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A MENSAGEM

Quase 10 horas de viagem, não lembrava quão exaustivo era, é muito bom enxergar o mundo daqui de cima, mas chegava a ser tedioso. As aeromoças eram super simpáticas, a todo momento se direcionavam aos passageiros e perguntavam se queria algo. Eu estava na primeira classe, após meu pai e matt implorarem.

— Em breve pousaremos, mantenha se em seus lugares. — A voz do comandante soou pelos cantos do avião. Eu estava com as mãos suando, que coisa mais estranha. Eu já havia feito isso antes, não com frequência mais eu sabia a experiência que era. Seria ansiedade pra descer logo e reencontrar minha tia?

Emma, era a única irmã de meu pai. Eles haviam crescido juntos, mas Emma nunca gostou de dependência familiar, deve ser algo genérico mesmo. Assim como eu, era exatamente o mesmo pensamento que carregava comigo. Tia Emma, tinha 36 anos, enquanto meu pai havia 41. Eles tinham uma afinidade única, pareciam até mesmo amigos do que irmãos. Diferente de meu pai, Emma não tem filhos, e nunca casou. Tudo que ela pensava era em trabalho, auxiliar toda a agência musical e somente isso. Ela era respeitosamente, muito linda. Uma geminiana inegável, diferente do meu pai que era de virgem.

Uma pequena vibração, agradecendo por não ser uma turbulência. O voo pousou, não aguentava mais. Pude ver a ansiedade das pessoas a saírem, peguei minhas coisas e segui atrás de um homem de terno, bem elegante, óculos escuros, e cabelos pretos. O perfume dele era de deixar qualquer pessoa enfeitiçada, ri com esse pensamento.

— Está tudo bem? — O homem virou em seguida, meu pai amado, que vergonha. Respirei fundo, voltando a me recompor de forma correta, sorri de canto e decidi quebrar rapidamente aquele silêncio.

— Tudo sim, desculpe. — ele acenou com a cabeça como se eu não precisasse pedir desculpas, e logo se virou pois teve sua atenção chamada pela aeromoça que informou que podíamos descer. Caminhamos, lados diferentes e ali o homem sumiu de minha vista. Coisa estranha!
Era exatamente 18:55, já estava com os pés em Bradford, meu celular apitava de tanta mensagem, no voô havia deixado o mesmo desligado.

* TIA EMMA
Mensagem de voz

* PAI
JÁ FAZEM 11 horas, por favor me mande mensagem se ainda estiver viva

Optei em avisar meu querido pai que eu estava viva, e que assim que eu chegasse falaria com ele. Fechei a conversa e decidi ouvir a mensagem de minha tia.

— Querida, peço desculpa pelo imprevisto, tive uma reunião, provável que eu chegue em casa tão antes quanto você, só não consegui te buscar. Mas, o motorista estará te esperando em um carro no modelo Caoa Chery Arrizo 6. James. Até logo! — ri com a rapidez que ela havia gravado esse áudio, trabalho era como filhos para ela. Eu estava ansiosa para vê lá.

Me direcionei até a saída principal, e lá estava James, que homem... moderno, claramente uns 44 anos mas muito bem aparente. Lançou um sorriso amigável enquanto balançava a placa com a palavra "Minha Cox" ri com aquilo, pois quem estava segurando a plaquinha era o querido motorista.

— Desculpe por isso. — apontei para a placa e a expressão seria que estava a alguns segundos atrás, foi substituída por uma gargalhada.
— Não se preocupe, aliás é a senhorita Emma — respondeu como se já estivesse acostumado com as tramoias da titia, logo abaixou a placa e segurou minha mala, quase o impedi mas sem sucesso. Que carro mais chique. Pensei ao ver o mesmo abrir o porta malas, entrei dentro do carro, respondi a mensagem de titia dizendo que estava a caminho, a mesma estava online e me respondeu logo em seguida.

* TIA EMMA
estarei lhe esperando, já estou em casa.

Visualizei e fechei o celular. O caminho foi feito em silêncio, afinal, eu mal conhecia o homem que estava a dirigir. Uma música de fundo tocava na voz de Lana Del rey, estava baixa, mas eu consegui reconhecer com facilidade.
19:35 as ruas da cidade estava bem movimentada, alguns bares abertos, grupo de amigos andando e algumas lojas fechando.
As casas sempre foram todas muito bonitas,  e os jardins organizados. O carro parou em frente a um sobrado, e logo James se virou para trás assentindo, certo, havíamos chegado. Não demorou tanto, mas também não foi tão rápido. A porta da frente da casa abriu, e uma tia completamente maluca saiu correndo em minha direção
— MEU DEUS, COMO VOCÊ ESTÁ LINDA, MEU DEUS — eufórica aliás, eu nem conseguia ver ela direito, por estar definitivamente presa no abraço que a mesma estava me dando. — deixe me ver você — ela me olhou, como se nunca tivesse me visto pessoalmente, comecei a rir e vi que James estava se gargalhando todinho enquanto tirava a única mala do carro.