ᴏᴄᴇ -1

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Josh Beauchamp

Sabe quando você fica girando no lugar e para de uma vez, fazendo assim com que você fique tonto? Então, é assim que me sinto.

Me sentia míope, nada focava e era como se eu ainda estivesse rodando, porque o teto que era teto, logo era chão.

Meu fraco estômago cedeu, me fazendo apenas virar o rosto e esvaziar o estômago bem ali, no chão.

Ou era o teto? Bom, eu não sabia.

Essa não era minha maior preocupação, mas sim meu corpo que ficou mole, me levando a perder o equilíbrio e ir em direção ao chão.

Porém, não senti o chão em contato com meu corpo, na verdade, mãos delicadas me seguraram por trás, impedindo que eu me esborrachasse de cara no chão.

-Pode colocar tudo para fora. Alguém limpa depois.- senti suas mãos passarem em meus cabelos.

Será ela um anjo? Que voz angelical.

Deveria me preocupar? Anjos ficam no céu, então, estaria no céu? Bom, isso é bom. Se morri e vim para o céu, estava em um bom lugar.

Mas, se eu estava no céu, não deveria estar colocando meus órgãos para fora, como estou fazendo agora.

Puxei o ar com força. Consegui parar de me revirar por dentro.

Onde eu estou? O que aconteceu? Quem é ela? O que está me fazendo tão mal?

-Passou?- sua mão passou em meus cabelos novamente.

Quem é ela? Não faço ideia mas, se ela não parar com esse carinho, eu vou acabar ronronando, mesmo não sendo um gato.

Um gato diria "adoro tomar banho" por aquele carinho.

-Deve estar zonzo.- me puxou para trás, me encostando em algo que presumi ser a cabeceira da cama.

Ainda não conseguia enxergar direito. Para mim, o chão era o teto, assim como o teto era o chão.

-Ei! Olhe para mim.- sua silhueta embaçada tomou conta da minha vista.

Ah, querida, eu poderia passar horas olhando para você, se eu pudesse.

-Diga, loirinho, como está?

Suas mãos pousaram em minha bochecha e ela guiou minha cabeça para algo macio.

Não podia deixar aquela graciosidade no vácuo. Juntei o resto de meus neurônios e respondi:

-Estou bem, anjinho.

E ela riu. Ah, que risada maravilhosa.

Ria de novo, por favor.

-Consegue enxergar agora?- passou as mãos em meu rosto, como se estivesse limpando algo.

Como mágica, minha visão focou. E eu amei o que vi em minha frente.

Seus lindos cachinhos definidos, o fino queixo como de uma Barbie, suas bochechas fofinhas, lábios tão carnudos e olhos tão marrons que me lembravam chocolate amargo.

Eu podia classificá-la como definição da própria beldade.

-Consegue?- repetiu, me levando a encarar seus olhos.

-É... Sim.- foi o que consegui dizer.

Queria poder dizer mais, mas não sabia se era o mal-estar ou o impacto por estar presenciando sua linda face que me deixou paralisado.

Um embrulho tomou conta de meu estômago, então concluí:

Era o mal-estar.

Acho que minha expressão contou que eu estava mal, porque ela me ajudou a me inclinar para voltar a vomitar no chão.

ᴏᴄᴇーᴏᴘᴇʀᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ "ᴄᴏɴϙᴜɪsᴛᴀʀ ᴀ ᴇɴғᴇʀᴍᴇɪʀᴀ" (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora