rain | George Weasley

2.5K 152 29
                                    

Gotas de chuva batiam na janela do Salão Comunal da Grifinória. O ruído dos trovões eram altos, o céu piscava rapidamente, indicando raios vindos de uma região próxima.

S/N encontrava-se sentada no grande e aconchegante sofá da Comunal, os travesseiros fofos e macios ao seu redor, enquanto lia calmamente um livro. As folhas amareladas que a garota lia eram iluminadas pelo fogo da lareira, que também clareavam as grossas mantas escarlates das paredes.

O Salão estava vazio naquela noite, uma raridade. Provavelmente, o frio convenceu todos a ficarem debaixo de seus cobertores na cama, esperando a luz solar os aquecer no dia seguinte. O silêncio só era quebrado pelo som abafado da chuva espatifando fortemente no chão, S/N pensou em como iriam treinar Quadribol após um dilúvio como esse, a grama alagada com certeza não iria animar o capitão do time. Logo, voltou a sua atenção para o livro novamente.

Não demorou muito para o céu estalar rapidamente, um risco em formato de zigue-zague partia o céu ao meio, o som estrondoso do raio indicou que não foi tão longe. S/N olhou para a janela, assustando-se com o barulho repentino.

Com certeza, aquele som deve ter acordado a maioria dos que estavam dormindo. A garota esperou que algumas pessoas viessem ver se Hogwarts não estava desabando, mas ninguém veio.

Ela suspirou, curvando um pouco seu corpo para pegar a garrafa d'água que estava em cima da mesinha de madeira. Ingeriu um pouco, sentindo o líquido gelado passar por sua garganta, e fechou calmamente; deixando a garrafa sobre a mesa.

— S/N? — ela escutou uma voz rouca e calma. Curvando a cabeça, seus olhos pararam no garoto.

Era seu melhor amigo, George Weasley. Que aparentemente havia acabado de acordar, seus cabelos alaranjados e recém-aparados estavam uma bagunça, usava um suéter vermelho, com um grande "G" bordado em amarelo no centro. Ele esfregava o olho esquerdo com a costa da mão.

— Sem sono? — perguntou.

— Não está cedo? Que horas são? — S/N também perguntou.

— Duas e trinta e cinco da manhã — respondeu caminhando até o sofá onde ela estava sentada.

— Por Merlin, a história está tão boa que me perdi no tempo — S/N disse rindo, fazendo George sorrir levemente.

Ele sentou próximo dela, juntou as mãos e olhou para a janela, que estava translúcida, era quase impossível ter uma imagem nítida do lado de fora. Ele parecia tenso, e ela já sabia o porquê.

— Eu...posso ficar aqui um pouco? Não estou conseguindo dormir — o ruivo foi direto, a olhando com seus belos olhos castanhos.

— Claro. Venha aqui — ela deu leves batidinhas em sua perna, indicando-o a se deitar ali. Ele deu um pequeno sorriso e curvou seu corpo no sofá, descansando sua cabeça na perna dela.

Poucas pessoas sabiam do medo que George tinha, trovões e raios. Situações como essas já haviam acontecido durante a amizade deles, o ruivo se aproximava, ou até mesmo a abraçava, buscando por conforto e segurança.

S/N percorreu os dedos entre os fios de cabelo laranjas de George, afagando o cabelo macio e sedoso. O ruivo levantou o olhar para o seu rosto, permanecendo por alguns segundos, até S/N perceber.

— Tem alguma coisa no meu rosto?

— Beleza — provocou ele. Da mesma forma como sempre faz.

Ela riu, levando na brincadeira. Mas não pôde deixar de corar.

— Quer passar o natal na Toca? Prometo que vai ser legal — perguntou com um sorriso travesso.

— Ah, quem seria louco o suficiente pra recusar? — ela respondeu, ainda afagando os cabelos ruivos, distraindo-o do som dos trovões — Já terminou o seu presente?

— Sim, e pode ter certeza que o meu é o melhor!

— Você que acha, cenoura ambulante. Eu vou ganhar!

Eles riram. Desde que tornaram-se amigos, George deu a ideia de fazer uma competição anual entre os dois, vence quem receber o melhor presente de natal. S/N ganhou no ano passado, fazendo uma "pegadinha amigável", e George adorou aquilo. Logo, foi a ganhadora do ano.

Os dois continuaram conversando, fazendo piadas e rindo de acontecimentos do passado. Eram aqueles momentos que S/N mais prezava naquela relação, era tudo tão sincero e natural, ela adorava ver ele sorrir como uma criança, seus olhos brilhando ao falar sobre algo que gosta, sua risada e o jeito que ele sempre está tentando ficar por perto.

E droga, aquilo não era bom. Nada bom.

Porque ela queria mais. Queria sentir seus lábios colados no dele.

Não que fosse algo ruim, mas é uma sensação terrível. Não saber se é recíproco e acabar estragando tudo, deixando um melhor amigo incrível para trás. Era intrigante, e quando George flertava com ela, ficava confusa. Não sabendo se aquelas palavras seriam algum tipo de indireta, ou estava interpretando a situação de forma errada.

George estava quase dormindo, quando o som de um raio ecoou altamente, o fazendo estremecer. Ainda deitado, pegou um travesseiro que estava próximo e abraçou-o, cobrindo metade de seu rosto assustado. Seus ombros estavam tensos enquanto as suas mãos percorriam o travesseiro bordado de amarelo e escarlate.

— Estou aqui, George. Não se preocupe — sussurrou S/N, ainda acariciando seus cabelos macios, na tentativa de tranquilizá-lo.

Os olhos do garoto permaneceram pregados na janela por alguns minutos, o silêncio permanecendo novamente no local. Depois, seu olhar voltou-se para a lareira, onde o fogo crepitava em alguns momentos, parecia mais tranquilo.

— Me dê sua mão — ele pediu, ainda olhando para o fogo.

— O quê?

— Sua mão — respondeu tranquilamente.

De início, ela não havia entendido, mas ainda assim, ergueu sua única mão que não acariciava os cabelos ruivos e pousou na mão de George, ele passou os dedos entre os dedos da garota, deixando suas mãos entrelaçadas. Ele curvou o corpo, ficando em uma posição em que S/N não conseguiria ver seu rosto, mas ainda deixou as mãos enlaçadas, descansadas próximo ao seu tórax.

— Obrigado — falou em um tom mais baixo, apesar do som estrondoso da água caindo, ela pôde compreender.

Não demorou para a menina sentir a respiração de George desacelerar, ficando mais serena. Ela sorriu, feliz pelo seu melhor amigo ter conseguido dormir. Suas mãos permaneceram entrelaçadas, enquanto a fogueira iluminava seus corpos. S/N abaixou sua cabeça e selou a têmpora do ruivo.

— Não há de quê, Georgie.

— Não há de quê, Georgie

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

• • • • • •

vai ter parte 2!!!

meu cachorro quer saber como casar com o George e Fred Weasley ao mesmo tempo😃

até o próximo :)

Imagine Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora