cap.1

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-Sr. Thompson, achamos uma coisa que irá interessá-lo- Jonas Thompson, o detetive chefe daquela operação sem fim sobre o misterioso caso da menina morta no lago Slonk, se tornou uma dor de cabeça há 3 meses

-Uma...carta?- O detetive analisa o conteúdo da escrita em suas mãos, o estilo da escrita bate com os poemas escritos no bloco de notas do diário da vítima.

-Estava colado com fita embaixo de uma gaveta de sua escrivaninha- o perito criminal, Gregory, falou como se tivesse encontrado um pedaço de ouro em um monte de palito

-Pode repetir os dados dela, por favor?- O funcionário anda rapidamente até a maleta de documentos apoiada no capo da viatura. 

-Sofie Wifcon, 27 anos, 1,63cm, um namoro de 13 anos com Ferdinand West, boas relações com a família, artista, advogada e arquiteta. Também fazia alguns serviços de decoração para amigos e familiares, família rica e garota propaganda- Thompson escutou claramente, então começou a ler a única pista do que possivelmente diria o que aconteceu naquela madrugada :

"Olá detetive, deve estar se perguntando porque escrevi isto..."

- Esta garota leu minha mente- diz Jonas. Gregory não entendeu nada do que o chefe disse, então voltou a colher fotos da cena

'..bem, eu estou em um caixão agora, 7 palmos abaixo da terra, e todos estão chorando em prantos por minha morte, meu corpo não se mexe e meus olhos estão fechados, sem nenhum sinal de vida..."

-Um..suicídio?- só pelo começo, já poderia prever o que havia acontecido, pois não tem como a vítima saber de seu assasinato, quer dizer, geralmente os assasinos não avisam 

"Bem, se vou escrever o que aconteceu preciso começar do começo... Minha vida sempre foi em uma casa perfeita, pais ricos, boas notas, tudo sempre foi perfeito. Um namorado, melhores amigos, uma casa luxuosa e uma faculdade que eu passei com meu próprio mérito. São prazeres que, se você sair por ai e perguntar as pessoas, seria tudo que elas querem. Tive o prazer de experimentar uma vida onde tudo que eu quero, eu ganho e vivi muito mesmo com só 27 anos. Mas as coisas chegam a ser tão perfeitas, que se demonstram imperfeitas de tanto conviver com elas. É como ter uma rotina, mesmas aulas toda semana de manhã, mesma atividade que você terá de fazer, mesmo emprego, mesma faculdade, mesma casa, mesmo salário, mesmas viagens, mesma cama, e até a parede começa a te incomodar..."

-Jonas se identificou. Desde que entrou neste cargo como detetive chefe, sua rotina é a mesma.

Acordar as 5h, fazer o café, ir ao trabalho, voltar para casa e almoçar com sua esposa e filhos, a tarde sempre procura pegar um caso mais fácil, e então voltar para casa no mesmo horário de sempre, então jantar e dormir. De domingo a domingo, seu emprego não o deixa nem um fim de semana passar. Ano passado, trabalhou até o último dia do ano, e não estava nem em casa para ver seus filhos abrindo o presente que tinha comprado no natal... mas ele não se deixou levar pelas emoções, continuou lendo atentamente

"... É como uma solidão, sem ser solidão. Como não sentir nada, mas mesmo assim sentir algo, porque você não sente nada, ou podemos chamar isso de apatia. Não tem nada haver com estar mal ou estar bem com nada, imagine não sentir amor, tristeza, alegria, raiva, dor ou qualquer tipo de sentimento existente. Seu sorriso vem vazio de qualquer resquício de alegria, é apenas um rosto sem emoção, e um coração também..."

-Esta menina poderia ter sido uma escritora nomeada, ou poeta- diz Gregory, bisbilhotando o que o detetive lia em silêncio. Ele sai de fininho das costas de seu chefe e continua o que estava fazendo. 

''...A perfeição se torna algo diário, e você simplesmente enlouquece. Já ouviu aquela famosa frase? "tudo é imperfeito, porque até a própria perfeição é imperfeita". Agora tente aplicá-la no que vou te contar agora..."

Thompson pegou as chaves de uma das viaturas e sentou-se no banco da frente, fixado nas curvas das letras da escrita de Sofie, e como suas palavras se tornavam a sua própria realidade

'...Você estaria bem, em uma casa onde seu irmão se envolve com drogas, seu pais viajam o tempo todo para não cuidar de você e você é o único ser vivo que parece não estar louco? Quando estamos ao público, somos a mais conhecida casa de boneca, mas não abra as portas depois de fechá-las, pode ver algo que não deveria ver. Já em casa, não temos mais dinheiro, bom, eu e o Cooper, meu irmão, não temos nada. Fui despedida do meu emprego como arquiteta, não consigo mais comprar quadros e tinta e não consigo pegar mais casos, por isso me despediram por falta do que fazer. Então, meu irmão vende drogas, e como não dá dinheiro suficiente para nós, eu acabei trabalhando com minha melhor qualidade, mas não era bem assim que eu esperava de mim mesma... eu tive de virar acompanhante, faço alguns trabalhos aos clientes e também acabei entrando em uma balada como stripper a noite..."

O detetive fica espantado, como aquela família tão rica e perfeita, era tão suja por dentro? Agora ele entendeu a referência da casa de boneca...

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boa noite :)

ALB

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⏰ Última atualização: Aug 30, 2021 ⏰

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