XVI

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Ele me olha apreensivo, coloca a mão no bolso e me mostra uma espécie de carteira
- Noah Carter, agente da CIA
- Carter?- meus olhos saem de suas mãos e vão direto aos seus olhos, meu semblante não esconde que estou espantada e com um pouco de medo
- Sou filho de Iam e Catherine Carter, se lembra deles?
Meus olhos se enchem de lágrimas e eu na consigo responde devido ao nó que se fez em minha garganta
- Se lembra deles?
Eu respondo com um sim movendo a cabeça
- Fale alguma coisa
Eu não consigo me mover, aquilo foi algo que mexeu comigo, que me fez lembrar dos meus pais, não sabia como responder a ele
- Tudo bem- ele diz me abraçando
- Porque não me contou isso antes?- eu falo pra ele enxugando as lágrimas em meu rosto
- Eu estava a serviço deles
- E o que me diz que você ainda não está?
Ele me abraça e me dá um beijo na testa
- Vai ter que confiar em mim, sou a única coisa que você tem
- Lamento pelo seus pais
- Lamento pelo seus também
Eu dou um sorriso leve de lado e ele sorri de volta
- O que realmente está acontecendo Noah?
Ele fica sério e se afasta
- Lembra do projeto que seus pais estavam trabalhando antes de morrer?
Eu digo que sim com a cabeça
- Não era pra CIA, era um projeto secreto que somente eles e os meus pais sabiam
- Você tá querendo dizer que...
- Sim, Não foi um acidente
Minha visão começa a ficar turva e Noah me segura e me carrega até o sofá da sala
- Os agentes acham que você possa saber de alguma coisa
- Eu? Mas enquanto a você?
- Eu não sei de nada, eles revistaram a minha casa e para não morrer tive que me juntar a eles
- Eu era nova Noah, não lembro direito desse projeto, assim como eles não me falariam, os projetos deles era extremamente sigilosos
- Eu acredito em você, não queria que passasse o mesmo que eu
Eu paro e começo a raciocinar tudo
- Então tudo que a gente viveu foi uma mentira, não é?- eu digo levantando e o olhando confusa
- Sim, mas eu me aproximei de você e comecei a sentir alguma coisa dentro do meu peito, sabia que não era certo você não saber de nada
- Aí meu Deus
Eu começo a andar e vou até a varanda, vejo aquele mar imenso, lembro dos meus pais em poucos momentos enquanto brincávamos na areia
Noah se aproxima
- Se você voltar eles te matam
- Como vão me matar? Se acham que tenho informações, não tem como me matarem
Ele me olha e percebe o quanto estou abalada, mas o quanto meu orgulho fala mais alto que eu
- Me desculpe
- Não sei se consigo fazer isso
- Os momentos bons eram verdade, mas eu usava um ponto nos momentos em que te maltratava, precisava mexer com seu psicológico
- Ainda sim não sei se consigo Noah
- Tudo bem, não espero que me perdoe, mas se não tivesse feito isso, você não estaria viva agora
- Devo te agradecer?- falo com um tom irônico
Ele percebe e sai
Eu desço as escadas e vou até o mar, de roupa, meus pés sentem a água forte e gelada, assim como sente a areia indo junto com a água, vou entrando e sinto a água em minha barriga, entro mais e já a sinto no meu pescoço, sinto dificuldade para respirar, mas entro mais até que minha cabeça fique coberta por água, nesse momento eu me sinto leve
- Ei, você está bem?
Escuto a voz, mas não respondo, começo a respirar e sinto a pressão da água em meus pulmões até que um braço se entrelaça em minha cintura e me joga na areia
- Tá querendo morrer?
Eu olho para Noah que está com os cabelos molhados
- Mentiu quando disse que me amava?
Ele olha no fundo dos meus olhos com um olhar doce e ao mesmo tempo firme
- Não

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