Capítulo Três

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Kara’PoV

Nem sempre eu conseguia expressar ou falar em voz alta aquilo que sinto, com ajuda da minha mãe eu consigo fazer isso mesmo que pouco, costumava ficar só por causa do meu autismo nenhuma criança me entendia e muito menos os pais delas, por isso que nas maiorias das vezes eu prefira ficar só.

Até que comecei a sentir a necessidade de ter um amigo, ou melhor, uma melhor amiga, todos tinham  alguém pra chamar de amigo, mas não eu, não que eu não amasse a Alex, mas as vezes ansiamos por outro alguém.

E esse outro alguém no momento era a Lena, eu estava muito nervosa, apertava minhas mãos frequentemente ou balançava minha perna, eu conseguia disfarça bem o meu autismo por ser uma garota, o autismo em meninos são intensos já em meninas são um pouco mas imperceptíveis, minha mãe só descobriu ele pelo fato de ser médica, caso contrário acho que nem saberia.

Eram exatas 12:00 quando chegeui no lugar marcado, era um restaurante italiano, nunca havia vindo num lugar desses, custa muito não tenho dinheiro pra isso. Entrei e então um homen veio até mim.

—Buon pomeriggio, tem reserva senhorita.—disse olhando pra mim.

—Marquei com Lena... Lena Luthor. —respondi, ele confirmou e pediu pra que o seguisse, fomos pra uma mesa mas escondida e então ela estava lá com sua impecável postura enquanto lia um documento.

—Não deveria trabalhar na hora do almoço. —disse sentando em sua frente. —O almoço é a refeição mais importante. —disse a vendo sorrir.

—Estava apenas me distraindo. —respondeu guardando o documento. —Vamos pedir? —pergunta e eu confirmo, ela chamou o garçom e pude parar pra observá-la, ela era muito linda me surpreende querer contato com alguém como eu.

—Ciao, o que desejam?—Lena falava com o garçon mas logo se voltou pra mim, eu estava tão distraída que mal percebi que me chamava a um tempo.

—A-ah sim?

—O que vai querer? —perguntou sorrindo. —Quer uma sugestão? —continuou a pergunta.

—Sim, quero. —decidi aceitar, não era acostumada aquele ambiente e não conhecia os pratos que ali tinha.

—Traga um bucatini all’amatriciana pra ela por favor.—disse e então o garçom confirmou e se retirou. —Então, Kara, como veio parar em National City?—

—Bom... Eu por algum motivo consegui uma chace de trabalhar como reporte aqui, eu não sei dizer como. —respondi sincera.

—Entendo.

—Gosta de cachorros? —perguntei tentando puxar assunto, ela sorriu de lado e confirmou.

—Gosto, mas nunca tive um, não que me lembre.

—Eu tenho um, o nome dele e Kripyton e ele é um golden retriever, eu tenho ele como um cachorro de ajuda. —respondi animada, eu amo cachorros.

—Cachorro de ajuda? —Lena perguntou intrigada.

—Sim, eu moro só e posso acabar tendo alguma crise por causa do meu autismo, ele me ajuda, e muito. —disse a vendo sorrir, o sorriso dela é tão lindo.

Depois de alguns minutos a comida chegou e então almoçamos em um clima leve.

A comida estava divina.

[...]

Pov'Lena

O fato de estar me aproximando de Kara me deixava feliz e ansiosa ao mesmo tempo, eu queria poder abraçá-la, mesmo sabendo que ela não gosta tanto de contato físico, e feliz porque finalmente depois de vinte e quatro anos eu falava com ela como uma pessoa normal.

Não nego, sempre tive uma queda pela Kara desde a escola, antes de ela mudar de escola e eu ir pra um internato, sempre tive vontade de ter uma amizade com ela, até perceber que gostava dela. Sabia que não poderíamos ficar juntas e quando ela foi embora eu entrei em desespero, não à veria, nunca mas. E olha só, a encontrei depois de anos não posso arrisca algo que não temos, mesmo que doa eu irei ser a amiga que ela tanto quis no colégio, vai ser melhor assim.

Sentimentos escondidos talvez só piorem meu estado, mas como dizem, um Luthor não é digno de tamanho sentimento.

Após o almoço eu a deixei na Cacto e segui pra L-Corp. Não conseguia tirar ela da minha cabeça sempre voltava pro mesmo pensamento e me pegava sorrindo boba pro nada, não posso me apaixonar, não sou digna de tal sentimento.
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Até mais!

Bucatini all’amatriciana
Prato típico de Amatrice, cidade da região central da Itália, é super tradicional. O bucatini é um tipo de massa longa com um buraco no meio, que parece um spaghetti grosso. O molho é a base de tomates, guanciale (tipo um bacon feito com a bochecha do porco) e queijo pecorino.

{Capitulo não revisado} 

O verde dos seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora