O Melhor Amigo do Meu Irmão

Capitulo 6

-Katarina Dias-

   Depois desse drama todo do Tomas, ele nem está olhando direito na minha cara, mas o que que eu posso fazer? A culpa é inteiramente do Lucca.

—Olha Katarina, se você acha que me engana com aquela desculpinha esfarrapada de que confundiu com um bicho de pelúcia, você está muito enganada viu.— Ela veio se aproximando me deixando com um breve medo.— Eu acompanho essa porra desse drama desde que você tem 13 anos, se aconteceu alguma coisa a mais que eu não sabia, comece a contar agora.

Confesso que o tom de ameaça dela me dá um medo do caralho. Mas calada vence, sempre. Sei que não preciso esconder nada dela, ela é a pessoa que mais confio nesse mundo, mas não quero espalhar algo que não vai sair do que aconteceu.

—Calma Beatriz, não precisa vir me batendo também não. —Não vou negar que me afastei devagarinho pra não ser espancada.—Mas juro, o show que o Tom deu foi muito engraçado, se eu não estivesse prestes a morrer eu teria rido.

   A minha quase morte não chegou nem perto da quase morte do Lucca, Tomas ficou xingando ele por pelo menos 30 minutos seguidos e agora, a qualquer oportunidade que aparece, ele solta um xingamento.

—Isso, vai tentando mudar de assunto achando que eu vou cair nesse seu papinho furado que eu finjo que acredito tá. Agora vamos logo porque se não a tia já já vem puxar a gente pelos cabelos pra essa viagem, que eu tenho certeza que vai me render muito entretenimento...

—Tenho medo desse seu entretenimento ai viu.

   Fomos ajudar minha mãe a colocar as coisas no carro, ou pelo menos tentar encaixar já que a senhora minha mãe decidiu levar a casa inteira dentro do porta malas, consequentemente, as malas em si, não estão cabendo em seus devidos lugares.

—Mãe, precisa mesmo levar o liquidificador? Tenho certeza que tem um na casa da vovó. Pera aí, isso é um varal, é sério isso?— A cada vez que eu mexia naquele porta malas, mais coisa desnecessária eu achava.

—Olha Beatriz, se for me atrapalhar já pode entrar no carro e dormir igual seu irmão fez, não vem me atrapalha o juízo não.

   E assim eu fiz, tomei meu dramin,e simplesmente morri até chegarmos em Cajati.

—Essa garota tá muito abusada pro meu gosto, de manhã agarrada nele, agora deitada no ombro, tá perdendo a noção do perigo.

   Escuto os resmungos do Tom e acordo no susto. O carro já estava estacionado na frente da casa onde iríamos ficar e aparentemente todo mundo do carro estava me olhando.

—Filha, finalmente acordou, estamos tentando fazer você ressuscitar a uns 15 minutos e nada, acho que exagerou na dose do dramin.

   Eu tinha tomado 3...

—Acho que já dá pra desencostar do ombro dele não acha?

   Me ajeito no banco do carro e logo depois, todos começaram a sair do carro para ajudar a colocar as coisas pra dentro.

A primeira coisa que fomos fazer depois de colocar as coisas na casa foi ir ver minha vó, já que vemos ela só umas 2/3 vezes ao ano e eu estava morrendo de saudade.

—Minha filha, quando tempo, seu cabelo tá a coisa mais linda, nunca corte ele viu, nossa que saudades que eu tava da minha garotinha.

A gente não tinha entrado na casa e já fui bombardeada com o carinho da minha vó. Não que eu esteja reclamando, até porque ela é a pessoa mais preciosa desse mundo, mas é engraçado a cara do Tom vendo que eu claramente sou a neta preferida

—Oi vovó, que saudades.— Fui indo em direção a mesma para abraça-la, e fui recebida com muitos beijinhos na cabeça.

—Oi vó, sim eu tô bem, nossa que saudades obrigado por mencionar.

Tom chegou já com seu humor fazendo nossa velhinha rir.

—Oi meu garotinho, quando tempo, vem aqui você também, sabe que eu amo vocês dois igualmente.

Ela claramente me ama mais, todos nós sabemos disso.

—Ei você.— Todos nós viramos para onde minha vó estava olhando, Lucca.— Eu me lembro de você, Lucas né?

—Oi vó, quase acertou dessa vez, Lucca, que saudade que eu estava da senhora.

Desde que Lucca e Tom viraram amigos, ele sempre vem com a gente para essa nossa viajem, então já é considerado mais neto que muitos dos meus primos.

—Já te disse que senhora está no céu, venha me dar um abraço seu pestinha.

Lucca não contrapôs em nenhum momento e foi.

—Essa garotinha eu não conheço, qual seu nome meu amor?
 
—Oi dona Elza, sou a Beatriz, amiga da Karina, que prazem em conhecer a senho.. Você, em conhecer você, desculpa.— Bea corrigiu na hora que lembrou o que minha vó tinha falado para Lucca

—Oi princesa, pode me chamar de vó, se é amiga da minha garotinha sei que é boa gente.

Ficamos mais algumas horas matando a saudade da vovó e depois voltamos pra casa pra arrumar as coisas no quarto e também nos arrumarmos para dar uma voltinha no centro.

—Beatriz eu já disse, se você começar com essa palhaçada de falar enquanto dorme eu te jogo pela janela.

—Eu não controlo, você sabe e eu nem falo tanto assim. Você tá exagerando.

Ela literalmente bate um puta papo enquanto tá dormindo, tenho até medo dela soltar alguma coisa que não deve.

—Tá, foda-se isso agora, você está pronta?

—Vou arrumar meu cabelo.

Quando ela sai do banheiro está vestindo uma sainha jeans e um crooped branco, dançando um chinelo. Uma maquiagem bem básica só com blush, rímel e um hidratante labial e incrivelmente ela está linda

—Mano, você tá incrível, de verdade.

—Brigada mo, você também não está nada mal.

Eu estou usando um estudo tubinho azul com uma rasteirinha prata. Minha maquiagem não é diferente da Bea e meu cabelo está solto

—Seu irmão delícia podia me elogiar assim também né.

Acho q ué não mencionei, mas Beatriz tem uma tara maluca pelo Tom, desde os 13 anos dela. Eu tenho que aguentar essa garota falando dele todos os dias, mas nada nunca acontece.

Ele até sabe dessa queda que ela tem e sou suspeita a falar que acho que ele também tem uma quedinha por ela, mas aquele ser humano é uma pedra e não esboça nenhuma reação quando do o assunto é Beatriz.

—Beatriz Andrade, se você começar com essa porra eu não só te jogo pela janela mas também te tranco pra fora da casa.

Continua...