Chenle encarava do lado de dentro, sentado em frente ao enorme portão de ferro, cujo as grades eram separadas, como uma prisão e de fato era uma prisão. Aprisionado ali por sua vida inteira. A regra era clara nunca atravesse o portão.
- Chenle, o que você está fazendo ? Já é hora da sua aula de piano, você sempre se atrasa, mesmo sendo em casa.- a tutora de Chenle disse indignada com o menino.
- Já vou.- disse frio.
Ter aulas particulares, era muito ruim, o menino queria ir a escola como pessoas de sua idade, mas nascer em uma família conservadora e rica, não foi uma das melhores coisas que havia acontecido em sua vida. Isso por que seus pais não eram presentes em sua vida, e sempre o recompensava com dinheiro. Ele não podia sair e quando saia era com supervisão de seus tutores, ele não era nada feliz.
- Hoje, nós iremos a um jantar na casa dos amigos do seus pais, esteja pronto as 19:00 e sem se atrasar.-
O menino assentiu, com a cabeça, olhando vagarosamente para o enfeite em cima do piano, ele realmente amava tocar, mas era meio solitário, já que não tinha ninguém para escutar. Suspirou, voltando sua atenção para as teclas, a melodia que aquele instrumento transmitia, era uma paz interior. Ao terminar, se arrumou para o jantar que iria, pois era obrigado a a ir, sabia que como sempre iria ficar em um canto sozinho, não se identificava com ninguém nesses eventos familiares. Todo mundo parecia entediante, chato e irrelevante. Terminou de passar o pente pelos seus cabelos, olhando para o relógio de madeira, o mesmo marcava dez pras dezenove horas. Desceu as escadas, as portas já estavam abertas, passou pelas mesma, vendo o motorista abrir a porta do carro.
- Você está lindo como sempre, bebê da mamãe.- Senhorita Zhong expressou seu amor por Chenle.
Que apenas ignorou a mesma, arrumando sua grava borboleta, se sentia sufocado, estando ao lado de seus pais, já não tinha liberdade e nem privacidade e ainda era submetido a situações que não gostaria de se encontrar. Ao chegar na casa, ou melhor mansão, foi bem recepcionado, entrou e se sentou em um canto na sala, o lugar estava cheio de pessoas, que conversavam e riam, estava muito abafado, então subiu as escadas na tentativa de ir para a sacada ou qualquer lugar aberto. Abriu uma porta, e ao empurrar, bingo, era uma sacada enorme, o vento bateu em seu rosto, fazendo o menino de cabelos castanhos sorrir, era aliviante estar ali, longe de todos, fechou a porta, dando mais alguns passos, mas antes que pudesse prosseguir, escutou a porta ser aberta novamente, olhou para trás, pensando que azar, e que seria um de seus tutores, mas não.
