- Porque a senhora convidou esse ser para o jantar? - minha fala já entregava minha irritação.
- Ele é o novo vizinho e eu queria ser educada. - disse como se fosse óbvio.
- Mas logo a gente? Tinha tantas pessoas pra convidar ele para jantar!
- Ele é novo, bonito, educado e atencioso, Aillyn. - sorri malicioso para mim. - É tua chance, garota!
- Prefiro me matar a gostar daquele ser. - faço cara de tédio e me jogo no sofá.
O jantar era pizza, então mamãe não precisaria de ajuda e se eu fosse ajudá-la, eu colocaria veneno na comida desse embuste pra ele morrer logo.
- Tira essa cara de bunda, por que você vai me ver todos os dias! - comentou sem me olhar.
- Maldito dia em que eu nasci enxergando.
- Se quiser eu posso resolver esse problema para você. - soltou como se não quisesse nada.
- De você, eu quero apenas distância. - me afundo mais no sofá e olho para a tv que passa um noticiário qualquer.
Logo após esse pequeno diálogo, as pizzas chegaram e comemos juntos. O Taehyung se mostrou muito educado na frente da mamãe, mas qualquer dia eu iria desmascarar ele.
O jantar foi tranquilo, apenas mamãe e ele interagia, pois eu estava ocupadíssima em saborear minha pizza, e o assunto era tão chato que eu não fiz questão de participar.
Uma vez ou outra mamãe fazia questão de me incluir na conversa, mas eu apenas murmurava um sim e voltava a atenção para a minha pizza.
- Muito obrigado pelo jantar, senhora. - fez uma reverência.
- Por nada! - mamãe sorriu - Foi um prazer tê-lo aqui. A Aillyn vai te acompanhar até a porta, pois eu tenho que arrumar algumas coisas aqui.
- Tudo bem, senhora! Até mais! - sorriu simpática e veio até mim.
- Vamos logo.
Abro a porta e dou passagem, ele sai e quando faz menção de virar para falar algo, eu fecho a porta. Creio que agora eu não terei um minuto de paz.
Mamãe passou o resto da noite elogiando o vizinho e tentado me empurrar para ele, eu tive que inventar uma dor de cabeça para ser deixada em paz.
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You're My Little Doll [Kim Taehyung]™
Mystery / ThrillerEu não sei quando esse inferno começou, mas eu tenho a plena certaza que foi assim que você se mudou para a vizinhança. Todos os dias algum animal era morto ou até mesmo pessoas. A polícia sempre investigava mas nunca achavam o culpado. Ninguém des...