XVII

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Eu o olho com uma dor imensa no peito, não sei o que pensar sobre tudo aquilo, meu coração está tão magoado.
Ele continua me olhando, pra todas as partes do meu rosto, pega sua mão e passa sobre meu rosto para tirar alguns cabelos que estão grudados
-Fui sincero quando disse que te amava, mas fui um babaca por todo o resto, não espero que me perdoe, mas me importo com você e me machuca te ver assim.
Começo a olhar para ele, sinto verdade nas suas palavras, mas ainda é muita coisa pra digerir. Tento levantar e ele me ajuda
- Do que se trata tudo isso?
- Eu não sei
- Então o que vamos fazer se não sabemos de nada?
Ele segura minha  mão, mas eu solto a dele, ele olha pra sua mão solitária e solta um suspiro
- Me acompanha
Fomos até um quarto fechado
- Tem essa porta, mas não consegui abrir
Ele olha para meu pescoço
- O que você está olhando?
- Seu pingente
Quando era mais nova meus pais me deram uma pequena chave, que guardei em meu colar por ser uma das últimas coisas que eles me deram e que pediram pra eu guardar como se fosse minha vida.
Eu peguei no pingente
- Quem me garante que você está do meu lado e não do da Jade? Pra falar a verdade, quem é a Jade?
- O nome dela é Sophia, ela é de uma gangue
- Caramba, tudo é mentira
Ele olha triste, mas aquilo não mexe comigo, ele me fez sofrer, mentiu para mim todo esse tempo
- Preciso de um celular
- O meu quebrou
- Qual é, você acha mesmo que eu vou acreditar que você só tem um celular?
- Tá, tem alguns na gaveta perto do balcão
- Obrigada- digo furiosa com ele e saio pisando forte
Pego um dos celulares
(Babaca, tem vários aqui e ele continua mentindo pra mim)
- Hannah??
- Amiga?? O que aconteceu?? Cadê você? Tá todo mundo preocupado com você
- Eu estou bem
- Mas onde você tá?
- Não posso falar agora, mas preciso falar com o Andrew, manda o número
- Tá, eu mando, mas você vai voltar quando?
- Não sei, só toma cuidado, beijo, te amo
Desliguei antes que ela pudesse me responder, depois de um minuto, o número do Andrew, eu salvei para ligar mais tarde.
Escuto passos
- Não vai abrir o quarto?
Eu olho pra ele, (porque será que ele está tão curioso? O que tem lá dentro de tão importante?)
- Vou - digo friamente e de cabeça erguida
Vou em direção a porta, pego meu pingente e abro a porta
Uma sala escura, acendo a luz e há papéis para todos os lados
- Caramba - Noah diz olhando pra tudo
Eu vejo cada detalhe, as canetas que meus pais usavam, até que uma lágrima escorre da minha bochecha até cair em um papel. Eu olho para o papel e tem uma espécie de "plano" pra pegar uma gangue, provavelmente dá Jade, quer dizer, Sophia.
- Acho que é isso que eles estão procurando.
Noah lê o papel bem atento a tudo, eu fico olhando pro seu rosto, suas sobrancelhas apertam seus olhos e ele morde seu lábio inferior. Eu fico olhando pra ele tentando entender quem ele realmente é. Ele levanta a cabeça e percebe que estou olhando, rapidamente me viro sem graça
- Precisamos chamar o pessoal aqui para entregar tudo isso
- Não- eu digo assustada
- porque não?
- São as únicas lembranças que tenho dos meus pais, essa era a vida deles, não vou entregar pra qualquer um, pegue os papéis que precisar
- Eu entendo, mas precisamos deter eles
- Já disse, pegue o que precisar, você- falo colocando o indicador no peitoral dele
Ele pega em minha mão
- Eu sei que ainda é cedo pra conversar sobre nós, mas eu não estou aguentando
- Não existe nós, Noah- falo tirando minha mão da dele
Ele ficou mexendo até tarde naqueles papéis, reuniu todos e disse
- Preciso entregar isso
- Tudo bem, vou fechar a porta
- Mas preciso chamar aqui, não tem como a gente voltar agora, ainda é perigoso
- Eu não sou uma garotinha indefesa, pare de me tratar como uma
- Eu não disse que você é, mas quero proteger você, não tem nada na minha vida que seja mais importante que você.
Eu olho pra ele, meu coração começa a bater forte
(Porque ele tem tanto efeito sobre mim?)

Noah Onde histórias criam vida. Descubra agora