Não posso dizer que nunca na vida deixei de ter conforto e, talvez, um pouco de luxo. Embora não a vida toda, boa parte dela eu tive tudo do bom e do melhor, desde que papai me adotou.Mesmo sempre me mimando, nunca deixando nada faltar e me dando as melhores oportunidades sem se importar com quanto vá custar, papai sempre me ensinou duas coisas importantíssimas que tem um peso e um constraste grandioso com todo o dinheiro e o luxo: A simplicidade e a humildade.
Duas palavras que carregam um valor tão grande e valioso quanto qualquer nota ou moeda, quanto qualquer cobre ou ouro, quanto qualquer cristal ou diamante.
E eu absorvi tudo de bom que ele me ensinou, não só as palavras como as ações também. Papai sempre foi alguém tão bom, que mesmo se ele não me dissesse nada disso eu o faria, por seu próprio exemplo. Então, sendo assim, foi fácil não me tornar uma pessoa ignorante, metida e mesquinha.
Porém, não posso dizer que não me acostumei com a vida que vivo graças à ele. Qualquer um ficaria mal acostumado a uma vida boa, com mimos, sem ter preocupações verdadeiramente importantes, ou bobinhas. Eu me acostumei, e mesmo que tenha adquirido todas as boas qualidades, esse forte costume que me fez quase surtar com a quantidade de insetos, não só no meu cabelo durante a noite, mas os que habitam a casa toda, também.
Qualquer um que ver de fora logo irá pensar que sou aquelas patricinhas da cidade grande que nunca foi ao interior e não está acostumada a vida dos "caipiras".
MAS EU NÃO ESTOU MESMO!
Me chamem do que for: Patricinha, mimada, princesinha, garota da cidade grande, Regina George, ou até mesmo tudo isso. Eu não me importo! To pouco me fodendo.
EU NÃO SOU OBRIGADA A DORMIR COM INSETOS EM MIM E NEM A CONVIVER COM ELES!
Tá. Talvez nesse momento eu seja meio que obrigada sim. Mas só por enquanto! Só enquanto não chega o dia do bendito casamento e a lua de mel, depois disso, eu caço meu rumo de volta pra cidade e esqueço que em algum dia meus lindos cabelos negros com mechas azuis, tratado com os melhores cremes, shampoo e condicionador, sempre hidratado, cuidadosamente e demoradamente finalizado, SERVIU DE HOTEL PARA INSETOS.
Okay... Paz inteiror, mestre shifu, paz inferior.
Outra coisa que também não está nos meus costumes é ser seguida, "protegida", paparicada, idolatrada, e tão admirada por uma criança.
Sim, uma criança.
Desde o primeiro dia, depois de nosso "chá da tarde" com as bonecas, Dae não me dá espaço um momento sequer. Não que isso seja de todo algo ruim, como eu havia dito Jeon Da-e é uma criança adorável, carismática e encantadora, e saber que eu ganhei sua admiração me deixa feliz. Suponho que Dae não deva ter muitas referências femininas além de sua mãe, já que não vi nenhuma outra mulher por aqui sem ser a Sra. Wool, e é compreensível que ela fique assim, animada e admirada com outra figura, não só feminina, como estrangeira também.
Mas ainda assim, não tirando o foco, não é algo que eu, Samantha Nogueira, estou acostumada. E é justamente por isso que já está me dando nos nervos ter essa pequena sombra atrás de mim.
E se passaram apenas DOIS DIAS!
Santo Deus, eu vou surtar.
Nesses dois dias, Hawool tem se mostrado alguém inteiramente gentil, dedicada, amorosa e compreensiva. Ela e meu pai tem organizado algumas coisas do casamento, coisas básicas e simples já que não será nada muito grandioso. Menos mal.
Papai, tirando os assuntos do casamento, continua sendo o mesmo, e eu fico feliz em ver o olhar puramente apaixonado de Hanwool á ele, o que prova que ela se apaixonou por esse jeito retardado e palhaço dele de ser mesmo.
Jungkook, bom, ele pareceu fazer o que pôde para me evitar nesses dias, fugindo de mim como o diabo foge da cruz, e eu sequer ia atrás dele. Um simples passo meu o fazia dar cinco mais longe.
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Shallow Now
Teen FictionJeon Jungkook sem dúvidas era alguém que conseguia me surpreender a cada dia. Mesmo sendo tímido e ingênuo, inexperiente e inseguro, o garoto do interior saiu do "raso" aonde haviam apenas pessoas que machucam, decepcionam e abandonam as outras, e m...