Game over

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A sensação que eu tinha era de querer acabar com tudo aquilo logo.

A promessa muda - e suicida - de que 'haveria vida após morrer naquela Estação' estava injetando adrenalina em minhas veias. Eu precisava saber como aquilo tudo terminaria. Assim como Sasuke, eu precisava de um desfecho, um final.

Com essa promessa latejante de vida após a morte dentro da minha cabeça, sigo correndo pelos corredores da Estação, a sensação de ardência das minhas pernas me lembrando constantemente do meu esforço físico acima do normal.

Eu me sentia viva, o que era irônico, porque eu estava mais do que determinada a matar alguém.

Pouco se falou ou comeu durante o café da manhã. Dava pra sentir o desespero particular de cada um ali. Era como uma áurea sombria abraçasse cada um de nós, sobreviventes, sussurrando teorias da conspiração em nossos ouvidos.

Quando as portas do refeitório se abriram, todos se propuseram a correr em direções diferentes.

Estavam desesperados – coitados -.

Já eu me sentia como uma leoa vendo minhas presas, pobres gazelas, se dispersarem na tentativa de me deixar confusa, sem rumo.

A questão é que eu já tinha em mente quem matar. Eu sabia que presa seguir.

Então, como se eu sentisse prazer em todo o plano arquitetado antes de eu dormir, eu espero pacientemente que os outros três se percam naquele mapa de metal. Naquele Estação cercada de estrelas e promessas fictícias. Só quando eu me sinto verdadeiramente estimulada por todo o contexto de gato x rato que me ponho a correr. A correr mesmo. Sem me preocupar em ser vista pela sala das câmeras, sem me preocupar em fazer muito barulho com os solados das botas pesadas contra o chão duro da Estação.

Eu estava eufórica. Eu precisava matar!

Naquela rodada, que eu julgava a última, eu tinha me tornado uma assassina. Toda a negação do início tinha sido apagada pelo simples fato de que, na minha cabeça, aquilo não era real, um sonho, um jogo, uma realidade paralela. Aquilo não era real! As pessoas não morriam, não podiam morrer de verdade, então eu não era uma assassina de verdade. Não havia mais culpa, apenas um sentimento de querer que tudo ali se conclua. Como quando você acelera a leitura de um livro muito bom por querer saber o final a todo custo. Você precisa disso né? De saber se tudo dá certo ou não. E eu precisava do mesmo, saber se aquilo era verdadeiro, se aquelas lembranças do casamento eram autênticas, se eu veria os outros novamente, se eu veria Sasuke novamente.

Caramba, eu precisava de um desfecho!

Forço meu corpo ao máximo atrás daquele que eu julgava ser minha melhor opção. Pelo lugar consideravelmente grande, eu calculei que seria mais fácil matar uma pessoa apenas e depois me defender na mesa. Já tinha planejado tudo: quem seria a vítima, o que os outros falariam e como eu me defenderia. Bom, essa era a situação mais trabalhosa. A melhor seria eu matar todos ali de uma vez. Sem testemunhas aquilo tudo certamente acabaria mais rápido, portanto eu teria minhas respostas mais rápido também.

Porém eu nunca fui uma pessoa muito positiva, então segui com o plano que me daria mais trabalho.

Continuei correndo, procurando-o. Minha vítima seria Shikamaru. Dos três ele era o mais inteligente, portanto teria que ser morto. Sai acreditaria em mim de novo, não é? Não tinha porque não acreditar. Karin já tinha agido como louca descontrolada uma porção de vezes. Eu só precisava enfatizar isso, esse desequilíbrio sempre tão latente nela. Meu voto com o de Sai somariam dois, o que era mais do que suficiente para ejetar Karin e tudo aquilo finalmente acabar.

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