03 The Feeling

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Aviso aos leitores

Pode parecer um pouco confusa a linha temporal das cartas, mas como estamos narrando pelo ponto de vista do Patrick e tivemos uma quebra de tempo de mais ou menos um mês, são cartas um pouco mais antigas para entendermos o William.

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Caneta utilizada: azul normal.

Querido Charlie,

É bom saber que tenho alguém para expressar meus sentimentos, em um mundo onde é tão difícil demonstrar sensibilidade. Mesmo que você não leia as minhas cartas, sinto que por meio delas posso dizer o que tudo significou e o quanto a dor ainda é presente e machuca.

Confesso que não tenho muita clareza sobre tudo o que aconteceu, mesmo que tenha ocorrido há algumas semanas atrás.

Assustador.

É tão horrível pensar que aquele que eu amava se foi, deixando apenas as recordações de nós. - Eu o amava.

Nunca me cansava de olhar para ele, nunca imaginei que seria consumido totalmente por uma pessoa até ele chegar.

Sou muito sortudo por ter vivido um relacionamento tão especial com uma pessoa que despertava em mim as melhores sensações.

Certa vez, ele me perguntou: - Quem você mais ama no mundo?

-É você. Respondi com um sorriso no rosto.

Ele sabia que eu o amava.

Meu amor era maior do que qualquer coisa.

Mas agora o que me resta?

Só me resta a saudade de quem eu costumava chamar de amor.

Quando ele se foi só eu sabia o que estava sentindo, mas não conseguia expressar, a única coisa que perpassava a minha mente era como seria o meu mundo sem o nós, e como tudo tinha perdido o sentido.

A dor era constante...

Separadas duas almas que diziam ser a mesma. Mas por que?

Por uma delas não saber que não há problemas em sentir coisas?

Por uma delas achar que não deveria estar triste?

Ou talvez

Por uma delas achar que não deveria estar machucada?

Muitas são as dúvidas...

Com amor,

W.Michael.B

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A mente de um curioso.

Quem teria escrito tamanhas e doces palavras de amor? Quem expressou tantos sentimentos capazes de tocar o coração deste que ler?

- Michael? - Faço um esforço, mas não vem ninguém em minha mente.

A dúvida é angustiante. Quem teria vivenciado um amor tão intenso e verdadeiro?

Minha curiosidade só aumenta, cada vez maior e mais intrigante.

Agora, ela está mais intensa do que a que senti para saber o que estava escrito na carta.

Sei que não deveria sair lendo cartas que pertencem a outros destinatários, mas não contive minha curiosidade.

Estava lá, peguei.

E não via a hora de chegar em casa, me debruçar sobre minha cama e ler o que estava escrito.

Depois de mergulhar em tudo o que encontrei ali, em minha mente perpassa um misto de sensações. - Quem escreveu deveria estar preenchido de uma saudade incessante.

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