Eu Teria Escolhido Ficar

212 21 3
                                    

Estava cansada, não queria ter passado por tudo aquilo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estava cansada, não queria ter passado por tudo aquilo. E mesmo que aguentar uma gravidez, onde em momento nenhum da sua vida teria pensado em ter, fosse desgastante demais, soltou um sorriso ao terminar o processo. Como os médicos lhe disseram, não tinha um corpo para ter um filho, era pequena demais e as complicações em seu parto lhe fizeram crer que não ficaria viva para pegar o seu bebê no colo, mas, para a felicidade de todos a sua volta, sobreviveu.

Naquele momento exato, estava exausta, havia dado luz em poucas horas, mas ao mesmo tempo sentia-se alegre, afinal, gerou, em seu ventre, uma menina. Uma menina linda, parecida demais com ela, com os fios loiros e olhos azuis, as expressões angelicais também eram uma forte denúncia que puxou inteiramente a mãe. Era como se estivesse vendo sua cópia e, ao mesmo tempo que pensava que deveria a proteger de todo o mundo cruel em que vivia, entendia todas as vezes que sua mãe agiu daquela maneira rude e maldosa consigo na infância.

Lutou tanto para não ser sua mãe que terminou estando em sua mesma condição, era patético. Entendia o que levou Alma a agir daquela maneira consigo, mas ao relembrar de toda a dor que sentiu naquela época, não se perdoaria se fizesse sua menina sofrer, mesmo que sem querer, mesmo que não controlasse o arrependimento que insistia em carregar. Afastou os pensamentos para longe quando recebeu a princesa em seu colo, não queria pensar naquilo agora, aproveitaria com a criança o tempo que podia até pegar no sono, ainda estava cansada de todo esforço que fez e merecia dormir tranquila.

-Rainha... qual é o nome dela? – Uma das enfermeiras que lhe ajudou no parto, a questionou com um sorriso no rosto. Não era apenas aquela mulher que queria uma resposta da rainha, todos desejavam saber como a menina se chamaria.

-Ymir – Soltou, já tinha pensado sobre o nome dela antes, tinha certeza que seria uma menina, mas não tinha noção se homenagearia ela, ou a sua irmã, Frieda. Decidindo, então homenagear a única pessoa que amou – O nome dela é Ymir Reiss.

Não sabia por quanto tempo aquelas pessoas ainda ficaram na casa em que morava, mas estava tão cansada que quando sua filha dormiu – sendo colocada em seu berço por alguém -, ela acabou pegando no sono da mesma maneira. Não se deu conta que estava dormindo até abrir os olhos, percebendo que aquela não era a sua realidade, provavelmente estava em um estado de sonho acordado, tendo a impressão que se lembraria daquele sonho.

Ao seu redor havia um campo de flores, não flores quaisquer, mas sim em tonalidades roxas, apenas essas flores e um caminho reto, era uma estrada sem pedrinhas ou qualquer pavimento, como se o tempo a tivesse formado devido quantidade de vezes que as pessoas faziam o mesmo trajeto por ela. E, olhando para os lados teve a certeza que estava sozinha, ninguém a acompanharia e como não havia outra estradada, ou sequer outra bifurcação para os lados, teria que seguir em frente.

A caminhada parecia longa e infinita, estava cansada demais de segui-la sozinha, olhando para os lados percebeu que ainda não tinha mais nada no campo além das mesmas flores, pensou em parar no meio do caminho e ficar sentada até que seu corpo lhe fizesse acordar, mas alguma coisa dentro de si lhe dizia para continuar a caminhada, era como se a mesma não pudesse se dar o luxo de parar, era como se a recompensa em seguir em frente valesse mais a pena do que todo o esforço que estava fazendo.

Coletânea  YumihisuOnde histórias criam vida. Descubra agora