- As Relíquias da Morte -

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(Cap. 22)
    A garota caiu sobre o capim, no canto de um campo ao anoitecer, e logo se levantou ofegante e começou a correr em círculos os redor dos a garotos caídos no chão se levantando aos poucos
   - Protego totalum... Salvio hexia
   - Aquele parasita traiçoeiro! - disse Ron, indignado, se desvencilhando da capa da invisibilidade e jogando-a pra Harry. - Hermione você é um gênio, gênio completo, nem acredito que nos safamos!
    Hermione não tinha prestado muita atenção. Também não acreditava como tinha escapado. Se tivessem ficado por mais um instante, muito provavelmente não teriam conseguido.
   - Cave inimicum... eu não disse que era chifre de erumpente? Não disse? Agora a casa dele explodiu! - respondeu, virando-se para Ron e percebendo com uma leve careta no rosto o jeans rasgado e os profundos cortes nas pernas que o garoto também analisava.
    - Bem feito! - comentou Ron olhando para as pernas. - Que acha que farão com ele?
    - Ah, espero que não o matem! - gemeu. - Foi por isso que eu quis que os Comensais da Morte vissem o Harry antes de sairmos, pra que não pensassem que Xernofílio estava mentindo!
    - Mas porque me esconder?
    - Porque acham quem você está na cama morrendo de sarapintose, Ron! Eles sequestraram Luna porque o pai a poiava o Harry! O que aconteceria com a sua família se o vissem com ele?
    - Mas e os seus pais?
    - Estão na Austrália, devem estar bem - disse aliviada por finalmente lembrar de algo bom.
    - Você é um gênio - repetiu Ron, assombrado.
    - É mesmo, Hermione - concordou Harry.
Ela corou levemente e no seu rosto abriu um lindo sorriso ao ver o de Harry, que logo se desfez.
    - E a Luna? - disse Harry, com um leve tom de desespero em sua voz.
    - Bem, se eles estiverem dizendo a verdade é ela ainda estiver viva... - começou Ron, em resposta.
    Hermione sentiu como uma onda fria descesse por ela seguido de um arrepio. Era possível ver seu coração batendo aceleradamente.
   - Não diga isso! Não diga isso! - guinchou, agora lagrimando - Ela precisa estar viva, precisa!
   - Então ela deve estar em uma cela em Azkaban
   - Vai sobreviver, ela é muito durona, a Luna
   - Espero que vocês tenham razão... - disse, agora tentando esquecer dos seus pensamentos anteriores.
    Os garotos armaram a barraca e se atiraram para dentro, onde Ron preparados chá para todos. Hermione se sentiu como se finalmente estivesse em paz, despoja de terem escapado da morte tantas vezes e se refugiarem na antiga barraca, aquele lugar se tornou uma espécie de lar para os garotos.
    Harry agora não parava de falar sobre as relíquias, que ela considerava uma bobagem. Xernofílio poderia ter inventado tudo aquilo com base em uma velha estória infantil educativa.
   - Mas calma aí - replicou Ron - Também disseram que a Câmara secreta era um mito, não?
   - Mas as Relíquias da Morte não podem existir, Ron!! - respondeu ela, irritada com tudo aquilo. Ela não conseguia entender como eles acreditavam que esses objetos realmente existiam. - o conto dos 3 irmãos é só uma história pra crianças - disse com firmeza - sobre o medo que ser humano têm da morte. Se sobreviver fosse como se esconder embaixo de uma capa da invisibilidade nós estaríamos muito bem!
    Uma longa discussão se estendeu após isso. Ela ficou tão irritada naquela noite tentando convencê-los de que aquilo era uma grande perda de tempo, e que deveriam estar se concentrando em encontrar as Horcruxes, que só queria se afastar por um tempo para se acalmar
   - Farei a primeira vigia - disse ela firmemente, se dirigindo para a saída da barraca. A garota se sentou ao lado da entrada observando a varinha de videira em sua mão
   Começou a pensar do debate. Pensou na possibilidade das relíquias realmente existirem e os garotos estarem certos; mas não fazia sentido: como que a figura da morte daria objetos mega poderosos pra 3 homens que a driblaram? A única coisa que fazia sentido era que precisavam mais do que tudo era encontrar as Horcruxes e as destruir.
   Ela lembrou de Ron dividido entre os dois. Ela não sabia direito o que sentia por ele, e nem o que ele por ela. Lembrou-se do ciúmes que sentiu quando ele é Lilá Brown começaram um relacionamento e de como se sentiu quando ele foi embora, da tristeza, do desamparo e da raiva que sentiu e começou a pensar se sentiria assim se Harry os deixasse; chegou à conclusão que não. Sentia algo diferente por ele. Algo diferente e mais forte do que sentia por Harry. Deu um sorriso bobo pro chão ao perceber que realmente gostava dele e ficou feliz por ele possivelmente sentir o mesmo por ela. Lembrou dos cabelos ruivos do garoto que tanto gostava, cujo o cheiro fazia parte de sua amortentia.
    Com tantos pensamentos girando em sua cabeça a garota acabou adormecendo. O dia seguinte amanheceu como qualquer outro dia, nublado e frio. Ela foi acordada por Ron, a chamando para o café da manhã e logo depois os garotos recolheram a barraca e mudaram-se. A chuva os acompanhou até o litoral, onde passaram a noite, e continuaram atravessando paisagens encharcadas por uma semana inteira.

HP 7 - PERSPECTIVA HERMIONE Onde histórias criam vida. Descubra agora