Maia Bertinelli
Tenho certeza de que nunca senti tanto frio na minha vida, tudo que eu queria agora era um cobertor quentinho, um calor humano nem que fosse só por uns segundos, meu corpo dói minha visão está turva, não tenho mais noção do quanto andei, nem do quanto sangue perdi, a fraqueza e a culpa me consomem, fico pensando no quanto o ser humano é ingrato, eu por exemplo, tinha uma casa um lugar seguro para onde eu poderia correr e me abrigar, mas nunca está bom não é? Rio de mim mesma.
Agora estou nesta enrascada cheia de fome frio e por incrível que pareça sono.Encosto em uma arvore muito grande e me arrasto ate o chão, a sonolência querendo me levar para longe, mas se eu adormecer agora morrerei, que
patético, tiro forças não sei de onde e começo a rir histericamente, as risadas logo dão lugar à lagrimas
involuntárias que insistem em permanecer mesmo eu não querendo elas por perto.Isso com certeza é bem pior do que a solid...
— O que pode ser tão engraçado?.
Essa voz, meu corpo todo arrepia, de novo não.Ele entra em minha frente e se agacha pra ficar na minha altura me olha atentamente, seu olhar frio e impenetrável, mas ao mesmo tempo tão quente, parece que vai me incendiar.
Mais que caralho estou pensando?.
— Estou encantado, até que você é bem durona, nunca esperaria que aguentasse tanto tempo andando por ai com um buraco de bala na perna.
Olho para ele prestes a explodir.
— Um maldito buraco de bala que você deixou, seu maldito.
Digo aos gritos.
— Vejo que ainda tem bastante energia, para uma pirralha como você, não é nada mal.
Fala e ri como se ter atirado em mim não fosse nada.
— Vá se foder.
Cuspo em sua cara.Eu nunca fui essa pessoa, mal educada que fala palavrões, mais esse cara em algumas horas conseguiu arrancar o pior de mim, mais do que o meu pai em uma vida inteira e isso me deixa furiosa.
Ele limpa o rosto olha para mim e me lança um sorriso maligno.
— Quer saber, você parece bem, vamos resolver isto agora mesmo ovelhinha.Ele enfia o dedo em meu ferimento e eu grito, grito tanto, a dor é agonizante que tipo de ser humano faz isso com outro?
Mas esse cara nem mesmo parece ser humano, um monstro na escuridão é isso o que ele é. Quanto mais gritos meus escapam, mais ele parece
satisfeito.
— Por-fa-vor, pare.
Meu choro é livre, eu não entendo por que ele está fazendo isso comigo.
— Ah ovelhinha, as coisas aqui nao funcionam assim. não é dessa forma que voçê vai conserguir alguma coisa boa de mim, se quer alguma misericórdia não devia gritar tanto, quanto mais gritos eu ouço mas quero ouvir, você me entende?.Ele não precisa falar mais nada, não preciso que ele me prove mais de suas maldades, estou sentindo na pele, então mesmo com o inferno de uma dor, me calo.
Além de minha visão estar turva devido a todo o sangue que perdi, as malditas lagrimas, não me
deixam ver nada.Mesmo com a dormência em meu corpo eu sinto um calor, não sinto mais frio, não sinto dor, parece que estou sendo arrebatada, esse não é um calor corporal de alguém normal, esse é o calor do diabo, e nesse momento eu poderia me queimar para o resto da minha vida.
Me aninho em seu pescoço e choro, choro de pesar, como dói, o pior da dor é que a gente sempre quer ser consolado por quem nos feriu, respiro fundo e fecho os olhos me permitindo descansar, sabendo que quando eu acordar, estarei presa ao meu pior pesadelo, a escuridão me leva me abraça e me consola e penso em como isso é triste.
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A MENINA DO MAFIOSO
Любовные романы❌Alerta❌ Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência, Atenção Romance dark. Esse livro conté...