Presente de Grego❤🗼(RaBia)

2.Ludus🌻

Ludus (s.m.):
Concepção grega de amor divertido, brincalhão. Brincadeira de crianças, flerte, provocação.

Point Of View Rafaella

- Pra Iris não, aquele demônio não ia acreditar mesmo se a gente falasse que era só de mentirinha pra um concurso. Ela nunca se convenceu 100% que nós somos só amigas, não vai adiantar gastar saliva explicando que é tudo planejado, melhor nem contar. Fora que a língua dela não cabe dentro da boca.

- Verdade, quanto menos gente souber, melhor.

- Mas para a Flay a gente vai ter que contar, Rafa. Eu sou uma mulher morta se esconder isso dela, você sabe.

Gargalhei alto da cara de medo que Bia fez. Flay, era a outra melhor amiga da Bia além de mim, mas a relação delas era bem diferente da nossa. Pareciam gato e rato, viviam se alfinetando e brigando, mas se uma das duas era alvo de terceiros, a outra virava uma onça pra defender. Em resumo: era melhor não mexer com a Flay. Ou talvez mexer só um pouquinho.

- Bia, mas a gente podia passar a perna nela antes de contar, né?

- Como assim? - Bianca estreitou os olhos em minha direção, desconfiada do que eu queria dizer, mas claramente interessada.

- A gente podia dizer que estamos namorando, deixar ela acreditar um pouco e rir da cara dela. Depois a gente conta, antes dela pegar gás suficiente para sobrar pra gente.

Os olhinhos de Bianca se iluminaram em um sorriso travesso e eu sabia que ela ia topar. Ela sempre topava.

- Fechou!

Eu não disse?

Point Of View Bianca

Ainda passamos cerca de uma hora naquela discussão, mas no fim acabamos por decidir que só iríamos contar a verdade sobre o concurso para Flay, Gizelly, Renato e Manu.

Gizelly, ou melhor, titchela, era a confidente de Rafa, ela não achou justo esconder dela. Renato e Manu são irmãos de Rafaella e não tinham língua grande igual a minha irmã, fora que ambos conheciam Rafaella muito bem e ela era uma péssima mentirosa, esconder não ia prestar. E Flay, bom... Flay entrou na lista por motivos óbvios de que nem eu e nem Rafaella tínhamos intenção de morrer tão cedo. Começamos então a combinar nossa história para o restante das pessoas.

- Mas e aí, Rafa? Quem pediu quem em namoro? O que que a gente vai dizer para as pessoas?

- É fácil, ué. Eu te beijei. Você me pediu em namoro. - Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Não entendi nada, mas fiquei quieta esperando ela explicar. - Num é óbvio, Bianca? Eu nunca fiquei com nenhuma garota, você não ia me beijar e correr o risco de arriscar nossa amizade. Daí eu te beijei, num dia de outubro do ano passado. Eram as primeiras chuvas de São Paulo e a gente resolveu ficar na tua casa vendo filme embaixo do cobertor e eu finalmente tomei coragem e te beijei. Mas você é a libriana louca dos relacionamentos e que não sabe se manter solteira por muito tempo. Então você me pediu em namoro na semana seguinte e como isso era tudo que eu queria já há alguns anos, eu aceitei sem nem pensar. Estamos juntas há 7 meses.

Soltei o ar que nem percebi que havia prendido em meus pulmões. Ver Rafaella falando assim do nosso "namoro", como se ele fosse real fez meu estômago se revirar de uma maneira que eu achei melhor não analisar mais a fundo para descobrir a origem.

- Eu não sou a libriana louca dos relacionamentos. - Foi tudo que eu consegui pensar pra responder.
[N/a: eu sou uma libriana muito calminha em relação a isso kkkk]

- Ah, é sim. Você nunca passou mais do que 2 meses solteira desde que a gente tinha 15 anos e você se meteu com o Fred. Incluindo nessa conta teu relacionamento com a Bárbara, com quem até morar junto você morou.