Prólogo

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"Porque a confiança é uma mulher ingrata, que te beija e te abraça, te rouba e te mata..."
                                                           - RACIONAIS

Analisando bem todos os pontos da minha vida, eu não fui tão filha da puta assim, eu não merecia isso. Nada disso foi premeditado, na verdade eu posso ser bem impulsiva as vezes.
A vida que eu tive não foi um presente, foi a mais dolorosa escolha que já tive que fazer. Sabe? Aquelas escolhas que a gente faz, que a gente não tem NENHUMA alternativa, só ela. A gente não faz porque quer, a gente joga com as cartas que nos dão.

Alguns meses antes

Meu corpo escorria suor, meus cabelos estavam desgrenhados e a aparência estava cansada, conseguia ver pelo no espelho as curvas do meu quadril formando um perfeito coração, enquanto aquele velho nojento satisfazia os prazeres de sua carne. Ele soltou um gemido alto, que quase pareceu um ogro e eu me segurei pra não rir, percebendo que o mesmo já havia gozado, me levantei com pressa correndo até o banheiro pra tomar um banho e retirar – ou pelo menos tentar – as marcas de que mais um corpo estranho havia tocado o meu corpo.
Depois de me secar, no banheiro mesmo já vesti minhas roupas e saí, pronta pra dispensa-ló rápido sem nem dar tempo dele pensar que poderia ficar comigo novamente.

— Então meu bem, vamos? — solto as palavras com delicadeza e sorrio forçado para que ele entenda o recado. Logo ele se levanta e se veste com pressa, assim como todos os outros e sai do quarto se despedindo com pressa. Levo ele até a garagem onde ele sai apressadamente torcendo pra que não esbarre com nenhum conhecido na rua.

 E todos os dias tem sido assim, me tornei profissional em algo que eu nunca quis e nunca foi escolha própria, me tornei a melhor no que faço e eu digo isso com um pesar no peito que sufoca. Mas esse sentimento passa, né? Tem que passar. Minhas escolhas. Minhas consequências.
 
Eu até estava lidando bem com algumas das consequências, perder algumas pessoas, não ter apoio, não ter família, os olhares de nojo... com o tempo passava a ser suportável. Eram só alguns clientes por dia, iria receber um dinheiro razoável no final que me traria algum conforto, mas a maior parte do dinheiro de verdade ficaria pro lugar que eu trabalhava. Eu tinha algumas regras para atender meus clientes, eu até poderia trabalhar até mais tarde. Não tinha muitos problemas com isso, mas entrava em pânico só de pensar em passar a noite na casa de algum homem desconhecido. Mas eles não ligavam pra isso, só me fizeram acreditar que sim.

E foi aí que tudo começou...

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Prólogo pequeno pra dar corpo a história e vocês entenderem um pouco do que vem por aí.

Essa é minha primeira história após anos, peço desculpas se me perder um pouco mas espero que gostem.


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