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Ela, em meus dezenove anos, tirou de mim tudo o que foi capaz; tudo o que bem quis, e os detalhes que nem pediu.
Eu era completamente dela. A única coisa que me pertencia era o pronome eu, mesmo quando, na verdade, minha existência pareceu uma fumaça quando ela me chamou de amor.
Era uma melodia arrastada, notas precisas e suaves, dedilhados em meu violão antigo junto do vento bravio que agitava as palmeiras da ilha e trazia ondas para a praia.
— Amor.
Amor.
Choveu pela primeira vez em meses quando ela me chamou assim. Sou eu?, meus olhos lhe perguntaram, sou seu amor, Doris?, o início de um sorriso desbravado tremeu em meu rosto. Seus passos molhados marcaram na areia úmida ao caminhar em minha direção, o vestido esvoaçava junto do longo ébano de seus cabelos ondulados, enquanto eu parecia esperar uma resposta divina para minha muda indagação.
— Amor?
Amor…
Ela ria de algo perdido, tocando os lados de meu rosto com a preciosidade refinada de suas lindas mãos; e me encontrei na alegria genuína de seus olhos sorridentes.
— Amor, Liz… É você quem estou chamando.
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Borboletas Marítimas
Roman d'amourDoris, constantemente atormentada por sua solidão vivida em livros de geografia e no antigo viveiro de borboletas na clareira da floresta da Ilha, tem seu coração facilmente comandado por cada uma delas com a chegada de Liz, que carrega um borboletá...