Filhos?

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A vida de casados, não mudou muita coisa, apenas o fato de a todo momento estarem sempre admirando suas alianças. Estavam felizes pelo fechamento de um ciclo, agora estavam em um novo, em uma nova etapa da vida adulta.

Já estavam casados, um belo apartamento, o mesmo interesso, o mesmo telefone. Nada mudou de fato, até em seus empregos. No café em que ela trabalhava estava tudo perfeito pelo que parecia, o mesmo na delegacia, o trabalho de detetive de Nathaniel andava monótono.

Talvez esse seja o motivo deles não pararem em casa, foi apenas na lua de mel que eles pareciam ter dado um tempo para eles mesmos. O mês mágico da vida deles parecia ter durado uma eternidade, ou eram o que queriam que passasse, foi rápido de mais.

Mas não significa que não foi boa, foi incrível, passaram boa parte dela em um cruzeiro próximo das ilhas do Caribe. Foram dias divertidos até de mais, já se passaram três meses de sua volta para casa e já estavam de volta a rotina, nem percebiam o que estava por vir.

— Hoje vamos jantar hambúrguer e algumas outras besteiras! — disse Nathaniel trazendo um pacote de lanche e colocando na mesa.

— Mas que bom, eu estava com preguiça de cozinhar hoje. — disse Daphne que se sentava na mesa ao lado do marido.

— Não me leve a mal, mas você comeu o resto do almoço mais cedo. — Nathaniel ria enquanto pegava um lanche.

— Mas que bobagem, não comi não.

— Relaxa, não estou reclamando. — respondeu se defendendo dos tapas da esposa. — Só achei engraçado já que não costuma comer muito... O bichinho da Rosalya picou você?

— Meu apetite aumentou, normal. Talvez seja a ansiedade do trabalho. — respondeu pegando quatro batatas fritas e colocando na boca.

— Não parece normal pra mim.

— Agora fica quieto que eu quero comer em paz!

— Tudo bem então. — ele acaba rindo de novo só observando a sua esposa comendo o lanche inteiro dela em pouco tempo.

De fato ela não estava normal, não costumava fazer isso. Ignoravam esse sinal, podia ser nada de mais, só que foi em um de seus expediente no café que ela descobriu. Ela estava no balcão do café apenas observando seus funcionários e como estava tudo bem, Daphne resolveu ir a cozinha já que pareciam de ajuda por lá.

— Está tudo bem por aqui? — perguntou para a mais nova funcionária que parecia procurar por alguma coisa na geladeira.

— Sim, só estava organizando aqui... Chegaram os doces que pediu para encomendar...

— Ah, que bom. — disse Daphne animada se aproximando da geladeira. — Não é um café galeria sem as guloseimas.

— Sim, claro! — a morena sorriu dando espaço para a loira, mas do nada Daphne acabou parando com uma cara estranha. — O que foi?

— Tem certeza que são os produtos certos? Tem um cheiro horrível que parecem estar vencidos.

— Descarregaram hoje, não tem como estarem ruins.

— Você tem certeza que comprou do fornecedor que recomendei, não é?

— Claro, ele sempre foi de confiança e sempre trouxe produtos de qualidade.

— Com licença. — disse Daphne com a mão na boca empurrando a mais jovem e foi correndo desesperada até o banheiro, logo fechou a porta com força.

Tirou o cabelo do rosto quando caiu de joelhos próximo do vaso, vomitando todo o café da manhã que havia comido naquela manhã. Nada fazia sentido pra ela, durante esses três meses nada fazia mais sentido. Doces com cheiro horrível, seu repentino apetite que abriu, refluxos a cada três dias. Para a loira, ela estava vivendo o seu próprio inferno pessoal, não queria nem buscar ajuda.

Angels Like You - Nathaniel CarelloOnde histórias criam vida. Descubra agora