i might never be the one you take home to mother.

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oioii, uma perguntinha, o tamanho dos capítulos ta bom (1000 palavras) ou voces preferem maior? espero que estejam bem 💛

O ambiente soaria muito mais aconchegante e familiar, se não fosse pelas circunstâncias. Harry era realmente péssimo em mentir, embora se esforçasse, ele acabaria entregando na expressão facial ou corporal. Então, Louis sabia que teria de tomar a frente.

Houveram conversas paralelas enquanto todos sentavam-se à mesa, e após se acomodarem, o papo cessou.

— Bom, podem se servir. Não sei o que vocês gostam de comer, Charlotte e... Louis. Preparei o meu melhor prato. — Anne foi simpática, torcendo para não ter errado o nome do novo amigo de seu filho, ainda que fosse meio impossível confundir.

— Está com um cheiro incrível, Dona Anne. — Lottie elogiou, com seu sorriso branco e acolhedor. Louis achava que ela parecia uma pessoa legal.

— Demais! Aposto que está muito bom. — Tommo respondeu da mesma maneira, não soava difícil pra ele se enturmar.

As meninas da casa notavam Harry um tanto nervoso, e ele temia isso. No entanto, elas pensavam que ele estava assim apenas pela vergonha de apresentar alguém novo, não pelo real motivo.

As conversas voltaram à medida que todos se serviam, e o garoto mais novo era o único que não conseguia interagir muito bem. Pelo contrário, Louis era como uma borboleta social.

Esse mesmo colocou apenas o que lhe parecia apetitoso em seu prato, e isso não abrangia as coisas verdes. Algo lhe dizia que era salada, e era saudável, mas ele não se atreveria a experimentar.

De resto, começou a comer, analisando cada sabor. Até o atual momento, ele havia comido algumas coisas gostosas, mas descobriu que nada se comparava ao que estava experimentando agora. Parecia como uma criança comendo coisas temperadas e gordurosas pela primeira vez, e se Gemma não fosse tão reparadeira, não teria se perguntado se ele não era um morador de rua se alimentando pela primeira vez em semanas.

Não que ele estivesse sendo tão apressado, mas seus olhos brilhavam e suas sobrancelhas arqueavam em apreciação à cada garfada que dava. Estava perdido em seu momento culinário, quando foi interrompido pelo momento que Harry mais temia; a hora da entrevista.

— Então, Louis, de onde você é? — como em uma cena de filme, Anne deu mais uma garfada na comida e em seguida descansou os talheres em suas mãos para puxar assunto.

Os amigos se entreolharam, e Louis conseguia ver a ansiedade no rosto de Harry. Ele teria tudo sob controle, embora.

— Daqui mesmo. — respondeu simplesmente, mas continuou falando ao notar que pareceu meio antipático. — Conheci Harry por causa do Miles. — disse convincente enquanto Harry tentava dizer disfarçadamente que o nome correto era "Niall".

— Miles? Harry nunca me falou dele. — a mãe estava genuinamente confusa.

— Ah! Desculpa. Niall, eu quis dizer. Sempre erro o nome dele, mesmo ele sendo meu primo. — deu uma risada nervosa, tentando ser convincente.

— Niall é seu primo? Que legal! Mas você não parece ter sotaque irlandês. — franziu as sobrancelhas.

— Eu nasci em Doncaster, me mudei pra cá faz pouco tempo. Minha avó é irlandesa, então eu tenho essa ligação com o Niall. — Louis estava orgulhoso de si mesmo pela habilidade do improviso que ao menos sabia que tinha.

— Ah, entendi! Você ouviu falar dele? Estudava em Manchester com o Hazz, mas sumiu de repente. Inclusive, você já morou lá? — não que Anne estivesse desconfiada, ela apenas gostava de papear e queria conhecer o novo garoto, já que seu filho parecia ter certo apreço por ele.

— Ele voltou pra Irlanda. — respondeu, olhando para Harry e lhe oferecendo um sorrisinho em sinal de calma. — Sim! Sempre viajei bastante, e quando era criança estudei com o Harry. Nos reencontramos aqui em Londres. — estava se inspirando em sua real história, o que conhecia de si à partir do desenho em que era protagonista, embora mudasse alguns dados para soar mais real.

— Poxa! Ele era um garotinho muito simpático. — ela disse após tomar um gole de seu vinho.

Durante todo esse questionário, os outros apenas comiam e faziam breves comentários, sem interromper a conversa. Harry encarava seu prato e mais remexia a comida do que de fato colocava na boca.

— Mas que bom que vocês se reencontraram! Vou adorar receber você aqui mais vezes. — Anne continuou, e Louis se sentia estranhamente acolhido com a simpatia da mulher.

Tentava não pensar muito, porém não podia esquecer que ele não tinha pais, irmãos, igual Harry tinha. Quando estava no mundo da fantasia, ele ao menos tinha um passado. Havia sido criado com certa idade que não voltava e nem passava, a história focava apenas em seus shows e viagens, portanto não possuía família.

Agora em formato humano, isso lhe preocupava. Ele só tinha Harry e mais nada, não sabia viver lá fora. Conheceu a ansiedade e o medo ao se questionar o que faria caso o seu único amigo o despejasse.

Louis deu um sorrisinho, um pouco menor, em resposta, voltando a comer. Estar tendo um jantar que chamavam de "jantar em família" havia lhe trazido de volta aos pensamentos tudo isso, e ele não estava mais radiante quanto antes.

Em seguida foi a vez de Charlotte ser interrogada, e o diálogo seguiu tranquilo até o final da refeição, embora agora Louis estivesse quieto assim como seu amigo. Todos cooperaram ao retirar a mesa e servirem a sobremesa, que Tommo não gostou muito, mas comeu tudo.

Harry percebeu que o mais velho não estava mais tão falante, e segurou sua mão por segundos enquanto o resto das pessoas estavam distraídas, acariando suavemente com seu polegar. Não costumava ter ninguém para demonstrar afeto além de suas garotas, mas tinha o instinto de ser carinhoso com o boneco.

Quando a sobremesa acabou, a conversa durou mais alguns minutos, até que Anne checasse o relógio.

— Perdemos a noção da hora! Está muito tarde. — a mulher comentou, pensativa. — Louis e Lottie, por que não dormem aqui essa noite? É sábado, amanhã vocês almoçam aqui e estão liberados. — falou brincalhona e os casais se entreolharam.

— Não quero incomodar, Dona Anne. Não tem problema em voltar pra casa. — Charlotte respondeu com educação.

— Eu insisto! Adorei a companhia de vocês. Sinto falta da casa um tanto mais cheia. — sorriu.

— Então tudo bem. Meus pais ficarão mais tranquilos se eu não ficar andando pela rua a essa hora. — Tommo inventou qualquer coisa para que pudesse aceitar o convite sem parecer desesperado. Não tinha nenhum lugar pra voltar.

Lottie acabou aceitando também, após Gemma lhe pedir também que ficasse. Terminaram de tirar a mesa e Harry, como estava muito absorto, decidiu se oferecer para lavar a louça e não preocupar sua mãe. Estava feliz que Louis passaria a noite consigo, agora sem nenhum pânico de descobrirem um rapaz aleatório dormindo escondido em seu quarto.

Tomlinson ajudou a secar a louça, trocando algumas palavras com o melhor amigo. Ao finalizarem toda a organização, subiram aos quartos para se arrumarem pra dormir.

My Blue Wish || l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora