Katsuki só queria que aquilo não tivesse acontecido. Queria realmente voltar no tempo, igual aquele seu "eu futurista" falou.
O loiro novamente pegou o objeto na sua frente e o analisou. Analisou à sua volta. Valia à pena tentar?
E num ato de pura impulsividade apertou o botão e deu de cara com aquele que apareceu no dia anterior.
— Então, já sabe a sua resposta final, pirralho? — disse o mais velho o olhando de cima à baixo.
O explosivo respirou fundo, mas recobrou seu foco e o encarou.
— Eu vou fazer isso, velho de merda!
— Sério? Não vai fazer mais nenhuma indagação? Me parece suspeito. — ironizou o comportamento.
— Essa fala é minha, oh babaca! — apertou suas mãos. — E sim, eu tenho minhas dúvidas!
— Então fala aí. — disse despretensioso.
— Como é que essa merda funciona? Como que eu vou salvar a Uraraka? Como que você tá aqui?
— Calma, calma, um passo de cada vez. Desde que a Uraraka morreu eu tentei o meu máximo para trazê-la de volta. Então criei uma máquina do tempo. Mas você vai pro passado e possui o corpo do seu eu de lá, já que é da mesma realidade que a sua, entendeu? É muito mais complexo que isso, mas espero que tenha entendido. — respira cansado — Esperava que fosse sacar os fatos mais rápido. E vamos salvar ela com a sua ajuda. Você tentará impedir as coisas que a deixam triste e mostrá-la que há motivos para viver. Vamos fazer um plano mais bem feito, depois. Você só precisa apertar esse botão comigo ao mesmo tempo. Vou configurar ele só um minuto.
Bakugou observava-o e questionava a si mesmo se realmente era a melhor opção. Contudo os questionamentos caíram por terra pois o mesmo apenas queria salvar a garota que tanto amava. Aqueles pensamentos ruins ainda perambulavam muito em sua cabeça.
— Pronto, pirralho. Pode apertar.
— Pode crê, velho de merda.
XXXX
Ao apertarem o botão foram teletransportados para o mesmo quarto, porém o celular do garoto indicava outro dia.
15 de abril. Segunda-feira. Sete da manhã. Faltam pouco tempo para a aula. Certeza que Uraraka estava viva, mas será mesmo?
Coisas que o deixava ansioso.
— Será que funcionou? — pergunta o mais novo olhando para seu futuro.
— Vai lá embaixo e confere. Aposto que tá sim!
Então sem pensar duas vezes ele correu para lá. E para sua surpresa tudo estava normal. Igual aquela segunda. Uraraka comendo com Tsuyu e Midoriya. Tudo normal. Parecia até mentira, mas não era. Ao menos ele achava.
— Hey bro, como você tá? De novo olhando pra coitada da Uraraka como se fosse devorar ela. Tsk tsk. — falou Kirishima colocando seu braço do ombro do amigo.
Bakugou lembrou: eles ainda não tinham brigado, mas seu amigo ainda gostava dele, mas não se sentia confortável para conversar sobre. Pelo visto tinha mais um ponto para resolver.
— Bro…
— Que foi, Cabelo De Merda? — perguntou, forçando a se parecer com o que era.
— Aí está o Bakugou que eu conheço. Agora vamos lá se arrumar pois não vai querer perder aula né.
— É…
XXXX
— Eu não acredito que essa porra funcionou! Eu vou poder salvar a Uraraka! — falava o loiro, enquanto colocava suas roupas e se preparava para a escola.— Eu te falei, pirralho. Eu sempre tô certo! — dizia o Bakugou do futuro.
— Vai tomar no cu, velho de merda! — xingava, quando colocava sua meia.
— Me agradeça depois. Você vai precisar.
— Claro…O silêncio instalou-se no local, o que não era problema, já que Kirishima bateu na porta do amigo e juntos foram para a escola.
O Bakugou do futuro se escondeu para não ser percebido, mas depois voltou para sua época. Estaria o vigiando de longe e caso precisasse de ajuda, chamaria ele.
Ao chegar na sala seus olhos brilharam novamente. Por causa dela, sim, ela fazia seu mundo ficar de cabeça para baixo. E ele amava seu mundo assim.
Poderia dar tudo para vê-la bem.
— Por que não vai lá conversar com a Uraraka ao invés de ficar encarando ela.
— Cala a porra da boca que eu não te perguntei nada.
— Quer saber, você precisa tomar uma atitude… — Kirishima pensou um pouco. — Uraraka, o Bakugou tem algo pra te falar, mas tá com vergonha. Vem cá!
O explosivo ficou com muita raiva, mas logo se colocou numa calma repentina. Não demonstraria o contrário.
— Oi Kirishima, Bakugou. O que foi? — perguntou mostrando toda a sua inocência e doçura.
— Vou deixar vocês dois. — sussurrou para o amigo, saindo da conversa.
Bakugou travou por meio segundo. Não sabia o que fazer por vê-la aparentemente bem ou se seguia o plano. Estava com medo de errar algo e voltar a sentir aquela culpa e falta dela.
— Uraraka, você está bem? Outro dia eu te vi chorando. Aconteceu alguma coisa? Sei que não é da minha conta, mas assim você preocupa os outros. Quer conversar? — a manipuladora da gravidade ficou surpresa com o linguajar e empatia do garoto. Como alguém que se demonstrava tão rude se pôs como alguém tranquilo e doce?
— Ah, Bakugou, muito obrigada por se preocupar. Nem passou pela minha cabeça que você se sentia assim. Muito grata. Mas está tudo bem, eu juro. Só passei por uma dificuldade boba, nada demais. — disse envergonhada e um pouco trêmula.
— Tem certeza? Por que você tem uma maniazinha de diminuir seus problemas com medo que os outros se importem demais.
— Tenho sim. Mas obrigado por querer conversar comigo. Muito gentil da sua parte. Obrigada. — ao terminar de falar abraçou Katsuki. Uma explosão em seu coração foi tão alta que poderia jurar que todos escutaram. Claro, isso sem contar que os outros que estavam vendo ficaram bem chocados com o ato. Já que estavam no meio da sala ainda.
— Não é pra agradecer. Eu só fiz o que uma pessoa com o mínimo de decência deveria fazer.
E ao se despedir pela entrada do All Might na sala, os dois jovens deixaram todos de boca aberta, inclusive o ex- herói número 1.
XXXX
— Então foi isso que aconteceu? Não acha que poderia soar suspeito? Tipo, do nada você começou a tratar a Uraraka bem? — ergueu suas sobrancelhas mostrando sua dívida e indignação
— Eu só segui o que você disse, velho de merda!
— Calma. — ri — Não precisa se estressar, pirralho. — riu mais uma vez, mas recobra seu olhar sério. — Mas acho que devemos refazer umas partes desse plano. Não podemos ser descobertos!
— Finalmente estamos na mesma parte.
— Então já que estamos na mesma parte, acho que você deveria se afastar do Kirishima.
— O que? Por que?— Se você se afastasse dele seria melhor. Vocês não vão brigar e vai ter mais tempo para a sua garota. Vai ser muito melhor! — gesticulava e explicava como se fosse a melhor ideia.
— Eu não vou fazer isso. Não estamos na mesma página neste caso. Queremos salvar a Ochako, só. Não vou desistir de fazer diferente pro meu amigo só pra seguir um plano idiota!
— Então vai querer deixar ela morrer de novo? Vai querer se sentir culpado de novo? Sem sentido. Você é só um pirralho que só faz péssimas decisões. Se é isso que você quer, ótimo. — olhou com seus olhos vermelhos fúria. — Espero que não consiga o que quer!
Com a saída do Bakugou do futuro, Katsuki se sentiu estranho.
Ele precisava o seu eu futurista…
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Butterfly
RomanceO orgulhoso e explosivo Bakugou Katsuki tem vários adjetivos, mas algo que não esperam é que a palavra "apaixonado" estaria no meio delas, nem mesmo o próprio. Mas agora que Present Mic lhe deu uma atividade em dupla com a garota que gosta, Ochako...