[O7] 🔥 expectativas;

493 82 42
                                    


[🔥]

Ouçam a música na mídia! ;)

A cidade efervescia e o clima era de celebração naquela data, anunciando o início das festividades em celebração a São João.

Apesar de ser véspera, os habitantes da pequena localidade começaram os preparativos para a noite seguinte. Bandeirolas coloridas pendiam em cordões pela avenida principal, rugindo fracamente conforme o vento as açoitava, fazendo-as tremular vários metros acima. Balões de papel colorido foram posicionados nos postes de luz e a representação de outros santos enaltecidos nesse período foi impressa em bandeirolas maiores, pendendo da mesma forma e enriquecendo a decoração chamativa.

Como tradição, várias barraquinhas de comidas típicas, bebidas, artesanatos e outros itens se espremiam para caber no espaço livre em torno da praça matriz, reforçando e destacando em sua miudeza a imponência da igreja centenária com seu designer do século XIV e paredes grossas, contornada de lâmpadas que a faria brilhar e se vista à distância quando o sol se pusesse.

O pátio de eventos, localizado logo ao lado, foi adornado com folhas verdosas de coqueiro, bonecos feitos de uma mistura de palha de carnaúba desidratada — manifestada em chapéus e vassouras, e ali transformadas em membros de corpos inanimados —, chita, outros tecidos e diversos materiais. Cordões de luzes arrematavam todo o lugar e garantiam a visibilidade das apresentações culturais de logo mais aos espectadores curiosos.

E quando a noite avançasse um pouco mais, assim como o odor de pólvora impregnando a atmosfera conforme as crianças iam estourando suas bombinhas, a festa dançante teria início, com apresentação de artistas da terra e outras bandas. Então as gincanas, o xaxado, a ciranda, o frevo, a dança do coco, a dança do milho e as quadrilhas cederiam lugar para que o baião brilhasse nas solas dos pés dos casais rodopiando pra lá e para cá, fazendo da rua seu salão improvisado.

Algumas músicas de forró das antigas jorravam em tom ameno dos auto-falantes em volta do palco, espalhando-se pelas ruas e becos até chegar às casas de Jungkook e Namjoon, que estavam eufóricos mesmo sendo apenas o início do dia.

O moreno se sentia nervoso em relação à conversa que teria com Jeon sobre a impulsividade que pariu aquele selinho sorrateiro, mas tão macio e significativo.

E necessário.

Jungkook, por sua vez, estava inquieto em dose dupla, tanto pela responsabilidade gerada pelo comando da quadrilha composta por vinte e dois casais — incluindo seu par e ele —, como pela resolução daquele pequeno grande conflito que se instalou na noite anterior. Não foi algo planejado nem previsto, mas pareceu necessário também ao seu ver.

Só assim para, quem sabe, as coisas evoluírem entre eles dois, coisa que vinha desejando há tempos.

Assim, ambos seguiram com seus compromissos durante as horas que anteceder-se-iam ao confronto, vez ou outra experimentando um estremecimento gélido ao pé da barriga em sinal de ansiedade só para perturbá-los um pouco mais.

O dia voou para Jungkook, concentrado nos últimos ajustes da apresentação, resolvendo alguns imprevistos e cuidando da própria aparência para estar impecável durante o evento, já que muitas pessoas estariam lá e haveria registros digitais de todos os tipos.

Namjoon gostaria de dizer que o tempo passou ligeiro da mesma forma, porém, não havia tanto entretenimento para ele além de algumas coisas para administrar na faculdade de história em andamento e pensar sobre como se arrumaria para a noite.

Queria ficar o mais bonito que conseguisse para se sentir mais seguro.

Os amigos chegaram a chamá-lo para beber em uma das barracas já em funcionamento ao longo da tarde, mas ele declinou o convite, na pretensão de pensar sobre o que diria, ainda que não houvesse tantas possibilidades assim.

Um xodó pra mim ⠀ ⠀➳ NamkookOnde histórias criam vida. Descubra agora