PIETRO NARRANDO:
Acordei hoje às 07 horas, e essa manhã foi diferente, pois acordei com Caroline ao meu lado, estávamos os dois abraçados, e mesmo que eu quisesse negar, eu havia gostado, me sentia bem, me sentia em paz, me sentia tranquilo ao lado dela, ela me transmitia confiança e conforto. Pra ser sincero, alguma coisa nela me chamou a atenção desde o momento em que eu à vi pela primeira vez quando estava dando meu depoimento naquela cena de crime.
Nesse momento eu estava no hospital onde trabalho, e tudo estava tranquilo, estava dando altas em pacientes que tinham que ser liberados, dando más notícias pra aqueles que infelizmente tinham alguma doença, e agora eu estava no meu momento de descanso, e estava quase dormindo quando meu pager tocou, e lá fui eu correndo pra onde eu estava sendo chamado.
Doutora O'Brian? - falo assim que chego na sala.
Santos. - ela fala me puxando pra fora da sala. - Vamos, preciso de você comigo lá no trauma agora.
Sim senhora, Doutora O'Brian. - falo e vamos correndo receber o paciente no trauma
Chegando lá vejo os socorristas descerem da ambulância com uma menininha deitada na maca.
O que temos? - perguntou a doutora, enquanto íamos pra sala do trauma 2.
Paciente é uma menina de 8 anos de idade, fraturas múltiplas. Deslocamento da pélvis. - fala o socorrista
Chama a orto, e também a neuro. - fala e logo chamam-os.
Alguns minutos se passam e a orto chegam.
Droga, a pélvis foi deslocada, a costela tem duas fraturas na costela esquerda, uma fratura no fêmur, e uma luxação no antebraço direito. - a doutora Adam fala.
Oi, cheguei. - a doutora Watson fala. - Deixa eu ver o que temos. - ela fala fazendo um rápido checape na menina. - Pietro, quando terminarem aqui leve ela pra fazer uma TC de crânio e depois me traga o exame imediatamente, me entendeu? - fala.
Entendido, doutora Watson. - respondo.
...
Já tinha feito a TC, e agora estávamos na cirurgia, e tudo parecia bem, já havíamos cuidado da hemorragia, e também das fraturas, mas infelizmente ela teve várias paradas cardíacas, mas resistiu até o fim da cirurgia, e agora era esperar ela acordar, mas... passou-se 4 horas, e ela não acordou, então a doutora Watson veio leva-la comigo pra TC e sem muita demora saiu as imagens.
Ai meu Deus, ela teve morte cerebral. - falou a doutora. - Não há nada mais que possamos fazer. Pietro, vamos. Temos que dar a notícia pra família.
Saímos, e um outro residente levou a menina pro quarto, e eu e a doutora Watson fomos dar a notícia pros familiares da menina.
Família de Angeline Cooper. - chama a doutora e ele logos se levantam e vamos na direção deles.
Como esta minha menina doutora? - pergunta a mulher.
Senhora... - antes que pudesse continuar a mulher a interrompe.
Alba, por favor. - ela fala.
Alba, apesar de todos os esforços, Angeline não recobrou a consciência durante quatro horas após a cirurgia, e fizemos uma Tomografia, e infelizmente a Angeline teve uma morte encefálica. Eu sinto muito. - ela fala, e a mulher grita caindo ao chão.
Desculpa a pergunta doutora, mas, o que é uma morte encefálica? - pergunta o homem chorando. - Leon, pode me chamar assim.
Leon, uma morte encefálica é a mesma coisa que morte cerebral. É quando o cérebro para de funcionar, quando ocorre qualquer tipo de agressão ou ferimento grave no cérebro, o sangue fluí pelo nosso corpo, e vai direto pro nosso cérebro, ele é bloqueado, fazendo com que ocorra uma morte cerebral. - ela fala, e ele anui. - Eu sinto muito.
Obrigada. - ele fala, e assim vamos nos afastando.
Pietro, você vai desligar as máquinas, quando tiver que acontecer. - fala.
....
Fui no mercado, comprei uma garrafa de tequila, e estava em casa agora, bebendo enquanto assistia ao filme O PIANISTA, um filme que eu amo, embora seja triste.
Eu já devia estar no final da garrafa, quando Caroline chegou, eu não dei boa noite, não disse um simples oi, não falei nada, porque eu não conseguia. Tudo o que eu queria era beber e chorar, e por isso eu subi pro meu quarto quando ela chegou.
Entrei no quarto e sentei-me no chão ao canto, onde estava escuro, pra que ninguém me visse, e ali eu chorei tanto, que não sei quando aconteceu, mas eu senti braços me puxarem pra um abraço, e na mesma hora eu sabia que se tratava de Caroline, e aquele abraço estava se tornando o melhor do mundo, se tornando tudo o que eu queria sentir ao final do dia.
Eu a perdi, perdi ela. - eu falo em prantos. - Ela só tinha 8 anos.
Quem Pietro, quem você perdeu? - ela pergunta sem entender.
Angeline Cooper, 8 anos de idade. - falo tentando parar de chorar e saindo do abraço dela, e indo sentar na cama. - Hoje no hospital, uma menina deu entrada no hospital, ela tinha fraturas múltiplas no fêmur, duas fraturas na costela esquerda, a pélvis dela estava deslocada, uma luxação no antebraço direito, e teve hemorragia no quadrante superior direito, e aparentemente não tinha nenhum tipo de danos cerebrais. - falo e volto a chorar. - Nós a levamos pra cirurgia, e tinha dado tudo certo, mas depois de quatro horas após a cirurgia, ela não acordou, então levamos ela pra uma nova TC, e quando as imagens saíram, descobrimos que ela teve uma morte cerebral. - eu estava sentado na cabeceira da cama ao lado esquerdo e chorando, e então Caroline se senta do outro lado e me puxa novamente pros seus braços. - Ela só tinha 8 anos, e eu não pude fazer nada. Ela era só uma criança, não merecia isso.
Ela foi a sua primeira não é? - ela pergunta - A primeira vez que você perdeu uma criança no hospital.
Eu nunca tinha perdido ninguém antes. - fala.
Shh. Ta tudo bem, pode chorar o quanto você quiser, eu não vou sair daqui, vou ficar aqui o tempo que você precisar ta me ouvindo? - pergunta.
Você não precisa fazer isso. - falo e me levanto ficando de frente pra ela. - Você deve ter que ler um monte de coisas sobre aquele caso não? - pergunto quando enfim paro de chorar.
Não, pra ser sincera. - fala. - Nós descobrimos uma coisa hoje, e talvez isso nos dê uma pista de quem é o assassino.
Ah, que bom. - falo.
CONTINUA...
PRÓXIMO CAPÍTULO SERÁ A CAROLINE NARRANDO, MAS É A MESMA CENA EM QUE PARAMOS AGORA.
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Uma jornada Épica
Non-FictionUma Jornada Épica, fala sobre a vida, sobre as coisas maravilhosas que encontramos e também as dificuldades, pois nem tudo na vida é um mar de rosas, mas no final, sabemos que foi uma incrível jornada, foi simplesmente épica.