PRÓLOGO

365 30 3
                                        

Cada passo que dava rumo ao altar, era como um passo para o cataclismo absoluto. O extenso tapete vermelhusco a escoltava até as portas para seu inferno cabal.

Em seu corpo curval, era pavonado um vistoso vestido de pano cujo as cores coloridas chamavam atenção de todos que aí estavam.

Os seus olhos cor de café conseguiram captar algumas mulheres segredando umas para as outras, enquanto outras a penas limitavam-se em especular com os órgãos de visão, a indumentária africana que fugia absurdamente do costumeiro vestido branco imaculado, que admitia a pureza da noiva naquela tradição.

Os seus cabelos enrolados em linhas pretas umas contra outras escandalizava a todos por algo fora da realidade deles.

Princesa Anaya do reino de Tombwa, sobrelevou o seu queixo tentando não se intimidar com aqueles olhares de entojo, que eram lançando em direção a sua pessoa.

Não acanhou-se, patenteou as suas raízes com honra! Era assim que o seu povo entrajava em cerimonias de gêneros, e era assim que eles a veriam a partir daquele maldito dia que pisara em Gardener o reino maldito! Embora o queixo estava erguido com mestria, o coração estava perturbado.

As mãos que circundavam o braço do seu pai, estavam tremulas desobedecendo por completo os seus mandatos. Cerrou o punho e permitiu-se em respirar enquanto sentia o pânico assenhorar-se dos seus pulmões.

Apesar de que o medo não era notório em seu rosto imaculado, o seu interior legitimava o oposto. O coração esmurrava em desespero sem saber o que lhe aguardava após esse dia que já estava marcado como o pior da sua vida.

Fora prometida desde pequena ao rei de Gardener Rudolf Winston VI, o nauseabundo. O tal cognome era por seu dito cujo interesse por "mocinhas"mulheres virgens e de aparência infantil.

 Ele era um verdadeiro carrasco quando se tratava do seu pequeno vicio nauseabundo.

Anaya de Tombwa cerrou os dentes violentamente enquanto o cérebro a levava a cogitar o quão desgraçado seria a sua vida com aquele homem que tanto lhe enojava.

ººº

- Aquela será a sua nova madrasta? –a voz aveluda sussurrou nos ouvidos do príncipe, cujo os olhos estavam sobre a mulher que caminhava no longo tapete vermelho, junto ao progenitor e acompanhada da marcha nupcial.

- Foi prometida ao meu pai desde que era uma criança. – volveu o sussurro olhando por cima dos ombros vendo aquela que fazia os seus olhos abrilhantar e envolvia o seu coração em uma valsa que alegrava toda a sua estrutura.

Diziam que era idiotice demais um homem demostrar os seus sentimentos perante a uma dama, mas Príncipe Claiton de Gardener não se importava com aquilo, amava Fiona mais do que tudo e não lhe era custoso em evidenciar os seus reais sentimentos para aquela deusa dos longos cabelos ruivos.

- Em breve será o nosso casamento, e assim quando chegar a minha vez de sentar naquele trono você será a minha rainha. – Tratou de dizer fazendo ela sorrir enquanto os olhos verdes brilhavam com intensidade como se ai fosse o habitar das estrelas.

- Só espero que ninguém descubra que me tomaste antes do previsto, ai sim os nossos desígnios serão arruinados. –voltou a sussurrar com discrição ao órgão de audição do amado aproveitando que todos estavam distraídos com a pequena figura que não passava de 1.68 embalada em trajes que causavam dor aos olhos verdes daquela que se considerava como uma dama do mais puro e requintado gosto.

Sentiu as mãos másculas enroscarem os seus dedos com tamanha delicadeza que a fizera suspirar e o peito fagulhar com aquele vertiginoso toque. A vontade de sentir aquelas mãos grossas em seu corpo era imensa fazendo pensamentos pecaminosos infestarem a sua psique em lembranças calorosas da noite passada.

Oh céus!

Como era bom se entregar a ele.

O seu íntimo gotejava só em pensar naquela imoralidade.Sabia que era totalmente errado deitar-se com um homem antes do casamento, mas os seus sentimentos por aquele príncipe cujo os cabelos negros lembravam a escuridão da noite, era de uma intensidade sem igual.

Amava-o com profundidade e sabia que o sentimento era reciproco da parte dele. Por isso confiava às cegas no Claiton e sabia que ele honraria as suas palavras.

- Nada arruinará não se preocupa, eu já dialoguei com o meu pai e ele pedirá a mão ao seu pai logo, logo.

Feiona quase gritou de alegria se não fosse a mão que levara a boca. Os olhos se encheram de lagrimas e o coração disparou quando ouvira aquilo.

O rei tinha aceitado ela como nora?

Em breve seria a rainha de Gardener?

Céus!

 Aquilo era a melhor notícia que se poderia receber! A acompanhou com os olhos quando Claiton humedeceu os lábios com aponta da língua enquanto exibia aquele sorriso charmoso que derretia corações pelo castelo a fora.

- Você será minha. – sussurrou com a voz rouca emanando uma força poderosa em suas palavras, fazendo se derreter por completo e acreditar naquelas palavras.

Sim ser dele era tudo que ela queria. E ninguém poderia impedir aquilo agora que tinha a aprovação do rei.

Sorriu extremamente feliz sem saber o quão abrupto era o destino...

A Rainha Sou Eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora