Sasuke encarava Suigetsu que sorria feito um idiota encarando Karin cantar algo velho de suas épocas de juventude.
Estavam sentados no balcão do antigo bar de Juugo. Já se passavam das 22:00 da noite, e Sasuke sabia, apesar de ignorar totalmente o fato de o bar estar prestes a fechar, que precisava ir para a casa.
"Vamos pessoal! Eu tenho que fechar essa merda. Kimimaro já está me ligando impaciente!" O homem de cabelos ruivos vociferou irritado fechando as portas principais do bar, se virando para encarar os amigos. "Karin, desce daí por favor! Não temos mais vinte e seis anos, chega dessa porra!" O homem desligou o microfone e a mulher, já com seus cinquenta anos o amaldiçoou.
Suigetsu se aproximou tirando sua mulher do pequeno palco, a garota se debatia e xingava Juugo, que apenas revirava os olhos e se aproximava do moreno para remover os copos sujos do balcão.
Estavam ouvindo a história que Sasuke não cansava em contar. Todos já haviam atingido a famosa "melhor-idade", e Sasuke como um disco arranhado estava contando pela milésima vez aquela velha história.
Com um sorriso nos lábios, degustando seu copo de uma cachaça barata, que provavelmente se certificaria de mata-lo antes dos setenta, e com um cigarro igualmente tóxico entre os dedos.
O velho sorria como um idiota ao falar da melhor noite de sua vida. Ao falar que, se voltasse a alguns anos atrás, tudo seria diferente. Ele sorria daquela forma todas as noites.
Todas as noites que obrigava seus amigos à ouvi-lo falar sobre seu loiro. Ou, como Sasuke gostava de o chamar, seu sol.Todos o olhavam e riam daquela velha história, o arrependimento do homem não lhes parecia genuíno. Afinal, o mais velho sempre contava rindo, não demonstrava tristeza ou insatisfação, nem mesmo, pesar, só revelava a boa e velha empolgação.
Já fazia vinte anos que Juugo havia comprado o bar. Vinte e seis que estava casado com Kimimaro, assim como Karin e Suigetisu, visto que haviam feito um casamento compartilhado. Sairia mais barato para o bolso de ambos casais e eles não se importaram nem um pouco, foi conveniente.
Sasuke era o solteirão do grupo, ou, como Suigetsu e Kimimaro o chamavam, o amargurado. O moreno odiava o apelido atribuido pelos amigos, apelido esse que foi lhe nomeado após a quinta vez que repetia aquela história no bar.
"E então, eu estava sentado na minha poltrona, olhava para o lado de fora do avião. Os raios de sol batiam em meu rosto e foi naquele momento, naquele exato momento, que eu percebi que odiava o dia." O moreno sorriu mais e arregalou os olhos para dar mais força a sua história, para aumentar o drama. "O sol me lembra o cabelo dele, o céu azul me lembra seus olhos, e as nu-"
"Ah, as nuvens me lembram seu sorriso. Os brancos de seus dentes perfeitos... Cara, isso é tão gay." Suigetsu havia cortado sua história. Eles sempre se divertiam ouvindo, mas naquele momento ele estava mais preocupado com sua esposa que gritava incessantemente para ele solta-la. O barulho de Juugo arrumando as cadeiras do bar, dos gritos de Karin, da voz de Sasuke, e principalmente do maldito que celular que tocava incessantemente, estavam bagunçando sua mente e o deixando nervoso. "E cara, por favor, atende essa merda! Vocês estão fazendo um barulho da porra, estão atrapalhando minha linha de raciocínio, não consigo pensar direito porra!"
Sasuke e Juugo apenas reviraram os olhos, o moreno se levantou e pegou o celular do amigo. A foto de Kimimaro estava clara na tela, o que fez o moreno suspirar pesadamente e se preparar para os possíveis gritos daquele albino escandaloso.
Sabia que era ele, Suigetsu e Karin que levariam culpa por Juugo fechar tão tarde aquela noite, e em parte, Kimimaro estava certo. Afinal, era culpa deles mesmo, não?
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Além da vida ~Sasunaru☆
Любовные романыVocê merece o mundo inteiro lá fora E não merece ficar preso na minha confusão A gente é ying-ang Big-Bang Sangue à sangue Um conto do jorge amado que chegou ao fim Na madrugada a chuva cai a gente ouvindo sant Agora eu termino a história ao som de...