Passaram-se dias após o ocorrido, não o
vi mais, o homem cujo o nome nem sei não sai de minha mente, fico atordoada não saber ao menos se está bem, mas foi um ridículo também, nem pediu obrigado ou algo parecido.Letícia bate em minha porta e grita em seguida, abro a porta dando passagem para que a mesma passasse.
- Trouxe sorvete de flocos, hihi. - Letícia levanta a sacola rindo.
- Me conte as fofocas desse morro. - Falo gargalhando enquanto dou uma colherada no sorvete. - De quem vamos falar mal hoje?
Letícia gargalha, ficamos conversando horas até acabarmos com o pote de sorvete inteiro. Mirela tinha ido ao treino de Judô, sempre tento deixá-la ocupada. A mente dela voa muito alto, perguntando sobre nossos pais, ela sabe o que acontecera mas pergunta o porquê de não ter pelo menos um enterro digno, me corta o coração vê-la deste modo.
- E o embuste? Morre quando? - Me refiro ao marido dela fazendo a mesma gargalhar.
- Na mesma. - Ela revira os olhos. - Eu tentando aguentar o máximo pra' não fazer qualquer tipo de merda. Não quero pegar um artigo cento e vinte e um. [artigo 121 - homicídio]
- Ainda, né! - Gargalhamos. - Mas me conta, como tu aguenta?
- Ai Lia, é difícil sabe... - Ela engole seco. - Saí de casa aos quatorze para morar com ele, larguei tudo por ele, vi ele crescer junto à mim. Depois começou a se envolver com coisa errada, eu também não tentei impedir ele... Não tenho pra onde ir, por isso aceitei de cara você me chamando pra' trabalhar. Assim consigo um dinheiro bom e alugo minha casa...
- Deixando o embuste. - A corto a fazendo rir que concorda.
- Nosso casamento só se afunda e se afunda. Já não tem mais amor e nós dois sabemos disso. Ele quando fez três anos de boca de fumo, mudou completamente, nem eu o reconheci. - Letícia falava claramente com tristeza na voz.
Dou-lhe um abraço apertado. Sou muito madura para a minha idade.
Cresci antes do tempo, não aparento ter a idade que tenho, pois diferente de muitas sou batalhadora e a Letícia também, não depende do dinheiro sujo do marido para nada e nunca dependendo. Ela tendo seus vinte e dois anos viveu coisa a beça. Mas enfim...
- Mana! - Mirela grita alarmando que chegou em casa. - Tchau tia. - Se despede de Tônia que a leva e trás do Judô.
Mirela olha o pote de sorvete vazia e faz bico.
- Não deixaram nem a rapinha' pra' mim.
- Foi a Letícia. - Culpo a Letícia rindo e ela faz cara de sonsa.
- Eu? Jamais faria isso contigo meu bombom... - Aperta as bochechas gorduchas de Mirela fazendo a mesma rir. - A tia vai comprar um lanche bem gosto pra' nós hoje!
Mirela grita um "Eba" e sobe as escadas.
- Você tá' acostumando mal minha irmã. - Falo rindo.
- Claro, se não nem seria eu, bebê. - Pisca
***
Ao cair da noite, enroladas num cobertor na sala assistimos a um filme enquanto comemos um lanche qualquer de rua. Convidei a Letícia para dormir aqui e a mesma aceitou. Logo mais, o celular da mesma toca fazendo ela revirar os olhos.
- Oi, Fábio. - Reviro os olhos quando escuto o nome.
Faço careta para ela que me empurra de lado. Minutos depois ela desliga o telefone.
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Primeira Dama [Primeiro Livro]
Novela JuvenilPlágio é crime! A história conta a vida de Lia, uma garota cujo perdeu os pais cedo. Lia mora na Nova Holanda, cuidado assim de sua irmã mais nova. Lia assim conhece um homem que bate em sua porta em uma noite qualquer, a fazendo se apaixonar pelo m...