Luz

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Ao me dar conta de que estava demorando demais na porta, me levantei rapidamente e fui correndo até a cozinha, onde comecei a preparar a mesa, ainda pensativo. Tanto em como eu fui burro e estava envergonhado, quanto o quão a bundinha dele era... Urrea, não. Não não não. Sem chances. Não é hora pra ter gay panic, é só uma bunda, nada mais. Dei um pulinho ao sentir uma mão ao meu ombro, me virando e me dando de cara com o Josh – já vestido. Ele estava com uma camiseta branca e um casaco preto, junto a uma calça de moletom cinza.

– Eae, ficou legal? – Perguntou o garoto com um enorme sorriso no rosto.

– Ficou... Perfeito. E por pura coincidência, eu amo esse conjuntinho assim. Entrou na minha mente?

– Vai ficar na curiosidade.

Revirei os olhos de brincadeira, e coloquei a panela com o brigadeiro na mesa, voltando a olhar para o rapaz.

– A gente come o hambúrguer aqui e depois assiste o filme comendo chocolate e uns petiscos ou come tudo lá?

– Acho melhor comermos os hambúrgueres aqui, deixo cair muitas coisas as vezes, e não quero sujar sua cama.

Apenas concordei com a cabeça e me sentei à sua frente, admirando o hambúrguer, mas ficando envergonhado ao lembrar do acontecimento passado.

– Ah, e... O rolo do quarto, foi mal. Não imaginei que cê tava pelado, me descul–

– Ei, relaxa! Eu nem ligo muito pra isso, a gente é amigo, não precisa se preocupar. Só uma coisa. – O loiro se aproximou o máximo que podia, me olhando seriamente, mas logo abrindo um sorriso brincalhão. – Minha bunda é bonita?

Comecei a rir, – completamente vermelho, talvez – procurando qualquer lugar pra olhar que não fosse para sua cara, e soltei um "digamos que sim" quase impossível de ouvir, mas ele ouviu. Droga.

– Obrigado, isso ajuda na minha autoestima. Quem sabe eu até viro modelo de bunda.

Dei uma boa gargalhada com o mesmo, mas logo comecei a comer o hambúrguer. Ambos em silêncio. Apenas sentindo o belo e mágico gosto dos hambúrgueres. Essa comida era de fato muito divina, quase tanto quanto pizza. Divindades da culinária, que delícia.

Já estava começando a achar estranho minha mãe estar demorando tanto pra chegar, até porque já iam dar oito horas da noite. Assim que acabamos de comer, o celular da cozinha tocou. Relutante, fui até ele e o atendi, me encostando na parede.

– Residência dos Urreas, quem fala?

– Sou eu, bobão. – No mesmo instante reconheici, minha mãe. – Tô ligando só pra avisar que posso demorar um pouco mais pra chegar hoje, então se preciso, bota a chave no vasinho da janela, te amo.

– Okay, e também te amo, boa noite de trabalho.

Tranquei a porta da frente e enterrei a chave num jarrinho de cacto na janela assim qur desliguei a ligação, voltando para a mesa.

– Quem era?

– Só minha mãe, muito provavelmente ela vai voltar bem tarde pra casa, então pra não me dar o trabalho de acordar e abrir tudo, a gente deixa a chave num lugar específico.

– Oh, e com o que ela trabalha? Aliás, você avisou a ela que eu tava aqui?

– Ela faz plantão em hospital, e... Não. Mas também não precisa, ela é tranquila.

– Vou arriscar a sorte então.

Fomos pro meu quarto e ficamos algum tempo só jogando conversa fora ou vendo coisas engraçadas em redes sociais. Eu pedi pra ele desligar o celular mais cedo pra ele não ficar tão encafifado com a Any, então de vez em quando ele ficava meio preocupado, mas logo fazia algo pra quebrar a tensão dele.

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⏰ Última atualização: Jun 18, 2021 ⏰

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