Eu já tive algumas certezas nesta vida. Não muitas, porque sou uma pessoa naturalmente indecisa. Algo sobre o meu signo, é o que dizem — nem sei se acredito. Mas, uma dessas certezas, era a de que havia superado a minha paixão por Nathan; eu estava enganada.
Terrivelmente enganada.
E de repente sinto-me desnuda, vulnerável de inúmeras formas.
Um olhar, apenas um mísero e inofensivo olhar, é o que basta para me desestabilizar por completo. Como se ele fosse um meteoro, atingindo a minha órbita e me tirando do lugar. Por um instante, mal sinto o meu corpo, apenas o meu coração retumbante em meu peito.
Arfo em busca de ar, mas ainda assim me mantenho ofegante.
— Oi... Nathan... — gaguejo de forma vergonhosa, porém, inevitável.
— Oi, Alex. — Sua voz é firme, linear. Seus pés ainda estão visivelmente no chão, diferente dos meus. Eu não o abalei da mesma forma.
— Oi — repito, fechando os olhos e os abrindo em seguida. Como que para me certificar de que estou mesmo acordada. — Há quanto tempo!
— Dois anos. — Ele sorri de uma forma que ilumina todo o seu rosto.
— Sim, dois anos.
Na verdade, foram dois anos, três meses e dezessete dias.
O casamento é um momento marcante para a vida de uma mulher, mas o divórcio pode ser ainda mais.
No meu caso, certamente foi.
— Perdoe-me se isso soar de forma rude, mas o que você está fazendo aqui? — ele pergunta, as sobrancelhas levemente franzidas em confusão e análise.
Não soou rude, ao contrário, a pergunta foi proferida da forma mais gentil possível e é um questionamento plausível. Se eu possuísse um bar e meu ex-marido aparecesse de repente, essa seria a minha primeira pergunta para ele.
— O que estou fazendo aqui? — replico, porque ao que parece eu me tornei um papagaio bem treinado e também me esqueci de o porquê estar aqui.
— Sim, estou mais que surpreso por encontrá-la aqui.
— É compreensível.
Rio, enquanto penso em uma resposta. Indecisa entre lhe dizer de imediato que estou aqui para vê-lo ou esperar até que o terreno esteja mais favorável. Se é que estará.
— Você está aqui com alguém? — Nathan sonda, espalmando uma das mãos ao lado do meu corpo e me prendendo entre o balcão e o seu corpo.
— Não, eu estou sozinha — respondo sem titubeios.
Eu deveria ter feito algum charme. Talvez até ter mentido um pouquinho. Porém, quem consegue pensar em uma situação como esta?
Juro que todo o barulho ao redor ficou em segundo plano. Tudo o que ouço são sons que parecem tão distantes que mal fazem cócegas em meus ouvidos. Agora a respiração de Nathan, essa eu ouço muito bem e ela parece estar indo de encontro a minha.
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Casa Comigo outra vez? *DEGUSTAÇÃO*
RomanceAlexandra acreditava ter encontrado o seu felizes para sempre ao lado de Nathan, mas tudo o que ela de fato descobriu foi que os contos de fadas mentiram todo esse tempo... o príncipe é quem acaba virando sapo após o beijo final. O casamento dos son...