10 The color of a flower

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Eu estava no tédio de sábado e só queria ficar deitado debaixo das cobertas, mas lembrei que William fez o convite para que o nosso encontro de amigos fosse na casa dele.

Confesso que fiquei surpreso e ao mesmo tempo feliz com o convite. Willie mudou muito nos últimos tempos, já está até propondo festas - ao modo dele- em sua casa, algo que era inimaginável de se pensar cinco meses atrás, quando nos conhecemos.

Quando contei para Sam, ela me olhou incrédula e ainda me perguntou o que eu estava dando para o garoto. Eu disse que nada, era óbvio, só estava fazendo o menino Willie enxergar a vida de uma forma mais leve.

Mas eu entendo, ele está bem diferente, tenho compreendido mais isso, principalmente depois de saber que era ele o dono das cartas e de sua aproximação após o incidente com aquele que não deve ser nomeado.

Quando parei a picape na frente do casarão de classe média, com pedras e madeira a revestindo, senti como se meu estômago fosse sair pela boca, essa será a primeira vez que nos reuniremos no mundo dele, é algo novo e as expectativas estão nas alturas.

Quero só ver o que o senhor perfeitinho planejou para a gente. Eu ando muito feliz e quero que essa noite seja incrível.

Senti borboletas voarem no meu estômago quando ele finalmente abriu a porta e não pude conter o sorriso quando vi sua expressão preocupada, ele estava se esforçando para organizar tudo, eu sabia disso desde o dia que ele nos convidou, quando secretamente Charlie nos revelou que ele estava testando caldas para seu bolo de cenoura.

Devo dizer que ainda não conversamos sobre o meu beijo desesperado nem de como estava me sentindo a pessoa mais bem protegida do universo quando dormi nos braços dele, mas vê-lo ali me dava uma sensação tão tranquila que não me permitia pensar muito nessas coisas.

Ele se aproximou e me cumprimentou, só que de um jeito especial, dessa vez me deu um abraço apertado e seus dedos deslizaram pelo meu braço encontrando a minha mão e essa atitude fez nossas palmas se encontrarem.

Senti seus dedos quentes e dei um sorriso diante daquilo, foi algo diferente, poderia dizer que algo nosso, e ao mesmo tempo um jeito fofo do Willie me dizer "OI" e me convidar para entrar.

E por mais incrível que pareça: eu e o nosso alien entramos de mãos dadas...

Sinto que é o jeito dele dizer que quer me proteger e ao mesmo tempo cuidar, o senhor perfeitinho tinha sempre algo a mais para ser descoberto, e isso era mais uma, ele era uma pessoa extremamente carinhosa com seus amigos, comigo não deveria ser diferente, certo?

Mesmo parecendo um limãozinho, ele buscava sempre um jeito de se envolver nos nossos planos malucos ou de colocar em nossas rotinas algo mais saudável. Quando dizia que odiava nossos hábitos, apenas reafirmava seu amor de uma forma fofa, porque em algum momento suas bochechas ficariam muito vermelhas e ele sairia tímido ou com uma falsa chateação.

Ao adentrar a mansão, não pude deixar de perceber alguns olhares que a mãe dele nos lançava de vez em quando, mas não me importei, deve ser porque ele não traz ninguém para visitar sua batcaverna. Quando cumprimentei-a, ela apenas sorriu como quem diz fique a vontade para estar aqui.

A sala estava organizada, e o design do ambiente era muito a cara do William, tudo muito discreto com uma decoração sem muitos detalhes e sem a presença de cores chamativas, mas ao mesmo tempo carregada de elegância.

Me sentei no sofá enquanto aguardava o restante da turma, não demorou muito para que eu avistasse da janela da sala Alice, Bob e a Mary Elizabeth com o seu novo namorado, vindo em direção a porta da casa.

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