quatro.

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  Encostei minha cabeça na parede gelada, observando a enorme sala vazia, que era iluminada apenas pelos poucos raios de sol que atravessam o mosaico no teto. Gojo havia me deixado aqui, dizendo que iria atrás de Yaga, o diretor desse lugar. Nesses cinco minutos em que eu havia ficado sozinha, a euforia momentânea se dissipou e a realização do que eu estava fazendo bateu forte em mim. Tentei não dar muita atenção para aquela voz que eu chamava de bom senso dentro de mim.

  Eu havia me acostumado com o 'conforto' da minha vida medíocre, e me jogar em um lugar completamente diferente e cheios de estranhos nunca foi uma possibilidade para mim, a não ser que esse lugar fosse o inferno — ou seja lá para onde eu iria após morrer. Essa realização me fez sentir algo que a muito tempo eu não sentia, o medo. Eu poderia muito bem ter assinado minha sentença de morte, mas por que isso me assustava? A morte nunca foi algo a se temer para mim.

  Então talvez isso não fosse o medo de morrer, talvez fosse apenas o medo de descobrir que nada disso é real, que é apenas um sonho e eu ainda esteja presa na minha monótona vida. Que eu nunca tenha tido a chance de viver uma aventura, seja lá quais forem as suas consequências.

— Dê um sorriso, vai assustar a garota com essa sua cara feia, Yaga. — me arrumei bruscamente em meu assento após ouvir vozes se aproximando e balancei minha cabeça, na tentativa de afastar todos os aqueles pensamentos malucos e depressivos.

  Mais tarde eu lidaria com eles.

  Vindo em minha direção, estavam Gojo e um homem de meia idade, com uma carranca extremamente parecida e ainda um pouco pior que a de Nanami. Presumi que aquele fosse o direitor Yaga, o homem cujo eu deveria ser apresentada. Eu me levantei da cadeira quando eles ficaram apenas à poucos passos de mim.

— Então, você é a famosa Itsuki Nori. É um prazer em finalmente conhecê-la. Sou Masamichi Yaga. — o homem de cabelos escuros se pronunciou, estendendo uma de suas mãos em minha direção.

— Perdão? — perguntei, franzindo o cenho para sua fala, enquanto o cumprimentava.

— Bom, não é todo que alguém com tanta energia amaldiçoada aparece por aí. Você é muito conhecida por aqui Itsuki Nori e é uma incógnita que está deixando os superiores alarmados.

  Energia amaldiçoada, certo. Eu não me recordava exatamente do que aquilo se tratava, para falar a verdade, poucas das palavras que Nanami disse mais cedo ficaram gravadas na minha mente. Eu apenas sabia que aquelas criaturas horríveis queriam minha cabeça em uma bandeja e aqui eu estaria segura delas.

— O que é totalmente incompreensível, já que você é apenas uma garota de 17 anos, não poderia fazer mal a uma mosca, nem mesmo se quisesse. — Gojo rebateu, cruzando seus dois braços atrás do pescoço e sentando na banco ao lado do qual eu estava anteriormente.

  Cerrei meus olhos e olhei para Gojo com um carranca — Oi? — perguntei, incrédula com suas palavras, não que ele estivesse mentindo, é claro, mas ser chamada de inútil na cara dura não era lá muito agradável.

— Sem ofensas, é claro. — ele sorriu e eu revirei os olhos, é óbvio que nada além da beleza dele seria perfeito, principalmente sua personalidade.

— Sábias palavras vindas do homem que desequilibrou a balança do universo ao nascer, Satoru. — rebateu o homem mais velho, e depois voltando sua atenção para mim. — Permita-me explicar para você o real motivo de sua vinda, Itsuki. Dois meses atrás, quando o Itadori Yuuji engoliu o primeiro dedo de Sukuna, as coisas começaram a dar errado no mundo Jujutsu. Estávamos em uma reunião quando cada feiticeiro presente nessa escola sentiu a liberação de uma grande quantidade de energia amaldiçoada, algo que testemunhamos pela última vez no nascimento de Gojo Satoru. E naquele mesmo momento cada maldição e feiticeiro presente em Tokyo, foram atraídos para um lugar: Shibuya, esse lugar é familiar pata você?

your eyes ༉ gojo satoru. Onde histórias criam vida. Descubra agora